A outra língua em um filme hollywoodiano: um espaço destinado ao estrangeiro em \"Nova York Sitiada\"

A produção incessante de filmes em Hollywood se organiza de acordo com alguns gêneros principais que comportam, cada um, características pré-definidas em termos de conteúdo. Ao longo das três últimas décadas, um sub-gênero do terror (o filme sobre terrorismo) se desenvolveu, reforçando uma tendência...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Chequi, Wilson
Other Authors: Grigoletto, Marisa
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2008
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-09092009-151723/
Description
Summary:A produção incessante de filmes em Hollywood se organiza de acordo com alguns gêneros principais que comportam, cada um, características pré-definidas em termos de conteúdo. Ao longo das três últimas décadas, um sub-gênero do terror (o filme sobre terrorismo) se desenvolveu, reforçando uma tendência já existente de produzir filmes catástrofe. Essa nova categoria ofereceu outras possibilidades de roteiros, e dentre os inúmeros títulos que abordam o terrorismo, The Siege (Nova York Sitiada), lançado dois anos após um ataque contra o exército dos EUA na Arábia Saudita, em 1996, se destaca. Tais roteiros pressupõem o conflito, daí a imprescindibilidade da figura da antítese, por vezes apenas como um substrato narrativo devido a suscetibilidades do período histórico em questão. Nessas tramas, o inimigo é invariavelmente estrangeiro, o que requer, entre outros elementos necessários para sua representação, a destinação de um espaço para o seu dizer, oportunidade que pode revelar a presença de uma língua outra no filme além do inglês. Ancorado em pressupostos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa, este trabalho investiga, em trechos pré-selecionados, as representações sobre os modos de dizer associados a essa alteridade (no caso, o personagem árabe), refletindo também acerca do mesmo tipo de representação que, por oposição, fica associado ao sujeito a partir de cujo olhar todas essas construções são materializadas. O trabalho procura observar, sempre a partir dessa noção de espaço destinado ao dizer, como se dá o processo de identificação no filme ou seja, a reconhecer os tipos de identidade construídos para ambos os personagens (oriental e ocidental) que, no complexo dos trechos analisados, se contrapõem. === The continuous production of movies in Hollywood is organized according to certain major genres, each of which allows for predefined features in terms of contents. Over the last three decades, a subgenre of terror (the terrorist movie) has developed, reviving an existing tendency to produce catastrophe movies. This new category has offered other possibilities of screenplays. Among the number of titles which deal with terrorism, The Siege, released two years after the 1996 attack on the US military in Saudi Arabia, stands out. Such screenplays presuppose conflict and the antithetical figure therefore becomes fundamental, even if only as a narrative substratum due to the susceptibilities of the historic period in question. In these plots, the enemy is invariably a foreigner, thus requiring, among other necessary elements for his representation, the reservation of a space for verbal expression. This is an occasion which can reveal the presence of a language other than English in the movie. Anchored in the theoretical principles of French school Discourse Analysis, this dissertation investigates, in pre-selected excerpts, the representations of the modes of verbal expression associated with this alterity (the Arab character, in this case). This dissertation attempts to observe, always based on this notion of space reserved for the modes of verbal expression, how the process of identification occurs in the movie in other words, to recognize the types of identity constructed for both characters (eastern and western) that, in the complex of the excerpts analyzed, serve as counterpoints.