Summary: | O comportamento exploratório do rato é caraterizado pela preferência por ambientes escuros e pela tendência a permanecer na proximidade de paredes verticais (tigmotatismo). Quando permitida a exploração espontânea de um labirinto em cruz elevado o rato exibe um menor número de visitas aos braços abertos e um menor tempo de permanência nos mesmos. Contudo, essa situação pode ser revertida pela administração de fármacos ansiolíticos. Embora utilizado amplamente no estudo do medo e da ansiedade, ainda não está muito claro qual ou quais são os estímulos aversivos que induzem a esquiva dos braços abertos. O presente trabalho estudou o papel da luminosidade e do tigmotatismo(mediado pelas vibrissas mistaciais) no comportamento exploratório do rato no labirinto em cruz elevado. Para tal fim, essas vibrissas foram removidas de forma aguda (5 minutos antes dos testes) ou crônica: dias (8, 14 e 25; corte diário) antes do teste ou no dia do nascimento e os ratos foram submetidos ao teste do labirinto em cruz elevado sob condições de claridade (150 Lux) e de obscuridade (2 Lux). Os resultados mostraram que na obscuridade os ratos com remoção das vibrissas entram mais e permanecem por mais tempo nos braços abertos, quando comparados tanto com os ratos com vibrissas intactas quanto com ratos com remoções equivalentes das vibrissas mas testados na claridade. Esses resultados sugerem um possível efeito de tipo ansiolítico causado pela remoção das vibrissas somada à falta de luz. O aumento da exploração dos braços abertos poderia dever-se à ausência conjunta de informações provenientes dos dois sistemas sensoriais (visual e tátil das vibrissas). Porém, a ausência de apenas a informação tátil das vibrissas ou de apenas a visual não aumentam a exploração. Estudos posteriores devem ser realizados com o objetivo de conhecer os mecanismos neuroniais envolvidos. === Exploratory behavior in the rat is characterized by a preference for dark environments and by a trend to remain close to vertical surfaces(thigmotaxis). When allowed to freely explore an elevated plus-maze a rat will exhibit a smaller number of entries into the open arms and a smaller time spent in them. This characteristic pattern of behavior can be reverted by the administration of anxiolytic drugs. Although broadly used in the study of fear and anxiety, it still remains unclear what or which are the aversive stimuli that induce the avoidance from the open arms. The present study investigated the role of environmental illumination and thigmotaxis (mediated by mistacial vibrissae) in the exploratory behavior of rats submitted to the elevated plus-maze test. To this end, the vibrissae were removed acutely (5 min before testing) or chronically: days (8, 14 or 25; daily cutting) or in the day of birth and the rats were tested in the plus-maze under two environmental conditions, brightness (150 Lux) or darkness (2 Lux). Results showed that in the darkness rats with vibrissae removed entered more and stayed longer in the open arms than rats with intact vibrissae or rats with removed vibrissae tested under brightness. These results suggest a possible anxiolytic-like effect cause by vibrissa removal added to the absence of light. The increase in exploration of the open arms could be due to the effect of the joint absence of information from both sensorial systems (visual and tactile from the vibrissae) an effect that did not happen when information was lacking from just any one system. Further studies should be performed in order to unravel the neuronal mechanisms involved in the phenomenon.
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