Summary: | O carcinoma basocelular (CBC) é uma neoplasia cutânea maligna de baixo potencial metastatizante, originada das células da camada basal da epiderme. Sua importância clínico-epidemiológica pode ser constatada pelo fato de constituir a neoplasia maligna mais comum na espécie humana, cujo principal fator etiológico é a exposição à radiação ultravioleta. Apesar da baixa incidência de metástases, a neoplasia pode adotar um comportamento localmente agressivo, com comprometimento de estruturas profundas e de forte apelo estético, como ocorre na região periocular. Uma das complicações advindas de sua infiltração neste sítio anatômico consiste na invasão de tecidos orbitários cujo tratamento é a exenteração, conduta mutiladora que consiste na retirada do globo ocular e das partes moles da órbita acometida. O objetivo deste estudo foi avaliar os casos de CBC com invasão orbitária que foram submetidos à exenteração no Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto, no período de 1992 a 2012, para a possível identificação de fatores clínicos e morfológicos que possam predizer uma evolução desfavorável da neoplasia. Foi realizada uma coleta de dados clínicos, epidemiológicos e histopatológicos dos casos submetidos à exenteração a partir dos prontuários médicos dos pacientes. As lâminas referentes aos exames anátomo-patológicos foram revistas e foi realizado estudo imuno-histoquimico para os marcadores p53, bcl-2, actina de músculo liso e metaloproteinase-1. O grupo controle foi composto por pacientes com diagnóstico da neoplasia em topografia periocular, sem sinais de invasão orbitária. Para os casos com invasão orbitária o número de casos positivos marcados para p53 (0,21) e para actina de músculo liso (0,21) foi significantemente menor que o número de casos positivos para bcl-2 (0,63) e MMP-1 (0,58) (p= 0,0331). Entretanto, o número de casos positivos para bcl-2 (0,63) foi significantemente maior que o número de casos marcados por MMP-1 (0,58) (p=0,0126). Para os tumores sem invasão orbitária, o número de casos positivos para p53 (0,31) e actina (0,31) foi significantemente menor que o número de casos positivos para bcl-2 (0,63) eMMP-1 (0,50) (p=0,0273). Os resultados indicam que a invasão orbitaria por carcinoma basocelular palpebral ocorre com maior frequência no sexo masculino, em pacientes com longa história clínica de múltiplas lesões e submetidos a múltiplos procedimentos. Além disso, os marcadores estudados aparentemente não podem predizer um comportamento mais agressivo do tumor. === Basal cell carcinoma (BCC) is a malignant skin cancer of low metastasizing potential originated from the basal cells of the epidermis. Its clinical and epidemiological importance is evidenced by the fact that it is the most common malignancy in humans and it has as the main etiological factor the exposure to ultraviolet radiation. Despite the low incidence of metastases, the cancer can adopt a locally aggressive behavior with involvement of deep structures and it can have a strong aesthetic appeal, as in the periocular region. One of the complications arising from its infiltration in this anatomical site consists of orbital tissue invasion whose treatment is exenteration, a mutilating procedure consisting of the removal of the eyeball and the soft tissue of the affected orbit. The aim of this study was to evaluate the cases of BCC with orbital invasion that underwent exenteration at the Clinics Hospital of Ribeirão Preto Medical School, University of Sao Paulo, from 1992 through 2012, for possible identification of clinical and morphological factors that can predict an unfavorable evolution of the tumor. The clinical data were obtained from the patients\' charts and we have reviewed all the slides from exenteration specimens and performed immunohistochemical studies with p53, bcl-2, smooth muscle actin and metalloproteinase-1(MMP-1). The control group consisted of age-matched patients with eyelid basal cell carcinomas without orbital invasion. For cases with orbital invasion the number of positive cases labeled for p53 (0.21) and actin (0.21) was significantly lower than the number of positive cases for bcl-2 (0.63) and MMP -1 (0.58) (p = 0.0331). However, the number of positive cases for bcl-2 (0.63) was significantly greater than the proportion of positive cases for MMP-1 (0.58) (p = 0.0126). For cases without orbital invasion the number of positive cases for p53 (0.31) and actin (0.31) was significantly lower than the number of positive cases for bcl-2 (0.63) and MMP-1 (0.50) (p = 0.0273), even though the number of positive cases marked for MMP-1 (0.50) was not significantly different from number of positive cases for bcl-2 (0.63) (p = 0.059). The results indicate that orbital invasion of basal cell carcinoma of the eyelid was more frequent in male sex and that the patients have usually a long history of multiple lesions and were submitted to several procedures. In addition, our results suggest these markers can not predict an aggressive behavior for basal cell carcinomas of the periocular region.
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