O trauma na obra de Freud: ramificações conceituais e consequências clínicas

Nossa proposta consiste em realizar uma investigação teórica em torno do conceito de trauma na obra freudiana, assim como das problemáticas a que responde. Objetivamos pesquisar se a teoria do trauma teria de fato desaparecido no período situado entre o abandono da teoria da sedução e os construtos...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vahle, Marina de Andrade
Other Authors: Kupermann, Daniel
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2012
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-05122012-120418/
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Vahle, Marina de Andrade
O trauma na obra de Freud: ramificações conceituais e consequências clínicas
description Nossa proposta consiste em realizar uma investigação teórica em torno do conceito de trauma na obra freudiana, assim como das problemáticas a que responde. Objetivamos pesquisar se a teoria do trauma teria de fato desaparecido no período situado entre o abandono da teoria da sedução e os construtos de 1920, como defendem alguns autores na literatura psicanalítica. Nossa hipótese é que a noção de trauma teria continuado a sustentar a teoria freudiana do sofrimento psíquico, não só por meio de aparições esporádicas do conceito nesse período, mas também, implicitamente, por meio das problemáticas a ele relacionadas como a da etiologia das neuroses e dos grandes casos clínicos de Freud: Dora, Homem dos Ratos e Homem dos Lobos. Assim, primeiramente rastreamos a noção de trauma e suas ramificações ao longo da obra e, em seguida, fizemos um estudo desses três casos clínicos, em busca de possíveis configurações traumáticas na história de seus protagonistas. Chegamos ao entendimento de que Freud não trata sempre do mesmo tipo de trauma ao longo dos seus escritos: o termo se mantém, mas com acepções diferentes. Haveria, assim, subtipos do trauma implícitos no discurso freudiano trauma por efração, trauma como falta de mediação entre fantasia e realidade e, ainda, pistas para se pensar um trauma como falha narcísica. A partir desses subtipos, abordamos as consequências clínicas da releitura desse conceito, do ponto de vista do diagnóstico diferencial. Em seguida, apontamos como o aspecto eminentemente econômico que permeia a categoria de trauma influiu na visão de Freud sobre os dispositivos utilizados pelo analista na clínica. Acompanhar as ramificações, assim como o alcance clínico da noção de trauma, consiste em uma tarefa que pode nos oferecer ferramentas teóricas para compreensão dos tipos de constelações traumáticas subjacentes aos sofrimentos intoleráveis daqueles que procuram a clínica psicanalítica === Our proposal is to perform a theoretical investigation regarding the concept of trauma in Freuds work, as well as the set of problems it responds to. We aimed to research if the theory of trauma would have in fact disappeared in the period between the abandon of the seduction theory and the constructs of 1920, as defended by some authors in the psychoanalytic literature. Our hypothesis is that the notion of trauma would have continued to sustain the Freudian theory of psychic suffering, not only through sporadic appearances of this concept during this period, but also, implicitly, by means of the set of problems related to it as the etiology of neurosis and of the major clinical cases of Freud: Dora, Rat Man and Wolf Man. Thus, primarily we searched for the notion of trauma and its ramifications throughout the wok and, afterwards, we performed a study of these three clinical cases, looking up for possible traumatic configurations in the history of their protagonists. We came to the understanding that Freud does not always treat the same kind of trauma throughout his writings: the term remains, but with different meanings. There would be, therefore, implicit subtypes of trauma in the Freudian discourse trauma by rupture, trauma as lack of mediation between fantasy and reality and, yet, clues to think of a trauma as a narcissistic fault. From these subtypes, we approached the clinical consequences of the reinterpretation of this concept, from the differential diagnosis viewpoint. Next, we pointed out how the eminently economic aspect that permeates the category of trauma influenced in Freuds view about the devices used by the analyst in the clinic. Following the ramifications, as well as the clinical scope of the notion of trauma, consists in a task that may offer us theoretical tools for the understanding of the types of traumatic constellations underlying the intolerable suffering of those who look for the psychoanalytic clinic
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