Características da função respiratória em indivíduos com deformidade dentofacial

As deformidades dentofaciais (DDF) compreendem alterações no equilíbrio dentofacial que comprometem a estética e a funcionalidade do sistema estomatognático. O crescimento e desenvolvimento craniofacial são influenciados pela respiração, porém as condições respiratórias nesses indivíduos são pouco a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silva, Leticia Korb da
Other Authors: Felix, Giedre Berretin
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-05062013-101328/
Description
Summary:As deformidades dentofaciais (DDF) compreendem alterações no equilíbrio dentofacial que comprometem a estética e a funcionalidade do sistema estomatognático. O crescimento e desenvolvimento craniofacial são influenciados pela respiração, porém as condições respiratórias nesses indivíduos são pouco abordadas na literatura. O presente trabalho teve por objetivo caracterizar a função respiratória de indivíduos com deformidade dentofacial em relação às vias aéreas superiores e inferiores, bem como aos aspectos da respiração voltados para a fonação, neste mesmo grupo de indivíduos. Para isso foram avaliados 40 indivíduos adultos, divididos em três grupos equilibrados de acordo com gênero e idade: GC (14 indivíduos com equilíbrio dentofacial, Classe I e Padrão I); DDFII (12 indivíduos com DDF, Classe II e Padrão II) e DDFIII (14 indivíduos, Classe III e Padrão III), estando os dois últimos em tratamento ortodôntico preparatório para a cirurgia ortognática. Os pacientes foram submetidos ao exame miofuncional orofacial para avaliação de tipo e modo respiratório, fluxo nasal e possibilidade de uso nasal, utilizando o Protocolo MBGR, bem como à espirometria para avaliação da capacidade respiratória. Foi realizada, ainda, a medida de fluxo aéreo expiratório utilizando espelho milimetrado e calculada a área de embaçamento provocado pelo fluxo. Também foi obtido tempo de fonação de /s/. Na comparação entre os grupos foram utilizados os testes Kruskall-Wallis e teste t; para a comparação entre os aspectos estudados foram aplicados os testes estatísticos Qui Quadrado e ANOVA; para correlações, utilizou-se Pearson e Spearman. Os resultados demonstraram maior ocorrência do tipo respiratório médio superior para os diferentes grupos. No que diz respeito ao modo, mais da metade dos participantes com DDF apresentou respiração oronasal ou oral, sendo que ao realizar a comparação entre os grupos, foi encontrada diferença entre o DDFII e os demais grupos estudados (p<0,001). Quanto ao fluxo expiratório nasal, a maioria dos indivíduos dos grupos DFFII e DDFIII apresentou fluxo reduzido unilateralmente, enquanto para o GC foi simétrico, tendo-se verificado diferença significante entre os grupos com DDF e GC (p=0,011). Quanto à possibilidade de uso nasal, os grupos DFFII e DFFIII apresentaram semelhanças, porém o grupo DFFII apresentou menor tempo de uso nasal em relação aos outros grupos (p<0,001). No escore do Protocolo MBGR, o grupo DFFII apresentou os escores mais altos, ou seja, os piores resultados, ao comparar com os demais grupos (p<0,001). Com relação aos exames objetivos (área do embaçamento do espelho de Altmann, capacidade vital e suporte de ar disponível), a análise estatística não evidenciou diferença significante entre os grupos para todos os aspectos considerados (p>0,05). Por fim, foi encontrada correlação negativa quanto ao tempo fonatório de /s/ e o escore do MBGR correspondente à função respiratória. Concluiu-se que os grupos com DDF apresentam semelhante tipo respiratório, capacidade vital e menor suporte respiratório para a fonação, se comparados ao GC. Além disso, foi verificado que os indivíduos com DDF apresentam modo respiratório oral/oronasal, possibilidade de uso nasal reduzida e menor fluxo expiratório nasal, sendo que os prejuízos na função respiratória influenciaram a utilização do ar para a fonação. === Dentofacial deformities (DFD) are comprised of alterations of the dentofacial balance that compromise the aesthetics and functionality of the stomatognathic system. Craniofacial growth and development are influenced by breathing, however, the conditions of the upper and lower airways in these individuals are poorly addressed in the literature. The present study aimed to characterize the respiratory function in individuals with dentofacial deformities in relation to the upper and lower airways, as well as the aspects of breathing focused on phonation in this same group of individuals. To do so, we evaluated 40 adult individuals who were divided into three groups, balanced by gender and age: GC (14 individuals with dentofacial balance, Class I and Standard I); DFDII (12 individuals, Class II and Standard II) and DFDIII (14 individuals, Class III and Standard III), the latter two in preparatory orthodontic treatment for orthognathic surgery. The subjects were submitted to an Orofacial Myofunctional examination for the evaluation of respiratory type and mode, nasal flow and potential of nasal ability as well as spirometry to evaluate the respiratory capacity. We even performed a measure of expiratory airflow using a graded mirror and calculated the area of haze caused by the flow in cm2, utilizing the Image Pro Plus program. A phonation time of /s/ was also obtained. The qualitative and quantitative variables were submitted to the statistical Chi Square and ANOVA tests, respectively, for the comparison between the groups we utilized the Kruskal-Wallis and t-test, and for the correlations we utilized the Pearson and Spearman tests. The results showed that regarding the respiratory tract, the most prevalent was the upper middle for the different groups. With respect to the mode, more than half of the participants with dentofacial deformities presented oro-nasal or oral breathing, and when performing a comparison between the groups, a difference was found between the DFDII and the other studied groups (p<0.001). With regards to the nasal expiratory flow, most individuals from the DFFII and DDFIII groups showed a reduced flow to the right or to the left, while the GC group was symmetrical, and significant differences were verified between the groups with DFD and GC (p=0.011). Regarding the possibility of nasal use, the DFDII and DFDIII groups presented similarities, however, the DFDII group presented the highest occurrence of possibility of nasal use under one minute when compared to the other groups (p<0.001). In the MBGR Protocol score, the DFDII group had the highest scores, in other words, the worst results when compared to the other groups (p<0.001). With regard to the objective tests (area of haze of the Altmann mirror, vital capacity and available air support), the statistical analysis presented no significant differences between the groups for all aspects considered (p>0.05). Finally, a negative correlation was found regarding the phonation time of /s/ and the MBGR score. It was concluded that individuals with DFD presented an oral / oronasal respiratory mode, a possibility of reduced nasal use, reduced expiratory nasal flow and medium / high respiratory type. Furthermore, it was verified that groups with DFD presented similar vital capacity and lower respiratory support for phonation, when compared to the GC group.