Corpo, subjetividade e experiência-limite: considerações sobre sujeito e corpo no pensamento foucaultiano
O presente trabalho busca compreender como corpo e sujeito são abordados no pensamento foucaultiano, analisando tanto textos provenientes de sua tríade canônica (arqueologia, genealogia e ética), quanto textos não-canônicos, produzidos ao longo de sua vida. Malgrado o corpo não seja um dos conceitos...
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Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
2015
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Body corpo ethics ética Filosofia contemporânea Foucault Foucault Michel Michel subjectivity subjetividade Silva, Mauricio Júnior Rodrigues da Corpo, subjetividade e experiência-limite: considerações sobre sujeito e corpo no pensamento foucaultiano |
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O presente trabalho busca compreender como corpo e sujeito são abordados no pensamento foucaultiano, analisando tanto textos provenientes de sua tríade canônica (arqueologia, genealogia e ética), quanto textos não-canônicos, produzidos ao longo de sua vida. Malgrado o corpo não seja um dos conceitos fundamentais do pensamento foucaultiano, ainda assim ele está presente em diversos momentos de sua obra. Da arqueologia aos estudos da ética, é possível notar um corpo que apresenta significações distintas, mas que em geral, opera no interstício entre a materialidade e a história. Ao analisar a constituição histórica da sexualidade, Foucault formula a noção de biopoder para se referir a um tipo de poder que se exerce sobre os corpos e sobre a população de modo geral. Para o filósofo, o desenvolvimento do biopoder e suas técnicas são uma verdadeira revolução na história da humanidade, porque a partir deles, a vida passa a ser invadida e controlada pelo poder. Diante dessa forma de poder que intervém sobre a vida, o corpo emerge como uma força vital capaz de resistir e integrar suas múltiplas instâncias de atuação. Se até a década de 1970, essa possibilidade de resistência em geral aparece no pensamento foucaultiano de forma negativa, como replicação do poder, a partir dos estudos desenvolvidos por Foucault na década seguinte (estudos da ética), ela pode ser concebida de forma positiva. Essa mudança de perspectiva está diretamente relacionada à forma como a subjetividade é formulada nos estudos da ética. Uma das diferenças do momento ético em relação aos anteriores é que nele a subjetividade pode ser entendida não somente a partir das instâncias de saber-poder, como também a partir do movimento histórico do sujeito consigo mesmo. Diante desse movimento histórico do si, a pesquisa busca também questionar acerca da possibilidade de se compreender o corpo a partir do conceito de experiência limite , que é tratado por Foucault em alguns textos das décadas de 1960 e 1970, e que pode ser entendido como uma experiência capaz de suscitar a diferença por meio da separação do sujeito de si mesmo.. === Althouth the body is not one of the central concepts of Foucault\'s thought, it is still present in many moments of his work. From the archeology to ethical studies, it´s possible to realize that the body has different meanings, but generally operates in the interstices between materiality and history. By analyzing the historical constitution of sexuality, Foucault formulates the notion of biopower to refer to a type of power that is exerted on the bodies and the population in general. For the philosopher, the development of biopower and its techniques are a revolution in human history, because from them, life becomes invaded and controlled by power. Against this form of power that operates on life, the body emerges as a vital force capable of resisting and integrating its multiple instances of action. Until the 70´s, this resistance appears in Foucault\'s thougth in a negatively way, as the power replication, from the studies developed by Foucault in the 80´s (ethics studies), it comes to be seen positively. This change in perspective is directly related to how subjectivity is formulated in ethical studies. One of the differences from an ethical point compared to previous ones is that it subjectivity becomes understood not only from the instances of knowledge-power, but also from a historical movement of the subject itself. Therefore, we must understand how body and subject are covered in Foucault\'s thought, by analyzing texts from its canonical triad (archeology, genealogy and ethics), as some non-canonical texts produced throughout his life. Then, there is a second movement of the research, to question about the possibility of understanding the body from the concept of limit-experience, which is handled by Foucault in some texts of the 60´s and 70´s, and that can be understood as an experience able to raise the difference through the separation of the subject from itself. |
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