Summary: | O processo de envelhecimento vem ganhando destaque em pesquisas de diferentes áreas do conhecimento. A cronologização da vida é uma realidade em todas as sociedades, mas não necessariamente representa a ideia subjetiva que o indivíduo tem sobre o próprio envelhecimento. O aumento da expectativa de vida tem resultado em fenômenos como maior número de mulheres que vivem a fase da velhice e que têm dado um novo significado a essa experiência. As mulheres da pesquisa, que hoje são idosas, vivenciaram uma época em que o matrimônio e maternidade eram tidos como sinônimo de felicidade. Contudo, pouco se fala a respeito de mulheres que não seguiram tais padrões. Assim, foram realizadas entrevistas com quatro mulheres idosas solteiras e sem filhos, de idades entre 72 e 91 anos, a fim de verificar suas percepções de envelhecimento. A partir do relato das histórias de vida, verificou-se que, em relação a elas, o imaginário de uma velhice solitária e sem apoio não é válido. A família e a comunidade exercem uma rede de suporte informal que fornece atenção e suporte. O casamento não foi desejado e muitas vezes foi tratado como algo negativo. O trabalho revelou ser um marcador importante e garantia de subsídios na vida adulta e, após a aposentadoria, na velhice. Do ponto de vista simbólico, a Psicologia Analítica contribuiu para o entendimento subjetivo da experiência de envelhecimento. Imagens arquetípicas das deusas gregas auxiliaram na compreensão das diferentes formas de ser mulher em todas as etapas da vida === The aging process has been gaining prominence in research from several different fields of knowledge. The chronologization of life is a reality in all societies, but it does not necessarily represent the subjective idea that the individual has regarding his own aging. The increase in life expectancy has resulted in phenomena such as a higher number of elderly women, who have given new meaning to this experience. They lived through a time when marriage and maternity were synonymous to happiness. However, little is said about those women who did not follow these patterns. Therefore, interviews were conducted with four women, aged 72 to 91, in order to verify which is the perception of aging for these never-married, childless elders. From their life story accounts, one can perceive the notion of a solitary and forsaken old age does not apply to them. Marriage was not desired and was many times seen as something negative. Instead, work was an important livelihood marker both in adult life and in old age, after retirement. From a symbolic standpoint, analytical psychology contributed to the subjective understanding of the aging experience. Archetypical images of Greek goddesses helped comprehend the different ways of being a woman in all stages of life
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