Características morfogênicas e estruturais de amendoim forrageiro (Arachis pintoi krapovickas & Gregory cv. Belmonte) submetido a intensidades de pastejo sob lotação contínua

A natureza e a magnitude das respostas morfogênicas em plantas forrageiras variam com a disponibilidade de fatores climáticos de crescimento e com as metas de manejo utilizadas, modificando as características estruturais do dossel forrageiro. Nesse cenário, intensidades de desfolhação determinam alt...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Fialho, Cleunice Auxiliadora
Other Authors: Silva, Sila Carneiro da
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2015
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-04052015-110506/
Description
Summary:A natureza e a magnitude das respostas morfogênicas em plantas forrageiras variam com a disponibilidade de fatores climáticos de crescimento e com as metas de manejo utilizadas, modificando as características estruturais do dossel forrageiro. Nesse cenário, intensidades de desfolhação determinam alterações de forma e função nas plantas forrageiras que, por sua vez, definem e caracterizam estratégias de crescimento e perenização e a resistência das plantas ao pastejo. O objetivo deste estudo foi descrever e caracterizar as respostas morfogênicas e as características morfológicas do amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Belmonte) submetido a intensidades de pastejo sob lotação contínua de janeiro de 2013 a março de 2014. Os tratamentos corresponderam a quatro níveis de intensidade de pastejo (severo - S, moderado - M, leniente - L, e muito leniente - ML) representados pelas alturas de pasto de 5, 10, 15 e 20 cm, e foram alocados às unidades experimentais (piquetes de 210 m2) segundo um delineamento de blocos completos casualizados, com 4 repetições. Foram identificados dez estágios de desenvolvimento das folhas de amendoim forrageiro que foram utilizados como referência para a realização das avaliações das respostas morfogênicas. Os folíolos apresentaram simetria dentro dos pares, não havendo a necessidade de mensuração dos quatro folíolos, apenas de um dos folíolos de cada par. A relação relativamente estável entre comprimento e largura dos folíolos permitiu que a área foliar fosse calculada de forma direta desde que um fator de correção (0,71) para a forma elíptica dos folíolos fosse utilizado. Estratégias distintas de crescimento foram utilizadas pelo amendoim forrageiro ao longo do ano. Estas foram caracterizadas por uma relação inversa entre as variáveis indicadoras de tamanho das plantas (comprimento do estolão, comprimento médio entre nós, entre pontos de crescimento e de enraizamento) e aquelas indicadoras de número de indivíduos (densidade de estolões, de nós, de pontos de crescimento e de pontos de enraizamento), com as maiores diferenças registradas nos pastos submetidos aos tratamentos L e VL. De forma geral, o aumento nas variáveis indicadoras de tamanho esteve associado com a diminuição daquelas indicadoras de número de indivíduos. Essa relação parece descrever um processo de segmentação das plantas caracterizado pela formação de unidades menores e autônomas durante o outono que voltam a aumentar de tamanho durante a primavera e verão. Esse processo viabiliza a reprodução clonal das plantas e contribui para a persistência da espécie na área. Pastos submetidos aos tratamentos S e M apresentaram maior taxa de aparecimento de folhas, menor filocrono e menor tamanho final de folhas que pastos submetidos aos tratamentos L e ML. Esse padrão de crescimento resultou em valores relativamente estáveis de IAF para as intensidades de pastejo. O IAF dos pastos variou apenas com a época do ano, refletindo a estacionalidade natural de crescimento das plantas. O amendoim forrageiro apresenta elevada plasticidade fenotípica e capacidade de adaptação ao pastejo, mas é preciso evitar estresses que possam interromper o processo de segmentação durante o outono, uma vez que isso poderia interferir com a perenização das plantas e favorecer o início de processo de degradação da área. === The nature and the magnitude of morphogenetic responses of forage plants vary with the availability of climatic growth factors and with management targets, modifying sward structural characteristics. In this context, defoliation intensity determines changes in plant form and function, which, in turn, define and characterise growth and perennation mechanisms and plant resistance to grazing. The objective of this study was to describe and characterise morphogenetic responses and morphological characteristics of forage peanut (Arachis pintoi cv. Belmonte) subjected to grazing intensities under continuous stocking from January 2013 to March 2014. Treatments corresponded to four levels of grazing intensity (severe - S, moderate - M, lenient - L, and very lenient - VL) represented by the sward management heights of 5, 10, 15 and 20 cm, and were allocated to experimental units (210 m2 paddocks) according to a complete randomised block design with four replications. Ten stages of leaf development were identified and used as reference for evaluations of plant morphogenetic responses. Leaflets were symmetrical within pairs, indicating the possibility of measuring leaf expansion in just one leaflet of each pair. The relatively stable leaflet length:width ratio allowed direct calculations of leaf area since a correction factor (0.71) for the elliptical form of the leaflets was used. Forage peanut used different growth mechanisms throughout the year. These were characterised by an inverse relationship between plant size (stolon length, internode length, distance between growing points and between rooting points) and plant number (stolon density, node density, growing point density and rooting point density), with greater differences recorded on swards subjected to treatments L and VL. In general, the increase in plant size was associated with a reduction in plant number. This relationship seems to describe a plant segmentation process that results in small autonomous units during autumn, that increase again in size during spring and summer. This process ensures plant clonal reproduction and favours persistence. Swards subjected to treatments S and M showed higher rates if leaf appearance, smaller phyllochron and smaller leaves than swards subjected to treatments L and VL. This resulted in LAI values relatively stable across treatments. LAI values varied only with season of the year, reflecting the seasonality of plant growth. Forage peanut is highly phenotypically plasticand adaptated to grazing, but stresses may interrupt the segmentation process during autumn, and this may interfere with plant perennation and favour the beginning of a degradation process.