Summary: | Embora a literatura científica apresente estudos recentes enfocando diferentes abordagens da fisioterapia no tratamento dos pontos gatilhos miofasciais em indivíduos com cervicalgia, ainda existem recursos fisioterapêuticos comumente utilizados na prática clínica do fisioterapeuta que não possuem o devido respaldo científico. Assim sendo, o objetivo do presente estudo foi avaliar o emprego do ultrassom estático e das correntes diadinâmicas sobre pontos gatilhos miofasciais associado a um programa de terapia manual para o tratamento de indivíduos com cervicalgia. Para tal, foram incluídos sessenta voluntários de ambos os gêneros, com idade entre 18 e 45 anos e cervicalgia crônica, além da presença bilateral de pontos gatilhos miofasc iais ativos no músculo trapézio fibras descendentes. Assim, os indivíduos foram randomizados em três grupos com vinte integrantes em cada: Grupo 1 (terapia manual), Grupo 2 (terapia manual + ultrassom estático) ou Grupo 3 (terapia manual + correntes diadinâmicas). Os voluntários foram submetidos a dez sessões de tratamento, duas sessões semanais, durante cinco semanas, sendo os mesmos avaliados em quatro momentos: antes das sessões de tratamento, 48 horas após a primeira sessão fisioterapêutica, após as dez sessões de tratamento e quatro semanas após o término das sessões. Foram empregadas na avaliação a Escala Numérica de Dor, Neck Disability Index, algometria, Escala de Pensamentos Catastróficos sobre Dor, fleximetria, termografia infravermelha e eletromiografia de superfície. Na análise ao longo do tempo, observou-se redução significativa da intensidade de dor, da incapacidade e da catastrofização, e incremento significativo do limiar de dor à pressão nos três grupos (p < 0,05). Para os Grupo 2 e 3, ocorreu incremento significativo na amplitude de movimento de flexão, rotação à direita e à esquerda, e redução significativa da temperatura cutânea à esquerda após a instituição dos recursos fisioterapêuticos (p < 0,05). Além disso, houve incremento significativo na amplitude de movimento de inclinação lateral à direita e redução significativa da temperatura cutânea à direita apenas no Grupo 2 (p < 0,05). Para as comparações entre os grupos, não foi observada interação grupo-versus-tempo para os desfechos intensidade de dor, incapacidade, catastrofização, limiar de dor à pressão, amplitude de movimento da cervical e temperatura cutânea (valor de F variando entre 0,089-1,961; valor de p variando entre 0,106-0,977). Além disso, não foi observada diferença entre os grupos na atividade eletromiográfica (p > 0,05). Diante do exposto, conclui-se que o emprego do ultrassom estático ou correntes diadinâmicas sobre pontos gatilhos miofasciais no músculo trapézio fibras descendentes associado a um protocolo de terapia manual não gera benefícios maiores do que o programa de terapia manual sozinho em indivíduos com cervicalgia crônica. === Although the scientific literature has presented recent studies focusing on different physical therapy approaches to the treatment of myofascial trigger points in individuals with cervicalgia, some of the resources that are still used in the clinical practice of physical therapy are done so without due scientific basis. Therefore, the objective of the present study was to evaluate the use of static ultrasound and diadynamic currents on myofascial trigger points together with a manual therapy program to treat individuals with cervicalgia. For such, we selected sixty volunteers of both genders between the ages of 18 and 45 years, with chronic cervicalgia and the presence of bilateral active myofascial trigger points on the upper trapezius. Thus, individuals were randomly allocated into one of three groups, with twenty participants each: Group 1 (manual therapy), Group 2 (manual therapy + static ultrasound) or Group 3 (manual therapy + diadynamic currents). The volunteers were submitted to ten treatment sessions, consisting of two weekly sessions for five weeks, and were assessed at four points: before the treatment sessions, 48 hours after the first physical therapy session, after ten treatment sessions, and four weeks after the last session. As measuring instruments, we employed the Pain Numeric Rating Scale, the Neck Disability Index, algometry, the Pain Related Self-Statement Scale, fleximetry, infrared thermography and surface electromyography. In our analysis over time, we observed a significant reduction in pain intensity, disability and catastrophizing, and a significant increase in pressure pain threshold in the three groups (p < 0.05). Groups 2 and 3 showed a significant increase in flexion range of motion, left and right rotation, and a significant reduction in skin temperature on the left after implementing the physical therapy resources (p < 0.05). Furthermore, only Group 2 presented a significant improvement in right lateral tilt range of motion and a significant reduction in skin temperature on the right (p < 0.05). There was no group-versus-time interaction for pain intensity, disability, catastrophizing, pressure pain threshold, cervical range of motion, and skin temperature (F-value range: 0.089-1.961, p-value range: 0.106-0.977). Moreover, we found no differences between groups regarding electromyographic activity (p > 0.05). In conclusion, the use of static ultrasound or diadynamic currents on myofascial trigger points on the upper trapezius in association with a manual therapy program does not generate greater benefits than a manual therapy program alone among individuals with chronic neck pain.
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