Summary: | Objetivo: Este trabalho tem como objetivo a avaliação dos resultados funcionais, e da incidência da instabilidade articular mecânica, resultantes do tratamento clínico das lesões ligamentares primárias, agudas e graves do tornozelo (associada a instabilidade articular). Esta lesão é extremamente frequente e acomete indivíduos jovens, economicamente e fisicamente ativos, causando prejuízos pessoais e econômicos importantes. Existe dificuldade no adequado diagnóstico e heterogeneidade na escolha da melhor forma de tratamento. Materiais e métodos: Foram incluídos neste estudo 186 pacientes portadores de lesão ligamentar aguda grave do tornozelo. A amostra foi randomizada em dois grupos de tratamento clínico. Os pacientes incluídos no grupo A foram tratados com uso de imobilização suro podálica imediata (RobofootR), carga permitida conforme tolerado, analgesia, gelo, elevação e mobilização leve da articulação do tornozelo por três semanas. Em seguida foram imobilizados com órtese curta funcional (AircastR esportivo) por mais três semanas, e encaminhado para programa de reabilitação fisioterápico. No grupo B os pacientes foram imobilizados no primeiro atendimento com órtese curta funcional (AircastR esportivo), a carga foi permitida conforme tolerado, analgesia, gelo, elevação e mobilização leve da articulação realizadas por três semanas, e em seguida foram encaminhados para programa de tratamento fisioterápico, como no grupo A. Os pacientes são avaliados clínica e radiograficamente para determinar a limitação funcional nas diversas fases do processo cicatricial, e a presença de instabilidade residual nos tornozelos. Resultados: Não encontramos diferença significativa com relação à evolução para instabilidade mecânica entre os grupos. Da mesma forma não houve diferença na incidência de dor, mas a avaliação através do método de pontuação da Associação Americana dos Cirurgiões de pé e tornozelo (AOFAS) mostrou melhores resultados nos pacientes submetidos ao tratamento com órtese funcional (grupo B). Conclusões: O tratamento das lesões ligamentares graves através do uso de órtese funcional tem melhores resultados do que o tratamento com órtese rígida. A incidência de instabilidade crônica foi muito pequena nos dois grupos === Objective: The objective of this study is to investigate functional results and the incidence of mechanical ankle instability, following conservative treatment of the first episode involving severe lateral ankle ligamentar lesions (with articular instability). This common lesion most often affects young, professional and physically active patients, causing serious personal and economic consequences. Adequate diagnosis is challenging and treatment alternatives for these lesions vary considerably. Methods and cases: 186 patients with severe lateral ankle ligamentar lesions were included in this study. Patients were randomized in two conservative treatment option groups. In group A, patients were treated with long ankle orthosis (RobofootR), comfortable weight bearing allowed, pain management, ice and elevation with restricted joint mobilization for three weeks. After this, they were placed in a short, functional orthosis (AircastR) for an additional three weeks period, with rehabilitation program commencing. In group B, patients were initially immobilized using a functional orthosis (sportive AircastR), and followed the above mentioned sequences for patients in group A. Patients were clinically and radiographically evaluated to determine the functional deficit in each phase, and the presence of ankle residual instability. Results: No significant differences were found in relation to the residual mechanical ankle instability between both groups. Additionally no differences were found in pain intensity, however, the functional evaluation using the American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AOFAS) ankle and hind foot score system showed better results in the functional orthosis treatment group (group B). Conclusions: The treatment of severe lateral ankle ligamentar lesions, using functional orthosis, has shown better results over those treated with a rigid orthosis, and both methods presented a very low incidence of residual chronic instability
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