Summary: | Os melanomas possuem diferentes comportamentos entre as espécies, sendo de grande importância a caracterização do mecanismo molecular que influencia tal diversidade comportamental. Objetivou-se neste estudo avaliar as características moleculares das neoplasias melanocíticas uveais em cães, a fim de compreender as diferenças entre o melanoma uveal humano e o canino. Foram utilizados 64 olhos de 64 cães com diagnóstico de neoplasia intraocular primária de origem melanocítica. Com base nos critérios histopatológicos estabelecidos foram diagnosticados 37 melanocitomas e 27 melanomas. Não houve predominância sexual e cães sem raça definida, Labrador Retriever e Cocker Spaniel Inglês foram os mais acometidos. Foram analisadas características morfológicas, taxa de mitose, grau de pigmentação, presença de extensão extraocular, localização, infiltrado inflamatório, loop vascular e necrose. Foi realizada análise imunoistoquímica avaliando os marcadores Melan-A, HMB-45, Ki-67 e COX-2. O Melan-A mostrou ser mais sensível, sendo expresso em 53,1% dos casos, enquanto o HMB-45 foi positivo em apenas 31,2% dos casos. O Melan-A e o HMB-45 foram menos frequentes nos melanocitomas comparado com os melanomas. Em 23 casos, nenhum dos dois marcadores reagiu. Os resultados do marcador de proliferação Ki-67 revelaram maior positividade entre os melanomas, com média do índice Ki-67 de 37,8%, enquanto a média dos melanocitomas foi de 15%. Não houve diferença estatística da marcação do Ki-67 com os tipos celulares dentre os melanomas. A COX-2 reagiu positivamente na maioria dos casos e não foi observada diferença estatística entre melanocitomas e melanomas. Dentre os melanomas não houve diferença estatística entre os tipos celulares para a marcação da COX-2. Os achados aqui discutidos revelam interessantes diferenças e similaridades entre as neoplasias melanocíticas uveais no homem e no cão === Melanomas have different behavior between species and is of great importance to characterize the molecular mechanism influencing this behavioral diversity. The objective of this study was to evaluate the molecular characteristics of uveal melanocytic neoplasias in dogs, in order to understand the differences between uveal melanoma in humans and dogs. Sixty-four eyes of 64 dogs diagnosed with primary intraocular neoplasia of melanocytic origin were studied. Based on the established histopathological criteria 37 melanocytomas and 27 melanomas were diagnosed. There was no sexual predominance and mixed breed dogs, Labrador Retriever and English Cocker Spaniel were the most affected. Morphological features, mitotic rate, degree of pigmentation, presence of extraocular extension, location, inflammatory infiltrate, vascular loop and necrosis were analyzed. Immunohistochemical analysis was performed to evaluate markers such as Melan-A, HMB-45, Ki-67 and COX-2. The Melan-A was more sensitive and expressed in 53.1% of cases, while the HMB-45 was positive in only 31.2%. The Melan-A, and HMB-45 were less frequent in melanocytomas compared to melanomas. In 23 cases, neither markers reacted. The results of the Ki-67 showed higher positivity among melanomas, mean Ki-67 index of 37.8%, while melanocytomas showed mean of 15%. There was no statistical difference in the Ki-67 labeling among melanoma's cell types. COX-2 reacted positively in most cases and found no statistically significant difference between melanocytomas and melanomas. Among the melanomas, there was no statistical difference between the cell types for COX-2. The findings discussed here reveal interesting differences and similarities between the uveal melanocytic neoplasms in humans and dogs
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