Avaliação cognitiva e estresse: um estudo com gestantes com e sem intercorrências clínicas

As naturezas das queixas acerca das alterações cognitivas no período gestacional ainda não estão estabelecidas na literatura. Mulheres com intercorrências clínicas nesse período são consideradas gestantes de alto risco. Essas gestantes pela particularidade de sua gravidez passam pelo período gestaci...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Maia, Fabiana Chaves
Other Authors: Benute, Glaucia Rosana Guerra
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2017
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-03052017-152115/
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Cognição
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Estresse
Gestação
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Inteligência
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Neuropsicologia
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Inteligência
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Maia, Fabiana Chaves
Avaliação cognitiva e estresse: um estudo com gestantes com e sem intercorrências clínicas
description As naturezas das queixas acerca das alterações cognitivas no período gestacional ainda não estão estabelecidas na literatura. Mulheres com intercorrências clínicas nesse período são consideradas gestantes de alto risco. Essas gestantes pela particularidade de sua gravidez passam pelo período gestacional supostamente, com maior influência de estresse. O estresse é uma resposta adaptativa do organismo a uma situação de perigo. Os objetivos deste estudo foram verificar a associação entre gestação sem intercorrências clínicas (G1), gestação com intercorrências clínicas (G2) e presença de estresse, além de realizar a comparação entre estresse e memória episódica e semântica, atenção, velocidade de processamento, funções executivas e inteligência nos grupos G1 e G2. Método: estudo transversal realizado com 161 gestantes no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foi utilizada entrevista dirigida e Inventário de Sintomas de Stress para Adultos da Lipp (ISSL) para verificação de sintomas de estresse. Foi realizado avaliação das funções cognitivas por meio dos testes: Escala Wechsler de Inteligência (WAIS III), Hopkins Verbal Learning Test (HVLT) e teste D2 de atenção. A análise estatística dos dados sócio-demográficos foram realizadas através dos teste t student, teste Qui-Quadrado e teste Exato de Fischer. A associação entre as funções cognitivas e os sintomas de estresse em cada grupo foi realizada por meio do teste não paramétrico Mann Whitney para duas amostras independentes. Para a comparação entre os grupos foi utilizado o teste não paramétrico Kruskall Wallis. Quando constatado significância estatística no teste Kruskal Wallis, os dados foram submetidos ao teste de Dunn para comparações múltiplas dois por dois considerando uma correção no valor p para múltiplas comparações. E por fim foi realizada análise de regressão linear múltiplas com intuito de verificar se as significâncias estatística são consistentes mesmo após ajustado com as variáveis de confusão. Em todas as análises foi considerado significância estatística com p=0,05. Resultados: Não constatou-se significância estatística entre sintomas de estresse e os grupos G1 e G2 (p=0,120). Encontrou-se significância estatística entre estresse e atenção concentrada no G1 (p=0,034) e entre estresse e memória episódica no G2 (P=0,037). Na comparação entre os grupos houve significância estatística entre gestantes com intercorrências clínicas e com estresse (CIC+E) e gestantes sem intercorrências clínicas e com estresse (SIC+E) em atenção concentrada (p ajustado=0,001), atenção seletiva (p ajustado=0,009) e memória operacional (p ajustado=0,015). Constatou-se ainda significância estatística entre gestantes sem intercorrências clínicas e sem estresse (SIC-E) e gestantes com intercorrências clínicas e com estresse (CIC+E) em memória episódica imediata (p ajustado < 0,001) e memória episódica tardia (p ajustado=0,001). Conclusão: A presença de sintomas positivos para estresse em gestantes sem intercorrências clínicas alterou o funcionamento frontal cerebral, com aumento do desempenho em atenção concentrada; atenção seletiva e de memória operacional em comparação a gestantes com intercorrências clínicas e estressadas === The nature of complaints about cognitive changes in the gestational period is not yet established in the literature. Women with clinical complications in this period are considered high-risk pregnant women. These pregnant women, due to the particularity of their pregnancy, supposedly go through the gestational period with greater influence of stress. Stress is an adaptive response of the body to a dangerous situation. The objectives of this study were to verify the association between gestation without clinical complications (G1), gestation with clinical complications (G2) and presence of stress, besides comparing stress and episodic and semantic memory, attention, processing speed, executive functions and intelligence in groups G1 and G2. Method: a cross-sectional study with 161 pregnant women in the Department of Obstetrics and Gynecology, Faculty of Medicine, University of São Paulo. Direct interview was used to assess sociodemographic data and Lipp Adult Stress Symptom Inventory (ISSL) was used to assess stress symptoms. The evaluation of cognitive functions was performed using the following tests: Wechsler Intelligence Scale (WAIS III), Hopkins Verbal Learning Test (HVLT) and D2 attention test. Statistical analysis of the sociodemographic data was carried out using Student\'s t test, Chi-Square test and Fisher\'s exact test. The association between cognitive functions and stress symptoms in each group was performed using the non-parametric Mann Whitney test for two independent samples. Kruskall Wallis non-parametric test was used to compare the groups. When statistical significance was found in the Kruskal Wallis test, the data were submitted to the Dunn test for multiple comparisons two by two considering a correction in p value for multiple comparisons. Finally, multiple linear regression analysis was performed to verify if statistical significance was consistent even after adjusting for the confounding variables. Statistical significance was considered in all analyzes with p = 0.05. Results: There was no statistical significance between stress symptoms and groups G1 and G2 (p = 0.120). Statistical significance was found between stress and concentrated attention on G1 (p = 0.034) and between stress and episodic memory in G2 (p = 0.037). In the comparison between the groups, there was statistical significance between pregnant women with clinical complications and stress (CIC + E) and pregnant women without clinical complications and with stress (SIC + E) in concentrated attention (adjusted p = 0.001), selective attention (adjusted p = 0.009) and operating memory (adjusted p = 0.015). Statistical significance was also verified among women without clinical complications and without stress (SIC-E) and pregnant women with clinical complications and with stress (CIC + E) in immediate episodic memory (adjusted p < 0.001) and late episodic memory (adjusted p = 0.001). Conclusion: The presence of positive symptoms for stress in pregnant women without clinical complications altered the cerebral frontal functioning, with increased performance in concentrated attention; selective attention and operational memory in comparison to pregnant women with clinical complications and stressed
author2 Benute, Glaucia Rosana Guerra
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Os objetivos deste estudo foram verificar a associação entre gestação sem intercorrências clínicas (G1), gestação com intercorrências clínicas (G2) e presença de estresse, além de realizar a comparação entre estresse e memória episódica e semântica, atenção, velocidade de processamento, funções executivas e inteligência nos grupos G1 e G2. Método: estudo transversal realizado com 161 gestantes no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foi utilizada entrevista dirigida e Inventário de Sintomas de Stress para Adultos da Lipp (ISSL) para verificação de sintomas de estresse. Foi realizado avaliação das funções cognitivas por meio dos testes: Escala Wechsler de Inteligência (WAIS III), Hopkins Verbal Learning Test (HVLT) e teste D2 de atenção. A análise estatística dos dados sócio-demográficos foram realizadas através dos teste t student, teste Qui-Quadrado e teste Exato de Fischer. A associação entre as funções cognitivas e os sintomas de estresse em cada grupo foi realizada por meio do teste não paramétrico Mann Whitney para duas amostras independentes. Para a comparação entre os grupos foi utilizado o teste não paramétrico Kruskall Wallis. Quando constatado significância estatística no teste Kruskal Wallis, os dados foram submetidos ao teste de Dunn para comparações múltiplas dois por dois considerando uma correção no valor p para múltiplas comparações. E por fim foi realizada análise de regressão linear múltiplas com intuito de verificar se as significâncias estatística são consistentes mesmo após ajustado com as variáveis de confusão. Em todas as análises foi considerado significância estatística com p=0,05. Resultados: Não constatou-se significância estatística entre sintomas de estresse e os grupos G1 e G2 (p=0,120). Encontrou-se significância estatística entre estresse e atenção concentrada no G1 (p=0,034) e entre estresse e memória episódica no G2 (P=0,037). Na comparação entre os grupos houve significância estatística entre gestantes com intercorrências clínicas e com estresse (CIC+E) e gestantes sem intercorrências clínicas e com estresse (SIC+E) em atenção concentrada (p ajustado=0,001), atenção seletiva (p ajustado=0,009) e memória operacional (p ajustado=0,015). Constatou-se ainda significância estatística entre gestantes sem intercorrências clínicas e sem estresse (SIC-E) e gestantes com intercorrências clínicas e com estresse (CIC+E) em memória episódica imediata (p ajustado < 0,001) e memória episódica tardia (p ajustado=0,001). Conclusão: A presença de sintomas positivos para estresse em gestantes sem intercorrências clínicas alterou o funcionamento frontal cerebral, com aumento do desempenho em atenção concentrada; atenção seletiva e de memória operacional em comparação a gestantes com intercorrências clínicas e estressadas The nature of complaints about cognitive changes in the gestational period is not yet established in the literature. Women with clinical complications in this period are considered high-risk pregnant women. These pregnant women, due to the particularity of their pregnancy, supposedly go through the gestational period with greater influence of stress. Stress is an adaptive response of the body to a dangerous situation. The objectives of this study were to verify the association between gestation without clinical complications (G1), gestation with clinical complications (G2) and presence of stress, besides comparing stress and episodic and semantic memory, attention, processing speed, executive functions and intelligence in groups G1 and G2. Method: a cross-sectional study with 161 pregnant women in the Department of Obstetrics and Gynecology, Faculty of Medicine, University of São Paulo. Direct interview was used to assess sociodemographic data and Lipp Adult Stress Symptom Inventory (ISSL) was used to assess stress symptoms. The evaluation of cognitive functions was performed using the following tests: Wechsler Intelligence Scale (WAIS III), Hopkins Verbal Learning Test (HVLT) and D2 attention test. Statistical analysis of the sociodemographic data was carried out using Student\'s t test, Chi-Square test and Fisher\'s exact test. The association between cognitive functions and stress symptoms in each group was performed using the non-parametric Mann Whitney test for two independent samples. Kruskall Wallis non-parametric test was used to compare the groups. When statistical significance was found in the Kruskal Wallis test, the data were submitted to the Dunn test for multiple comparisons two by two considering a correction in p value for multiple comparisons. Finally, multiple linear regression analysis was performed to verify if statistical significance was consistent even after adjusting for the confounding variables. Statistical significance was considered in all analyzes with p = 0.05. Results: There was no statistical significance between stress symptoms and groups G1 and G2 (p = 0.120). Statistical significance was found between stress and concentrated attention on G1 (p = 0.034) and between stress and episodic memory in G2 (p = 0.037). In the comparison between the groups, there was statistical significance between pregnant women with clinical complications and stress (CIC + E) and pregnant women without clinical complications and with stress (SIC + E) in concentrated attention (adjusted p = 0.001), selective attention (adjusted p = 0.009) and operating memory (adjusted p = 0.015). Statistical significance was also verified among women without clinical complications and without stress (SIC-E) and pregnant women with clinical complications and with stress (CIC + E) in immediate episodic memory (adjusted p < 0.001) and late episodic memory (adjusted p = 0.001). Conclusion: The presence of positive symptoms for stress in pregnant women without clinical complications altered the cerebral frontal functioning, with increased performance in concentrated attention; selective attention and operational memory in comparison to pregnant women with clinical complications and stressed Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP Benute, Glaucia Rosana Guerra 2017-02-08 Dissertação de Mestrado application/pdf http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-03052017-152115/ pt Liberar o conteúdo para acesso público.