Summary: | Neste estudo, partimos do pressuposto de que o conhecimento dos fenômenos da realidade, em seu aspecto qualitativo, são manifestações de seu conteúdo que devem estar à frente de qualquer processo de apreensão apoiado em bases quantitativas, em que pese ser este uma necessidade ao conhecimento, demandada pela possibilidade de reconhecimento do real por sua estrutura. O conhecimento do específico pressupõe, em nosso entender, a particularidade que assume força de compartilhamento ou relações específicas entre o ser social e a espacialidade produzida. Espaço geográfico é, assim, o resultado de processos sempre inacabados da realidade, e, a região é nesse sentido, um reflexo de espacialidade provisória. A região é entendida neste estudo como fenômeno complexo, devendo ser compreendida através da incerteza que caracteriza o real, e que como realidade precisa ser compreendida. E, uma forma admitida para isto, é o mapa, tido como instrumento capaz de sintetizar o que os conteúdos da apreensão do aspecto regional, a partir do real, refletem. Desse modo, o processo de apreensão de tais conteúdos pensados à luz de conceitos geográficos de região, e, consubstanciados por uma Teoria do Conhecimento, com vistas à sua representação em mapa, foi o que, de certo modo, nos conduziu no percurso deste estudo. Entender a região, não foi objetivo principal aqui, mas a força dos diversos conceitos que a representa. Essa pluralidade conceitual e a persistência destes, ao lado das teorias que os fundamentam, terminam por influenciar várias escolhas na sua cartografia. A força dos conceitos a que nos referimos aqui, está em sua dimensão empírica, portanto, na realidade. Para tanto, a realização cartográfica depende da escala de apreensão do fenômeno. A escala no nível conceitual é para o fenômeno da região, o alcance da manifestação regional, o ponto de partida admitido a que este estudo se refere a região compreendida a partir da realidade empírica. Encontra-se desse modo, como solução mais adequada às cartografias da região, a forma de entendimento que cada pesquisador admite no exercício da reflexão sobre a realidade, cuja consciência e compromisso com critérios de verdade, conferem ao lado dos instrumentos técnicos, a conformação do aspecto regional. Ressalta-se, entretanto, que limitações próprias do processo de conhecimento, o seu caráter estruturador e generalizador, associadas aos métodos cartográficos que privilegiam funções automáticas nesse processo, terminam por elaborar um mapa inadequado. Contudo, o método para a solução disso repousa, em nosso entender entre a síntese do concreto pensado e a síntese cartográfica, designada nesse estudo de esforço de totalidade, ou ainda, síntese raciocinada. Esse método, entretanto, caracteriza-se por refutar veementemente critérios quantitativos apenas, como ponto de partida da realização cartográfica, às vezes, desprezando aspectos qualitativos. Além disso, consideramos que a força da razão mobiliza tais aspectos qualitativos na apreciação crítica da realidade pelo sujeito cognoscente, e que está em sua intenção as motivações do fazer cartográfico. Desse modo, as limitações próprias da estruturação do conhecimento não participam tão ativamente da escolha dos conteúdos a serem considerados na cartografia para a Geografia. Isto se dá pela consciência de que somos influenciados por uma dimensão da realidade que não é geométrica. Assim, o esforço de totalidade pode validar a concepção do mapa da realidade complexa, desde que se priorize uma leitura qualitativa, e que não se prescinda da eleição de um conceito de região ancorado na dimensão empírica da realidade, como procedimento que anteceda a todo o processo. === In this study, we depart from the principle that the knowledge of the phenomena of reality in its qualitative aspects are manifestations of its content, that should be ahead of any process of understanding supported by quantitative basis, in which weight to be a necessity of knowledge, demanded by the possibility of recognition of the real by it structures. The knowledge of the specific presumes, in our understanding, the particularity that assumes force of sharing or specific relations between being social with the produced space. Geographical space is, in this way, the result of always unfinished processes of reality, and, the region, in this sense is a reflex of provisional space. The region is understood in this study as a complex phenomenon, and should be comprehended through the uncertainty that characterizes the real, and that, as reality needs to be comprehended. And a way to do so, is through a map, Known as an instrument capable of synthesize the contents of understanding of the regional aspect, reflected through the real. This way, the process of understanding such contents are thought through the study of geographic concepts of the region, and, consolidated by a knowledge Theory, aiming its representation in maps. It was somehow, what guided us in this route. Understanding the region was not the main objective in this study, but the strength of various concepts that represent it. This conceptual plurality and the persistence of these ones, added to theories that base them, result in the influence of many choices in its cartography. The strength of the concepts which we raise in this work is in its empirical dimension, therefore, in reality. Thus, the cartography accomplishment depends on the scale of the phenomenon understanding. The scale in the conceptual level is to the phenomenon of the region and the reaching of the regional manifestation, the starting point to which this study refers to is the region comprised thence forward the empirical reality. This manner we come across as the most adequate solution the cartography of the region, the way each researcher acknowledges the reflection of realty, in which conscience and commitment with real criteria, integrated to the technical instruments, are the configuration of the regional aspect. We emphasize however, that typical limitations of the knowledge process, its structural and generalized character, associated to the cartography methods that privilege automatic functions in this process, conclude to the elaboration of an inadequate map. However, the method for this solution lies, in our understanding, between the synthesis of the real that is thought and the cartography synthesis, designated in this study of totality, or even, thought over synthesis. This method, however, is characterized by the strongly deny of only the quantitative criteria, as a starting point for the cartography, and sometimes scorning qualitative aspects. Moreover, we consider that the strength of reason encourage such qualitative aspects in the critic evaluation of reality, by the reasonable person who has his/her purposes about the motivations of the cartography creation. In such way, the typical limitations of the structural knowledge do not take part effectively in the choice of the contents to be considered in the cartography to the Geography. This happens by the conscience that understands we are influenced by the extent of reality that is not geometrical. So, the effort of totality can validate the concept of map of complex reality, since it prioritizes a qualitative reading, and that do not dismiss the election of a concept of region based in the empirical dimension of reality, as a process that comes before all processes.
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