Comparação molecular entre células-tronco mesenquimais de membrana amniótica de cão e de gato

As membranas amnióticas humana, felina e canina representam uma boa fonte de célulastronco mesenquimais multipotentes. Sua obtenção não causa conflitos éticos, pois o âmnio é comumente descartado após o nascimento do indivíduo. Devido à característica inovadora da utilização de células-tronco na med...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cardoso, Mariana Trés
Other Authors: Ambrosio, Carlos Eduardo
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2015
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-03022016-091632/
Description
Summary:As membranas amnióticas humana, felina e canina representam uma boa fonte de célulastronco mesenquimais multipotentes. Sua obtenção não causa conflitos éticos, pois o âmnio é comumente descartado após o nascimento do indivíduo. Devido à característica inovadora da utilização de células-tronco na medicina regenerativa, diversos testes estão sendo realizados a fim de sanar dúvidas sobre possíveis complicações de seu emprego, tais como: infecções no ato da aplicação, deterioração da função tecidual e principalmente sobre o potencial tumorigênico das linhagens celulares. O teste tumoral foi negativo nas espécies felina e humana, viabilizando a utilização deste tipo de célula nestas espécies, porém, o mesmo teste foi realizado em cães anteriormente com resultado positivo para formação tumoral. A proposta deste estudo é traçar um perfil comparativo sobre as características de cultivo, marcadores moleculares e ensaio tumoral na membrana amniótica canina e felina. Para a obtenção das células, foram utilizadas placentas oriundas de 9 gestações caninas nas idades entre 35 a 45 dias, 1 gestação canina de 25 dias e 3 gestações felinas nas idades de 35 a 45 dias por procedimento de cesariana seguida de castração em clínicas da região de Pirassununga. O âmnio foi separado manualmente das outras membranas fetais e acondicionado em placas de Petri, submetido à maceração manual, para posterior cultivo em meio adequado para cultura de células mesenquimais. Após o estabelecimento do cultivo, foram realizadas análises de imunocitoquímica para marcadores mesenquimais (CD73, CD90 e CD105) e tumoral (CD30) sendo que as células de origem canina mostraram-se positivas para os marcadores mesenquimais CD73, CD90 e para o marcador tumoral CD30 e as de origem felina mostraram-se positivas para os marcadores mesenquimais CD73, CD90 e CD105. O ensaio in vivo realizado com a inoculação das CT\'s canina e felina em camundongos imunossuprimidos (Balb/c NUDE) pelas vias subcutânea, intramuscular e intraperitoneal não demonstrando formação tumoral após 60 dias da inoculação. Foram realizadas análises de citometria de fluxo onde as maiores quantificações nas células caninas foram os marcadores de pluripotência (OCT-4 e SOX2, com 59,4% e 34,35% respectivamente), e felinas foram os marcadores mesenquimais (CD73 e CD90, com 32,58% e 23,48%). A análise de qPCR das células felinas demonstrou baixa, expressão de todos os genes testados (mesenquimais, pluripotência, hematopoiético e teratogênico). Já as células de origem canina, demonstraram expressão maior do gene mesenquimal (CD90) e do gene de pluripotência (SOX2 e OCT4). Os achados deste estudo demonstraram por ambas as técnicas (citometria e qPCR) que as células da membrana amniótica felina tem um potencial mesenquimal mais evidente do que as caninas e ambas não apresentaram potencial tumorigênico quando submetidas ao ensaio in vivo. === Human, feline and canine amniotic membranes are a good source of multipotent mesenchymal stem cells. The obtaining does not cause ethical conflict because the amnion is usually discarded after the birth. Due to the innovative feature of the use of stem cells in regenerative medicine, several tests are being conducted to answer some questions about possible complications of its use, such as infections during application, deterioration of tissue function and particularly on the carcinogenic potential of amniotic stem cells. Teratoma formation assays were proved negative in feline and human species, enabling the use of this type of cell in these species, however, the same test was performed in dogs previously and was positive for teratomas, condemning its application. The purpose of this study is to trace a molecular profile and detailed teratogenic test, comparing the canine and feline amniotic membrane model, since the experiments were favorable to the feline model, in order to find out where they differ to justify the new data to counteract the results of previous studies using canine amnion. To obtain cells, it were used placentas from 9 pregnant canines between 35 to 45 days of gestation, one placenta at 25 days from canine and 3 placentas from feline at 35 to 45 days. It was realized caesarean and followed ovarian salpingo hysterectomy at veterinarian clinics on Pirassununga region. The amnion was manually separated from the other fetal membranes and placed on Petri dishes. Then was made a manual maceration, later to be cultivated. After culture establishment were performed immunocytochemical analyzes for mesenchymal (CD73, CD90 and CD105) and teratogenic (CD30) markers. The canine cells were positive to the following markers: CD73, CD90 and CD30 and the feline cells were positive for CD73, CD90 and CD105. Teratogenic test was conducted by subcutaneous, intramuscular and intraperitoneal inoculation of the canine and feline stem cells, in immunosuppressed mice (Balb/c NUDE)and was not observed tumor formation after 60 days of inoculation. Flow cytometry analyzes were performed where the largest quantifications in canine cells were the genes of pluripotency (Oct-4 and Sox2, 59.4% and 34.35% respectively), and the feline were performed at the mesenchymal genes (CD73 and CD90, with 32.58% and 23.48%). PCR analysis of feline cells demonstrated low expression of all markers tested (mesenchymal, pluripotency, hematopoietic and teratogenic). The cells of canine origin, showed higher expression of mesenchymal gene (CD90) and pluripotencys genes (SOX2 and OCT4). The findings of this study demonstrated for both techniques (flow cytometry and qPCR) that feline amniotic membrane cells has a more potential than the canine amniotic membrane cells. Both showed no tumorigenic potential when submitted to in vivo test.