Summary: | Empregando a técnica de biologia molecular Checkerboard DNA-DNA Hybridization e o teste Limulus Amebocyte Lysate, os objetivos do presente estudo clínico randomizado in vivo foram avaliar, em bráquetes ortodônticos metálicos: 1) A presença de 16 espécies de microrganismos periodontopatogênicos Gram-negativos pertencentes aos complexos laranja e vermelho, por meio de sondas de DNA; 2) A quantidade de endotoxina bacteriana presente; e 3) A eficácia da utilização do gluconato de clorexidina a 0,12%, sob a forma de bochechos, na redução da contaminação pelas 16 espécies de microrganismos periodontopatogênicos Gram-negativos e na redução da quantidade de endotoxina bacteriana. Participaram do estudo 33 pacientes de 11 a 33 anos de idade, em tratamento com aparelho ortodôntico fixo, nos quais foram colocados randomicamente 3 bráquetes metálicos novos nos pré-molares. Os pacientes do Grupo Controle (n=17) fizeram 2 bochechos semanais com solução placebo, durante 30 dias. Os pacientes do Grupo Experimental (n=16) fizeram bochechos com solução à base de gluconato de clorexidina a 0,12% (Periogard®), da mesma forma que o grupo Controle. Decorridos 30 dias, os 3 bráquetes foram removidos de cada paciente e processados para a detecção dos microrganismos, pela técnica Checkerboard DNA-DNA Hybridization, e para a quantificação da endotoxina bacteriana por meio do teste Limulus Amebocyte Lysate. Os resultados obtidos foram analisados por meio dos testes não-paramétricos de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e pós-teste de Dunn, utilizando os softwares SAS e Graphpad Prism. O nível de significância adotado foi de 5%. De acordo com os resultados obtidos, observou-se que todos os bráquetes dos pacientes do Grupo Controle encontravam-se densamente contaminados pelos microrganismos avaliados. Nesse grupo, as espécies bacterianas do complexo laranja apresentaram-se em maiores quantidades, em relação às espécies do complexo vermelho (p<0,01). A mediana da quantidade de endotoxina para este grupo foi de 0,6673 EU/ml. Quando comparado ao grupo Controle, observou-se que o número total de microrganismos no grupo Experimental foi estatisticamente menor, com mediana de 29.150.000 no grupo Controle e de 13.130.000 no grupo Experimental (p=0,01). Quando os microrganismos foram avaliados por complexos, foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos Controle e Experimental para o complexo laranja (p=0,04), com contagens menores de bactérias após os bochechos com clorexidina. Por outro lado, observou-se que a quantidade de endotoxina no grupo Experimental foi maior, com mediana de 1,2199 EU/ml (p=0,02). Concluiu-se que os bochechos com solução de gluconato de clorexidina a 0,12% podem ser úteis, na prática clínica, com a finalidade de reduzir os níveis de microrganismos periodontopatogênicos Gram-negativos, em pacientes portadores de aparelhos ortodônticos fixos. No entanto, em função do aumento da quantidade de endotoxina bacteriana após o uso dos bochechos com clorexidina, estudos adicionais são necessários com a finalidade de desenvolver procedimentos clínicos ou agentes antimicrobianos que tenham ação sobre a endotoxina presente nos bráquetes metálicos. === Using the biomolecular technique Checkerboard DNA-DNA Hybridization and the Limulus Amebocyte Lysate (LAL) assay, the purposes of the present randomized clinical study were to evaluate in orthodontic metallic brackets: 1) The presence of 16 Gram-negative periodontopathogenic microbial species of the orange and red complexes by using DNA probes; 2) The amount of bacterial endotoxin; and 3) The efficacy of 0.12% chlorhexidine gluconate mouthwashes in reducing the contamination by the evaluated microbial species and the amount of bacterial endotoxin. Thirty-three 11-33-year-old patients undergoing orthodontic treatment with fixed appliances were enrolled in the study and all subjects had 3 new metallic brackets bonded to different premolars in a randomized manner. The patients in the Control group (n=17) were instructed to use a placebo mouthwash twice a week, while those in the Experimental group (n=16) were instructed to use a 0.12% chlorhexidine gluconate mouthwash (Periogard®) in the same way. After 30 days, the 3 brackets were removed from each patient and processed for detection of the microorganisms by the Checkerboard DNADNA hybridization technique, and for quantification of bacterial endotoxin by the LAL assay. The data were analyzed statistically by the non-parametric Mann-Whitney, Kruskal-Wallis and Dunn\'s post tests using SAS and GraphPad Prism softwares. A significance level of 5% was set for all analyses. The brackets of the patients in the Control group were densely contaminated by the evaluated microbial species. In this group, the number of bacterial species of the orange complex was larger compared to the number of bacterial species of the red complex (p<0.01). The median of the amount of bacterial endotoxin for this group was 0.6673 EU/ml. The Experimental group had a significantly smaller number of microorganisms than the Control group (median 13,130,000 versus 29,150,000; p=0.01). When the microorganisms were analyzed by complex, there was statistically significant difference between the Control and Experimental groups for the orange complex (p=0.04) with smaller counts of bacteria after use of chlorhexidine oral rinses. On the other hand, there was a greater amount of bacterial endotoxin in the Experimental (median of 1,2199 EU/ml; p=0.02). In conclusion, 0.12% chlorhexidine oral rinse can be useful in the clinical practice to reduce the levels of Gram-negative periodontopathogenic microorganisms in patients with fixed orthodontic appliances. Considering the increase in the amount of bacterial endotoxin after use of chlorhexidine oral rinses, further research is necessary to develop clinical procedures or antimicrobial agents with action against the endotoxin in the metallic brackets
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