Representação e prática da criação literária na obra de João Cabral de Melo Neto: análise textual e prototextual

A conduta criativa de João Cabral de Melo Neto é tradicionalmente caracterizada como uma atividade controlada por uma razão arquitetônica, que lucidamente projeta, e rigorosamente realiza a obra literária. A abordagem, aqui feita, de seu pensamento sobre a criação quer dizer, das representações do...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rocha, Francisco José Gonçalves Lima
Other Authors: Nitrini, Sandra Margarida
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2011
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-02042012-154626/
Description
Summary:A conduta criativa de João Cabral de Melo Neto é tradicionalmente caracterizada como uma atividade controlada por uma razão arquitetônica, que lucidamente projeta, e rigorosamente realiza a obra literária. A abordagem, aqui feita, de seu pensamento sobre a criação quer dizer, das representações do fazer em seus poemas metalinguísticos e também de sua prática criativa legível nos traços de seus manuscritos afasta-nos sensivelmente do paradigma da arquitetura. Em seu lugar, propomos considerar o fazer cabralino como uma atividade de reformulação constante, que produz, durante o processo de escrita, novos sentidos e estruturas não determinados a priori, integrando, dessa forma, a imprevisibilidade e a instabilidade na essência mesma da criação literária. === João Cabral de Melo Neto\'s creative conduct is traditionally characterized as an activity directed by an architectonic reasoning, which consciously projects and rigorously realizes the literary work. The approach taken here of his creative thinking that is, of the representations of the act of making in his metalinguistic poems and of his creative practice which is discernible on the glyphs of his manuscripts takes us sensibly away from an architectural paradigm. Instead, we propose to consider Cabral\'s making act as a constant reformulation activity, which produces, during the writing process, new meanings and structures not determined a priori, in this way integrating imprevisibility and instability to the very essence of literary creation.