Summary: | Neste trabalho elaboramos um percurso de estudo para abordar as relações estabelecidas a partir do contato do músico de formação tradicional europeia com os fazeres musicais de culturas não ocidentais. Para tal propósito, traçamos uma linha do tempo que se inicia na aproximação com a música não ocidental pelos compositores europeus do início do século XX e segue até os contextos formativos da atualidade no ocidente. Neste percurso, analisamos inicialmente os materiais expressivos e procedimentos da música não ocidental utilizados por compositores europeus do início do século XX, em seguida estudamos as contribuições dos materiais da música não ocidental para se pensar a performance e, por fim, apontamos algumas iniciativas multiculturais e a criação de ambientes híbridos em contextos formativos da atualidade. Após este estudo, elaboramos algumas propostas em formato de workshops, nas quais propomos que o diálogo e as transformações ocorridas a partir do contato com a música não ocidental estendam-se à prática e ao estudo específico da improvisação. Sob este foco, foram elaborados e aplicados quatro workshops com a temática da conexão corpo/instrumento sob parâmetros rítmicos complexos utilizados como ambientação para a prática da improvisação. Neste trabalho sugerimos que a diversidade de fazeres musicais encontrada nas culturas não ocidentais pode ser inserida no currículo de formação do músico do ocidente sob diversas abordagens. Sob este aspecto, a proposta que apresentamos ao final de nosso estudo representa uma das abordagens possíveis, sendo que nossa intenção é despertar o olhar para a inserção da ideia de hibridismo em contextos formativos do ocidente, além de valorizar prática da improvisação na formação do músico em geral. === In this work we elaborated a path of study to address the relationships established from the contact of traditional European trained musicians with the music making of non-Western cultures. For this purpose, we draw a timeline that begins with the approach to non-Western music by European composers of the early twentieth century and continues until the present educational contexts in the West. In this way, we analyzed initially the use of expressive materials and procedures found in non-Western music by European composers of the early twentieth century, then we study the contributions of non-Western music materials to think about the performance and finally point out some multicultural initiatives and hybrid environments in current educational contexts. After this study, we make some proposals in the form of workshops, in which we propose that the dialogue and the changes occurred from the contact with non-Western music materials could be extended specifically to the practice and study of music improvisation. Under this focus, we have developed and applied four workshops with the theme of the body/ instrument connection under complex rhythmic parameters used as ambiance for the practice of music improvisation. Here we suggest that the music making diversity found in non-Western cultures can be inserted into the educational curriculum of western musicians in various approaches. In this regard, the proposal that we presented at the end of our study represents just one of the possible approaches, and our intention is to draw the attention for the idea of hybridity in educational contexts of the West, as well as enhancing the practice of improvisation in the musician training in general.
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