O sujeito pronominal no português uruguaio da região fronteiriça Brasil - Uruguai

Na presente pesquisa estudamos o comportamento do sujeito pronominal no português uruguaio (PU) falado na região de fronteira entre Brasil e Uruguai (Santana do Livramento-Rivera). Associando alguns pressupostos da Teoria de Princípios e Parâmetros (CHOMSKY, 1981), mais especificamente o Parâmetro d...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Bottaro, Silvia Etel Gutierrez
Other Authors: Gonzalez, Neide Therezinha Maia
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2009
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-01092010-143318/
Description
Summary:Na presente pesquisa estudamos o comportamento do sujeito pronominal no português uruguaio (PU) falado na região de fronteira entre Brasil e Uruguai (Santana do Livramento-Rivera). Associando alguns pressupostos da Teoria de Princípios e Parâmetros (CHOMSKY, 1981), mais especificamente o Parâmetro do Sujeito Nulo (pro-drop), e da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 1968), analisamos uma amostra de língua oral composta de falas de 37 informantes, investigando as seguintes questões: (1) no português uruguaio teríamos uma mudança linguística em curso no que se refere ao Parâmetro do Sujeito Nulo, de modo que ele venha a se tornar um sujeito pronominal pleno?; (2) quais são os fatores linguísticos e sociais condicionantes dessa produção e em que direção vai essa tendência, português brasileiro (PB) ou espanhol (E)? A análise dos fatores sociais e linguísticos selecionados permitiu observar que o PU também passa por um processo de mudança paramétrica, ainda que mais lenta, devido ao fato de estar submetido à pressão simultânea de duas línguas, e se apresenta como uma língua em que, em alguns contextos, a realização do sujeito pronominal é plena e, em outros, ainda conserva as características das línguas pro-drop. Confirma-se, ainda, que essa disputa não está terminada, embora haja indícios nos dados da geração mais nova de que as regras do espanhol vêm ganhando alguma força, talvez pela pressão da escola e dos meios de comunicação. Tudo indica, então, que a base do PU é o PB, porém algumas características do E estão presentes nesse aspecto da gramática. A análise realizada confirma a maior parte das hipóteses iniciais e dá indícios de que o PU e o PB poderiam configurar-se como duas línguas distintas, da mesma forma que o PB e o PE, como aponta Galves (1998), isto é, tudo parece indicar que, mesmo quando os enunciados superficialmente se parecem, a língua interna (Língua-I) seria diferente e os enunciados dos falantes teriam estatutos diferentes, algo que, no entanto, será necessário demonstrar com um outro modelo de coleta de dados, de natureza mais introspectiva. === In this research we study the behavior of the pronominal subject in the Uruguayan Portuguese language (PU) spoken in the border region between Brazil and Uruguay (Santana do Livramento-Rivera). Associating some assumptions from the Theory of Principles and Parameters (CHOMSKY, 1981), specifically the Null Subject Parameter (pro-drop), and from the Variationist Sociolinguistics (WEINREICH, LABOV and HERZOG, 1968), we analyze a sample of spoken language consisting of 37 informants, in order to investigate the following questions: (1) would we have in the Uruguayan Portuguese language a language change in progress with regard to the Null Subject Parameter, so that it will become a full pronominal subject? (2) what are the linguistic factors and social conditions of production and in which direction will this trend, Brazilian Portuguese (BP) or Spanish (E)? The analysis of social factors and selected language programs suggests that the PU is also undergoing a process of parametric change, albeit slower, due to the fact of being subjected to the pressure of two languages simultaneously, and is presented as a language that, in some contexts, the performance of the pronominal subject is full, and in others it still retains the characteristics of pro-drop languages. It is also confirmed that this dispute is not over, although there are indications in the data of the younger generation that the rules of Spanish are gaining some strength, maybe due to the pressure of school and the media. The analysis confirms most of our initial hypothesis and provides evidence that the PU and CP could be framed as two distinct languages, in the same way as the PB and PE, as appointed by GALVES (1998), that is, everything seems to indicate that, even when the statements superficially resemble, the internal language (Language I) would be different and the production of the speakers would have different statutes, something which, however, would just be demonstrated by means of another more introspective model of data collection.