Vida em comum : a poética de Adília Lopes
A proposta deste trabalho é pensar a relação entre vida e poesia tentando articular o modo como essas duas estabelecem entre si uma passagem capaz de criar uma forma de realidade e um novo modo de articular a política. Diante do arsenal discursivo do capitalismo contemporâneo – que molda identidades...
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2014
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ndltd-up.pt-oai-repositorio-aberto.up.pt-10216-574082019-05-16T02:55:52Z Vida em comum : a poética de Adília Lopes Evangelista, Lúcia Liberato A proposta deste trabalho é pensar a relação entre vida e poesia tentando articular o modo como essas duas estabelecem entre si uma passagem capaz de criar uma forma de realidade e um novo modo de articular a política. Diante do arsenal discursivo do capitalismo contemporâneo – que molda identidades e nos separa da experiência da linguagem –, pensamos que a poesia é, em si mesma, um gesto de resistência. Por essa via, iremos nos deter no trabalho da poeta contemporânea portuguesa Adília Lopes que apresenta uma torção dos limites estabelecidos entre vida e poesia, realidade e ficção, política e poesia. Isso porque ao mesmo tempo que trabalha com a exposição da vida privada, ao modo reality show, ou então, enquanto dramatiza o quotidiano de uma vida naïf de solteirona de classe média, Adília Lopes o faz utilizando estratégias textuais extremamente sofisticadas de releitura de uma vasta cultura artística, de reproblematização da identidade autoral e de desconstrução dos discursos correntes. Numa série de jogos de indiscernibilidade entre o discurso comum e o literário, entre prosa e poesia, entre sujeito poético e sujeito empírico, entre o intra e o extraliterário, a autora desarticula a fixação de identidades, seja do sujeito ou do texto, manchando a poesia de mundo e propondo-se à árdua e não necessariamente bem sucedida tarefa – devido à própria lógica de inclusão e normalização em que estamos atualmente inseridos – de manchar o mundo de poesia. 2014-01-30T00:56:13Z 2014-01-30T00:56:13Z 2011 Dissertação 000211687 http://hdl.handle.net/10216/57408 por openAccess application/pdf Porto : [Edição do Autor] http://aleph.letras.up.pt/F?func=find-b&find_code=SYS&request=000211687 |
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A proposta deste trabalho é pensar a relação entre vida e poesia tentando articular o modo como essas duas estabelecem entre si uma passagem capaz de criar uma forma de realidade e um novo modo de articular a política. Diante do arsenal discursivo do capitalismo contemporâneo – que molda identidades e nos separa da experiência da linguagem –, pensamos que a poesia é, em si mesma, um gesto de resistência. Por essa via, iremos nos deter no trabalho da poeta contemporânea portuguesa Adília Lopes que apresenta uma torção dos limites estabelecidos entre vida e poesia, realidade e ficção, política e poesia. Isso porque ao mesmo tempo que trabalha com a exposição da vida privada, ao modo reality show, ou então, enquanto dramatiza o quotidiano de uma vida naïf de solteirona de classe média, Adília Lopes o faz utilizando estratégias textuais extremamente sofisticadas de releitura de uma vasta cultura artística, de reproblematização da identidade autoral e de desconstrução dos discursos correntes. Numa série de jogos de indiscernibilidade entre o discurso comum e o literário, entre prosa e poesia, entre sujeito poético e sujeito empírico, entre o intra e o extraliterário, a autora desarticula a fixação de identidades, seja do sujeito ou do texto, manchando a poesia de mundo e propondo-se à árdua e não necessariamente bem sucedida tarefa – devido à própria lógica de inclusão e normalização em que estamos atualmente inseridos – de manchar o mundo de poesia. |
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