Summary: | A descolonização literária tem sido, de modo geral, o projecto da escrita ficcional pós-colonial. No mundo das letras africanas, Chinua Achebe (Nigéria), Ahmadou Kourouma (Costa do Marfim) e Mia Couto (Moçambique) têm questionado técnicas romanescas, discursos e estratégias dizcursivas ocidentais a partir de uma posição privilegiada entre dois mundos. este estudo pretende demonstrar que as literaturas africanas modernas se afirmaram como entidades autónomas das literaturas ocidentais e, mais especificamente, que um romance africano difere de um romance ocidental tanto a nível da sua dimensão ética e sócio-histórica como das convenções estéticas que o enformam. Com este nosso estudo, pretendemos, por conseguinte, demonstrar que estes autores providenciaram importantes modelos, no âmbito do romance, para uma prática literária africana. Seguindo uma metodologia comparatista, cobrimos um vasto período cronológico bem como diferentes áreas geográfico-literaárias africanas para encontrarmos migrações temáticas, discursivas, estilísticas e retóricas. Assumimos Achebe e as suas obras, Things fall apart (1958), A man of the people (1966) e Anthilis of the Savannah (1987), como elemento comparante, e tomámos as obras de Ahmadou Kourouma, Les soleils des indépendances (1970), e Mia Couto, A varanda do Frangipani (1996) e O último voo do flamingo (2000), como elementos comparados. A dissertação está dividida em três capítulos que abordam os principais vectores por onde passa o processo de descolonização literária nos três autores.(...)
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