A depender do outro?: quando a conjugalidade resiste a uma doença degenerativa

• Main Author: Alexandre Kuszer
• Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
• Format: Others
• Language: Portuguese
• Published: 2021
• Subjects: Psicologia; Psychology; Ciências sociais::Psicologia; Social sciences::Psychology
• Online Access: https://hdl.handle.net/10216/137797

No contexto das etapas do ciclo de vida familiar, especificamente no ciclo do envelhecimento, observa-se, cada vez mais, um aumento significativo no número de díades amorosas que se confrontam com limitações, principalmente quando estas são ocasionadas por uma doença degenerativa, como as demências. Nesse quadro, evidenciam-se para além das problemáticas em lidar com o declínio cognitivo e as dificuldades nas atividades de vida diária, também os impactos emocionais quando estamos a falar de quem cuida de seu par romântico. Por conseguinte, este estudo procurou compreender as relações conjugais em díades amorosas ao longo do tempo, bem como a forma como estas se organizam na etapa do ciclo de vida familiar do envelhecimento diante do surgimento de uma doença neurodegenerativa, na ótica do cônjuge cuidador, e na disponibilidade da oferta de cuidados ao seu par romântico adoecido. Com recurso a uma metodologia de caráter qualitativo, para este trabalho foram entrevistados sete cônjuges cuidadores em díades de longa data com o auxílio de um guião de entrevista semiestruturada. Como principais resultados, observou-se que, apesar do grande impacto gerado nas díades amorosas pela doença degenerativa, os cônjuges cuidadores sentiam-se satisfeitos e correspondidos na oferta de cuidados e o bem-estar emocional estaria ligado a construção sólida do vínculo amoroso e ao sentimento do amor que potencializa o desejo de manutenção e perpetuação da díade amorosa e otimiza a oferta de cuidados.