| Summary: | O presente estudo pretende explorar a forma como se constrói e se caracterizam as
relações de trabalho dentro da atividade coletiva e perceber o seu impacto nos processos de
acolhimento e formação. O foco principal incide nas relações entre novatos, trabalhadores
pouco experientes, com os peritos, trabalhadores experientes na atividade de trabalho.
A investigação foi conduzida numa empresa industrial, mais concretamente junto dos
trabalhadores da produção. Adotando um cariz qualitativo, a investigação apresenta dados
recolhidos através da observação da atividade de trabalho em contexto real, de entrevistas
semiestruturadas e de análise documental, garantindo a triangulação metodológica.
Os resultados apontam para a importância da atividade coletiva na construção de
relações, ilustrando o coletivo de trabalho e o trabalho coletivo, caracterizadas pelos
processos de cooperação e comunicação. De uma forma geral, as relações de trabalho são
compostas de confiança, respeito e apoio e têm um impacto positivo do acolhimento e
formação dados aos novatos por parte dos peritos, havendo, contudo, casos em que as
relações carecem dessas características. As relações de trabalho são construídas na própria
atividade, revelando que estas não são independentes deste contexto. As experiências de
trabalho dos novatos e a forma como os peritos os acolhem e potencializam o
desenvolvimento das competências moldam a qualidade das relações.
O estudo alerta ainda para a importância da organização do trabalho e para as vantagens
da atividade coletiva, bem como os constrangimentos e riscos profissionais que surgem
quando esta se constrói, servindo de principal contributo para a análise ergonómica das
relações desenvolvidas na atividade e como intervir na melhoria das oportunidades e
condições de trabalho e na preservação da saúde e segurança dos trabalhadores recém-
chegados a uma nova atividade de trabalho.
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