| Summary: | O presente estudo pretende contribuir para o conhecimento e a compreensão das
perceções e vivências dos/as docentes do ensino secundário relativamente à diversidade
sexual e de género em contexto escolar, assim como os obstáculos e aspetos facilitadores
nas suas práticas docentes, procurando uma aproximação à forma pela qual se pode
proceder a uma melhoria das condições de trabalho.
Ter um conhecimento mais aprofundado destas perceções implica reconhecer a
diversidade quer ao nível de trajetórias pessoais e profissionais, e/ou interesses e
necessidades, quer entender, refletir e (re)pensar formas de intervenção que tenham em
conta estas especificidades do corpo docente.
Foi neste sentido que se desenvolveu esta investigação, tendo-se delineado para o
efeito três objetivos de trabalho, sendo eles os seguintes: conhecer as perceções que os/as
docentes têm sobre as atuais e variadas formas de expressão e vivência da sexualidade e
do género na escola; identificar aspetos facilitadores e obstáculos que estes/as encontram
nas suas práticas docentes face à diferença e diversidade no contexto em que estas se
inserem; compreender a forma pela qual se pode proceder a uma melhoria das condições
de acolhimento e desenvolvimento das questões da diversidade sexual e de género.
Utilizou-se uma abordagem qualitativa com recurso à entrevista, a qual possibilita
a compreensão dos significados e experiências que os seres humanos criam em interação.
O tipo de entrevista utilizada foi a semiestruturada, a 10 professores/as do ensino
secundário de diferentes escolas da cidade do Porto.
Os resultados da investigação sugerem que os/as docentes têm, maioritariamente,
consciência da diversidade sexual e de género. Contudo, esta dimensão continua a estar
dissociada da Educação Sexual em meio escolar, profundamente ligada aos aspetos
biológicos da sexualidade e à prevenção de riscos. A falta de formação, a sobrecarga de
trabalho e a ausência de apoio dos pares e dos encarregados de educação são os principais
entraves apontados pelo corpo docente no trabalho da Sexualidade e do Género. De igual
modo, consideram a formação um pré-requisito fundamental no trabalho destas questões. === The present study intends to contribute to the knowledge and understanding of
secondary school teachers perceptions and experiences of sexual and gender diversity in
the school context, as well as the obstacles and facilities in their teaching practices,
seeking an approach to how to improve the working conditions on these issues.
To have a deeper knowledge of these perceptions implies recognizing the diversity
in terms of personal and professional trajectories, and/or interests and needs, as well as
understanding, reflecting and (re)thinking about forms of intervention that take into
account these specificities of the teaching staff.
It was in this sense this research was developed, and for that purpose three
objectives were outlined: to know the perceptions that teachers have about the current and
varied forms of expression and experience of sexuality and gender at school; to identify
facilitating aspects and obstacles that they find in their teaching practices regarding
difference and diversity in the context where they are inserted; to understand how to
improve the conditions for welcoming and dealing with issues of sexual and gender
diversity.
The research was based on a qualitative methodology, using the in-depth
interview, wich enables the understanding of the meanings and experiences that human
beings create in interaction. The type of interview used was semi-structured, applied to
10 secondary school teachers from different schools in the city of Porto.
The reserch results suggest that teachers are mostly aware of sexual and gender
diversity. However, this dimension is still disconnected from Sex Education in the school
environment, deeply linked to the biological aspects of sexuality and risk prevention.
Lack of training, work overload and lack of support from peers and parents are the main
obstacles pointed out by teachers in the work of Sexuality and Gender. Similarly, they
consider training a fundamental prerequesite in working on these these issues.
|
|---|
