(Un)employment in times of uncertainty: vocational/professional development and psychological empowerment
A presente tese explora a relação entre o trabalho, a incerteza psicossocial e o coping com incerteza, e o seu impacto na participação sociopolítica e extremismo através de um design explicativo sequencial baseado em métodos mistos. É composta por dois estudos quantitativos e dois estudos qualitativ...
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2021
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ndltd-up.pt-oai-repositorio-aberto.up.pt-10216-1363812021-11-28T05:39:28Z (Un)employment in times of uncertainty: vocational/professional development and psychological empowerment Mariana Sofia Lucas Casanova Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Psicologia Psychology Ciências sociais::Psicologia Social sciences::Psychology A presente tese explora a relação entre o trabalho, a incerteza psicossocial e o coping com incerteza, e o seu impacto na participação sociopolítica e extremismo através de um design explicativo sequencial baseado em métodos mistos. É composta por dois estudos quantitativos e dois estudos qualitativos, sequenciais, para proporcionar uma compreensão aprofundada destes constructos. Baseado numa amostra comunitária de conveniência (N=704), o primeiro estudo desenvolve um modelo teórico da relação entre os benefícios manifesto e latentes do trabalho, a incerteza psicossocial (interação entre a perceção de incerteza no contexto social e a sua experiência psicológica), e o coping com a incerteza. Resultados de um Modelo de Equações Estruturais (MEE) demonstram que a experiência do trabalho e a incerteza psicossocial explicam a adoção de estratégias emocionais de coping em 70%, apoiando uma conceptualização psicossocial da incerteza que considera circunstâncias socioecónomicas, culturais e políticas na sua origem. A diferença entre as experiências de trabalhadores permanentes, precários e desempregados é explorada, demonstrando que o modelo explica melhor as experiências de participantes desempregados. Este é um estudo longitudinal que acompanha a crise em Portugal, na sequência da crise financeira global, ao longo de dez anos (em 2009, 2014, e 2019), demonstrando o impacto deste contexto macrossocial na experiência da incerteza psicossocial e suas consequências no trabalho, bem como o efeito do desemprego e precariedade. Com base nestes resultados, o segundo estudo foca-se nas variáveis que mais contribuíram para o modelo. Usando uma amostra comunitária de conveniência (N=633), este estudo explora o impacto do acesso financeiro, incerteza psicossocial e coping emocional na agência pessoal, controlo sociopolítico e orientação para a dominância social. O MEE indica que a privação financeira e elevados níveis de incerteza psicossocial têm um efeito negativo na agência (confirmando a tese da restrição da agência), bem como no controlo sociopolítico e nas crenças de dominância social. Assim, a desigualdade pode ter um impacto na participação sociopolítica, contribuindo para movimentos de extremismo e populismo. Os estudos qualitativos baseiam-se em dois grupos de discussão focalizada - GDF (um com representantes políticos/comunitários e outro com psicólogos) nos quais os resultados quantitativos foram apresentados e discutidos. Através destes GDF, implicações sociopolíticas são debatidas, bem como direções para a prática e investigação psicológicas. De um modo geral, a tese contribui para uma reflexão crítica sobre políticas ao nível do desemprego e precariedade, defendendo uma reformulação do trabalho no sentido da sua maior segurança. Defende também o reconhecimento das responsabilidades da psicologia na contribuição para a justiça social, através de uma perspetiva ecológica e política que possa contribuir para o desenvolvimento vocacional/profissional e para o empoderamento psicológico através da conscientização. 2021-11-27T00:19:43Z 2021-11-27T00:19:43Z 2021-09-07 2021-09-21 Tese sigarra:498100 https://hdl.handle.net/10216/136381 101479417 eng restrictedAccess application/pdf |
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A presente tese explora a relação entre o trabalho, a incerteza psicossocial e o coping com
incerteza, e o seu impacto na participação sociopolítica e extremismo através de um design
explicativo sequencial baseado em métodos mistos. É composta por dois estudos quantitativos
e dois estudos qualitativos, sequenciais, para proporcionar uma compreensão aprofundada
destes constructos. Baseado numa amostra comunitária de conveniência (N=704), o primeiro
estudo desenvolve um modelo teórico da relação entre os benefícios manifesto e latentes do
trabalho, a incerteza psicossocial (interação entre a perceção de incerteza no contexto social e
a sua experiência psicológica), e o coping com a incerteza. Resultados de um Modelo de
Equações Estruturais (MEE) demonstram que a experiência do trabalho e a incerteza
psicossocial explicam a adoção de estratégias emocionais de coping em 70%, apoiando uma
conceptualização psicossocial da incerteza que considera circunstâncias socioecónomicas,
culturais e políticas na sua origem. A diferença entre as experiências de trabalhadores
permanentes, precários e desempregados é explorada, demonstrando que o modelo explica
melhor as experiências de participantes desempregados. Este é um estudo longitudinal que
acompanha a crise em Portugal, na sequência da crise financeira global, ao longo de dez anos
(em 2009, 2014, e 2019), demonstrando o impacto deste contexto macrossocial na experiência
da incerteza psicossocial e suas consequências no trabalho, bem como o efeito do desemprego
e precariedade. Com base nestes resultados, o segundo estudo foca-se nas variáveis que mais
contribuíram para o modelo. Usando uma amostra comunitária de conveniência (N=633), este
estudo explora o impacto do acesso financeiro, incerteza psicossocial e coping emocional na
agência pessoal, controlo sociopolítico e orientação para a dominância social. O MEE indica
que a privação financeira e elevados níveis de incerteza psicossocial têm um efeito negativo na
agência (confirmando a tese da restrição da agência), bem como no controlo sociopolítico e nas
crenças de dominância social. Assim, a desigualdade pode ter um impacto na participação
sociopolítica, contribuindo para movimentos de extremismo e populismo. Os estudos
qualitativos baseiam-se em dois grupos de discussão focalizada - GDF (um com representantes
políticos/comunitários e outro com psicólogos) nos quais os resultados quantitativos foram
apresentados e discutidos. Através destes GDF, implicações sociopolíticas são debatidas, bem
como direções para a prática e investigação psicológicas. De um modo geral, a tese contribui
para uma reflexão crítica sobre políticas ao nível do desemprego e precariedade, defendendo
uma reformulação do trabalho no sentido da sua maior segurança. Defende também o
reconhecimento das responsabilidades da psicologia na contribuição para a justiça social,
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