Mediações nas transições paradigmáticas: o hábito, o conflito e o reconhecimento

A dicotomização da sociedade centrada na razão instrumental, forjou hábitos de acumulação e reprodução, fez surgir modelos de mediação simplistas e contraditórios, virados para a resolução instantânea de conflitos, que ajudaram a pulverizar e a empurrar a mediação da escola para a periferia. A atraç...

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Bibliographic Details
Main Author: Carlos Humberto Fortes Antunes
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/136178
Description
Summary:A dicotomização da sociedade centrada na razão instrumental, forjou hábitos de acumulação e reprodução, fez surgir modelos de mediação simplistas e contraditórios, virados para a resolução instantânea de conflitos, que ajudaram a pulverizar e a empurrar a mediação da escola para a periferia. A atração pela informação desviante do ciberespaço, ao facilitar a fuga aos conflitos, impede a problematização da vida real, abrindo portas ao retrocesso e à desagregação do social. É urgente centrar o desenvolvimento e transformação global da sociedade, no diálogo divergente. Este trabalho incide num estudo de caso, cujo eixo central é a mediação da complexidade nas transições de entrada e de saída da vida social ativa, geradoras de conflito, no qual analisamos em diferentes níveis, as lógicas de complementaridade subjacentes aos processos de mediação de sentidos divergentes. Fizemos uma abordagem que se inscreve no paradigma qualitativo, assente na realização de entrevistas abertas, semiestruturadas, em grupos de discussão focalizada, que abrangeu sessenta e seis pessoas da região do Porto, a fim de acedermos às representações, significados e sentidos dos seus discursos. Construímos o objeto fazendo a articulação de uma abordagem histórico-social, à volta de narrativas biográficas centradas no par "interesses" e "preocupações", com uma abordagem prospetiva à volta da "mediação escolar". A epistemologia interpretativa orientou o nosso trabalho até à construção do objeto a analisar. O foco na troca de sentidos divergentes conduziu-nos a um paradigma transformativo, com ontologia e epistemologia deambulantes, e metodologia mista, de problematização, de transição, aprofundamento e articulação entre níveis. Apontamos como elementos relevantes, emergentes da análise efetuada, a modelização do sistema de articulação de diferentes níveis de análise, e a possibilidade de dois tipos de mediação no interior do sujeito: a mediação paradigmática, que se faz a um nível mais profundo, no plano de relações espaço-tempo, e permite a transição entre quatro paradigmas diferentes, e a mediação identitária, num nível que agrega o anterior, no plano do sujeito, suportando a construção de três formas identitárias: o hábito, o conflito e o reconhecimento.