Concepções e a prática de enfermeiro dos cuidados de saúde primários acerca da saúde mental infantojuvenil: um estudo entre Brasil e Portugal

Visando analisar as concepções e a prática da saúde mental infantojuvenil (SMI) de enfermeiros que atuam nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), no Brasil e em Portugal, este estudo, com uma abordagem qualitativa e quantitativa, foi realizado com 131 enfermeiros brasileiros da cidade de João Pessoa e...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Anna Rosa e Souza Occhiuzzo
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/135837
Description
Summary:Visando analisar as concepções e a prática da saúde mental infantojuvenil (SMI) de enfermeiros que atuam nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), no Brasil e em Portugal, este estudo, com uma abordagem qualitativa e quantitativa, foi realizado com 131 enfermeiros brasileiros da cidade de João Pessoa e 124 portugueses da cidade do Porto. Foram utilizados um Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), analisado por meio da Análise Prototípica desenvolvida por Pierre Vergès; uma entrevista semiestruturada, por meio da Análise Categorial Temática de Bardin; e um questionário com questões referentes à caracterização sociodemográfica e profissional dos participantes, à importância e à frequência das práticas dos enfermeiros no cuidado voltado para a SMI. Os dados levantados por meio desse questionário foram analisados através do programa Statistical Package for Social Science utilizando-se métodos estatísticos descritivos e inferenciais. Da análise realizada nas entrevistas com os enfermeiros brasileiros e portugueses, os resultados revelaram concepções, predominantemente, com uma perspetiva mais restrita, voltadas para o paradigma biomédico. Contudo, também foi evidenciada uma concepção mais alargada sobre a SMI, situando-a de forma compatível com o modo psicossocial. Por meio do TALP, tanto para o conceito de saúde quanto para o de doença mental infantojuvenil, o estudo indicou que as evocações dos enfermeiros - brasileiros e portugueses - mais uma vez, remetem aos paradigmas psicossocial e biomédico. Os dados analisados estatisticamente, de ambos os países, revelaram que existem contradições no modo como os profissionais pensam (concepções) e como realizam (autorrelato) suas práticas no cuidado voltado para a criança e o adolescente, no âmbito da SMI, pois a variável 'importância' das práticas foi sempre superior aos resultados relativos à variável 'frequência' de utilização das mesmas práticas. Nas duas nacionalidades, os enfermeiros sentem dificuldades no cotidiano assistencial e percebem que é preciso ter formação em saúde mental voltada para o público infantojuvenil. Considerando os resultados encontrados, espera-se que este estudo traga contribuições relevantes sobre a compreensão do cuidado em SMI, para que os enfermeiros possam obter melhores resultados em sua prática assistencial, no contexto dos CSP, para novas investigações referentes ao tema e para o ensino da Enfermagem.