Vivência da endometriose e sexualidade: papel moderador da relação romântica

A endometriose é uma doença ginecológica crónica que afeta cerca de 2 a 10% de mulheres em idade reprodutiva (Barbara, Facchin, Buggio, et al., 2017; Hudson et al., 2016). Devido à variedade e severidade de sintomas, a endometriose traz consequências nefastas a nível físico, psicológico, social, sex...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Leandra Rocha Rebelo
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/134255
Description
Summary:A endometriose é uma doença ginecológica crónica que afeta cerca de 2 a 10% de mulheres em idade reprodutiva (Barbara, Facchin, Buggio, et al., 2017; Hudson et al., 2016). Devido à variedade e severidade de sintomas, a endometriose traz consequências nefastas a nível físico, psicológico, social, sexual e profissional (Friedl et al., 2015; Hämmerli et al., 2018; Roomaney & Kagee, 2016). A investigação no âmbito desta doença está em constante crescimento, mas existe pouca evidência acerca do impacto da qualidade das relações amorosas na qualidade de vida e funcionamento sexual de mulheres diagnosticadas. Deste modo, este estudo propôs-se analisar as associações existentes entre o perfil de saúde, o funcionamento sexual e a qualidade das relações amorosas de 354 mulheres diagnosticadas com endometriose. Exploraram-se interações entre as dimensões da qualidade de vida de mulheres com endometriose (dor, controlo e impotência, bem-estar emocional) e o seu funcionamento sexual, e testou-se o possível efeito moderador da qualidade da relação amorosa. Os resultados revelaram associações entre as três dimensões de qualidade de vida e o funcionamento sexual, indicando que quanto maiores os níveis de dor, falta de controlo e mau estar de mulheres com endometriose, pior o seu funcionamento sexual. Verificaram-se associações entre o nível de ajustamento conjugal e o funcionamento sexual, indicando que quanto maior a qualidade da relação amorosa, melhor o funcionamento sexual. Não se observou um efeito moderador da qualidade da relação íntima na associação entre a qualidade de vida na vivência da endometriose e o funcionamento sexual. Estes resultados alertam para a grande diversidade de fatores (de risco e protetores) que podem influenciar o impacto da endometriose na vida de mulheres diagnosticadas. === Endometriosis is a chronic gynecologic disease that affects about 2 to 10% of women of reproductive age (Barbara, Facchin, Buggio, et al., 2017; Hudson et al., 2016). Due to the variety and severity of symptoms, endometriosis has harmful consequences at the physical, psychological, social, sexual, and professional levels (Friedl et al., 2015; Hämmerli et al., 2018; Roomaney & Kagee, 2016). Research in the context of this disease is constantly growing, but there is little evidence about the impact of the quality of intimate relationships on the quality of life and sexual functioning of diagnosed women. Thus, this study aimed to analyze the associations between the health profile, sexual functioning, and the quality of intimate relationships of 354 women diagnosed with endometriosis. Interactions between the dimensions of quality of life of women with endometriosis (pain, control and powerlessness, emotional well-being) and their sexual functioning were explored, and the possible moderating effect of the quality of the loving relationship was tested. The results revealed associations between the three dimensions of quality of life and sexual functioning, indicating that the higher the levels of pain, lack of control and poor well-being of women with endometriosis, the worse their sexual functioning. There were associations between the level of marital adjustment and sexual functioning, indicating that the higher the quality of intimate relationships, the better the sexual functioning. There was no moderating effect of the quality of the intimate relationships in the association between quality of life in the experience of endometriosis and sexual functioning. These results alert to the wide diversity of risk and protective factors that can influence the impact of endometriosis on the lives of diagnosed women.