Relação da atividade física com o prognóstico pós-cirúrgico em pacientes oncológicos com cancro de cabeça e pescoço com distress

Introdução: O cancro de cabeça e pescoço (CCP) está entre as neoplasias mais incidentes do mundo. O tratamento cirúrgico é considerado o único tratamento com finalidade curativa para a maioria das situações de cancro. Sabe-se que os distúrbios psicológicos podem exercer forte influência, diante de u...

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Bibliographic Details
Main Author: Paula Jucylaine Henrique Rufino
Other Authors: Faculdade de Desporto
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/131670
Description
Summary:Introdução: O cancro de cabeça e pescoço (CCP) está entre as neoplasias mais incidentes do mundo. O tratamento cirúrgico é considerado o único tratamento com finalidade curativa para a maioria das situações de cancro. Sabe-se que os distúrbios psicológicos podem exercer forte influência, diante de um procedimento cirúrgico, resultando em complicações que, por sua vez, influenciam a mobilidade e a mortalidade pós-cirúrgica. Evidências crescentes sugerem que a prática de atividade física pode reduzir os riscos de complicações pós cirúrgicos em pacientes com cancro. Objetivo: Analisar o impacto da atividade física no risco das complicações pós-cirúrgicas, tempo de internamento e hospitalização em pacientes oncológicos com cancro de cabeça e pescoço com distress. Material e Métodos: Foram recrutados sujeitos de ambos os sexos, com cancro de cabeça e pescoço, elegíveis para tratamento cirúrgico. Avaliamos as características sócio-demográficas, o nível de atividade física e o nível de distress no período pré-operatório através de questionários. O distress foi avaliado pelo Distress Thermometer e a atividade física avaliada pelo IPAQ - versão curta. Para avaliação das complicações cirúrgicas, tempo de internamento e mortalidade, foram consultados os registos clínicos dos doentes. Resultados: A amostra foi constituída por 67 pacientes, com idade média de 59,8±11,1, 83,6% eram do gênero masculino. 82% da amostra possuía distress. Não se verificou associação entre distress e as complicações cirúrgicas, tempo de internamento ou mortalidade. Ser fisicamente ativo não modificou significativamente o prognóstico pós-cirúrgico dos doentes com distress. Conclusão: Os nossos dados sugerem que o distress é muito prevalente nos doentes oncológicos de CCP, no entanto não se associou a pior prognóstico, mesmo em indivíduos com diferentes níveis de atividade física. Estudos adicionais devem ser desenvolvidos para melhor esclarecer a relação entre a prática de exercício com as complicações cirúrgicas, mortalidade e maior tempo de internamento em doentes com distress. === Introduction: Head and neck cancer (CCP) is among the most common cancers in the world. Surgical treatment is considered the only treatment with a curative purpose for most cancer situations. It is known that psychological disorders can have a strong influence in the face of a surgical procedure, resulting in complications that, in turn, influence mobility and post-surgical mortality. Increasing evidence suggests that physical activity may reduce the risk of post-surgical complications in cancer patients. Objective: To analyze the impact of physical activity on the risk of post-surgical complications, length of stay and hospitalization in cancer patients with head and neck cancer with distress. Material and Methods: Subjects of both sexes, with head and neck cancer, eligible for surgical treatment were recruited. We assessed the socio-demographic characteristics, the level of physical activity and the level of distress in the preoperative period through questionnaires. Distress was assessed by the Distress Thermometer and physical activity was assessed by the IPAQ - short version. To assess surgical complications, length of stay and mortality, the patients' clinical records were consulted. Results: The sample consisted of 67 patients, with an average age of 59.8 ± 11.1, 83.6% were male. 82% of the sample had distress. There was no association between distress and surgical complications, length of stay or mortality. Being physically active did not significantly change the post-surgical prognosis of patients with distress. Conclusion: Our data suggest that distress is very prevalent in cancer patients with CCP, however it was not associated with a worse prognosis, even in individuals with different levels of physical activity. Additional studies should be developed to better clarify the relationship between exercise and surgical complications, mortality and longer hospital stays in patients with distress.