(Des)construção das identidades de mulheres trans trabalhadoras do sexo em Portugal
Esta dissertação de mestrado procura compreender como é que ocorre a construção identitária de mulheres trans que exercem trabalho sexual. Para isso procurou-se perceber de que forma ocorre a construção identitária de mulheres trans que exercem ou exerceram trabalho sexual, como é que esta construçã...
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ndltd-up.pt-oai-repositorio-aberto.up.pt-10216-1309392021-05-09T05:41:03Z (Des)construção das identidades de mulheres trans trabalhadoras do sexo em Portugal Marta Sofia Barros da Costa Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Psicologia Psychology Ciências sociais::Psicologia Social sciences::Psychology Esta dissertação de mestrado procura compreender como é que ocorre a construção identitária de mulheres trans que exercem trabalho sexual. Para isso procurou-se perceber de que forma ocorre a construção identitária de mulheres trans que exercem ou exerceram trabalho sexual, como é que esta construção identitária é percecionada e vivenciada pelas participantes e de que forma é que o trabalho sexual contribui para a construção de identidades trans. Para concretizar estes objetivos, realizaram-se cinco entrevistas semiestruturadas, a pessoas que se identificaram como mulheres trans e que realizem ou tenham realizado trabalho sexual em Portugal. Procedeu-se à análise dos dados, seguindo as orientações de Virginia Braun e Victoria Clarke (2006, 2013, 2018), partindo de um paradigma construcionista, transfeminista e interseccional. Isto implica que perspetivamos a identidade como construída socialmente, e autodeterminada, e as pessoas que exercem trabalho sexual como portadoras de agência. Da análise dos dados recolhidos emergiram três temas, "a imagem corporal", "ser-se trans: conceções transfóbicas e multiplicar de opressões" e "construir-se no contexto do trabalho sexual". Estes três temas organizam-se em torno dos desafios de se ser trans e trabalhadora do sexo. Entre as principais conclusões desta investigação destaca-se o corpo como afirmação identitária, os percursos marcados pela transfobia e cissexismo em diferentes medidas, variabilidade de motivações para a entrada no trabalho sexual e a forma como o atual quadro legislativo, acerca do trabalho sexual, coloca estas pessoas em situações precárias face a crises como a pandemia COVID-19. Com esta dissertação procuramos desconstruir a associação das transexualidades ao exercício de trabalho sexual. Considerando que o trabalho sexual é apenas uma escolha possível e legítima para quem o escolhe. Conscientes de que vivemos numa sociedade transfóbica e que não reconhece o trabalho sexual como uma atividade laboral, procuramos explicitar a importância de uma transformação social. Quando se é trans e trabalhador/a do sexo, é-se colocado numa situação de maior vulnerabilidade. Vulnerabilidades essas que, também, advém do atual quadro legislativo referente ao trabalho sexual. 2021-05-07T23:07:42Z 2021-05-07T23:07:42Z 2020-12-10 2020-11-10 Dissertação sigarra:433777 https://hdl.handle.net/10216/130939 202572013 por openAccess application/pdf |
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Esta dissertação de mestrado procura compreender como é que ocorre a construção
identitária de mulheres trans que exercem trabalho sexual. Para isso procurou-se perceber de
que forma ocorre a construção identitária de mulheres trans que exercem ou exerceram trabalho
sexual, como é que esta construção identitária é percecionada e vivenciada pelas participantes
e de que forma é que o trabalho sexual contribui para a construção de identidades trans.
Para concretizar estes objetivos, realizaram-se cinco entrevistas semiestruturadas, a
pessoas que se identificaram como mulheres trans e que realizem ou tenham realizado trabalho
sexual em Portugal. Procedeu-se à análise dos dados, seguindo as orientações de Virginia
Braun e Victoria Clarke (2006, 2013, 2018), partindo de um paradigma construcionista,
transfeminista e interseccional. Isto implica que perspetivamos a identidade como construída
socialmente, e autodeterminada, e as pessoas que exercem trabalho sexual como portadoras de
agência.
Da análise dos dados recolhidos emergiram três temas, "a imagem corporal", "ser-se
trans: conceções transfóbicas e multiplicar de opressões" e "construir-se no contexto do
trabalho sexual". Estes três temas organizam-se em torno dos desafios de se ser trans e
trabalhadora do sexo. Entre as principais conclusões desta investigação destaca-se o corpo
como afirmação identitária, os percursos marcados pela transfobia e cissexismo em diferentes
medidas, variabilidade de motivações para a entrada no trabalho sexual e a forma como o atual
quadro legislativo, acerca do trabalho sexual, coloca estas pessoas em situações precárias face
a crises como a pandemia COVID-19.
Com esta dissertação procuramos desconstruir a associação das transexualidades ao
exercício de trabalho sexual. Considerando que o trabalho sexual é apenas uma escolha
possível e legítima para quem o escolhe. Conscientes de que vivemos numa sociedade
transfóbica e que não reconhece o trabalho sexual como uma atividade laboral, procuramos
explicitar a importância de uma transformação social. Quando se é trans e trabalhador/a do
sexo, é-se colocado numa situação de maior vulnerabilidade. Vulnerabilidades essas que,
também, advém do atual quadro legislativo referente ao trabalho sexual. |
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