Summary: | A época natalícia tem perdido o seu significado original de celebração cristã e
antimaterialista, devido à importância que é, cada vez mais, dada ao consumo hoje em
dia. De facto, a maior parte dos sujeitos confirma que o Natal é uma época dispendiosa,
na medida em que se verificam gastos elevados com compras de prendas, decorações,
comida, entre outros. Deste modo, tratando-se de uma época claramente associada ao
consumismo, este estudo surge com o intuito de explorar como se perceciona o fenómeno
da compra por impulso, especificamente, nas compras de prendas de Natal.
Mais concretamente, a presente investigação tem como principais objetivos (1)
verificar quais os significados atribuídos ao Natal e (2) identificar quais os fatores que
podem condicionar a compra por impulso de prendas de Natal. Especificamente,
procurou-se verificar se existe uma relação entre a compra por impulso de prendas de
Natal com as seguintes variáveis: (1) emoções (positivas e negativas), (2) sentimento de
solidão, (3) satisfação com a família, (4) stress e (5) materialismo. Para isso, foi
conduzido um estudo com 602 adultos, que responderam a um questionário online sobre
costumes e opiniões referentes a compras de prendas de Natal.
Os resultados indicam que a maioria das pessoas associa a época natalícia à família
e amigos, às compras (principalmente de prendas) e a elementos decorativos. Assim,
apesar de a generalidade dos sujeitos percecionar o Natal como uma época que
desencadeia sentimentos positivos, existe uma parte da amostra que não se identifica com
o espírito do Natal, nomeadamente por se sentir angustiada, stressada ou sozinha. Para
além disso, este estudo conclui que as variáveis que mais aumentam a compra por impulso
de prendas de Natal são as emoções negativas sentidas na época natalícia, o materialismo
e o stress percecionado também ao longo da época. Reconhece-se, ainda, um papel
importante das emoções negativas, na medida em que medeiam a relação entre o stress e
a compra por impulso de prendas de Natal.
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