Summary: | Visão geral e objetivos: As grávidas colonizadas com Streptococcus do grupo B (SGB) são geralmente assintomáticas, porém o SGB pode causar infeção urinária, bem como amnionite, endometrite e bacteriemia. Encontra-se também associado a um aumento do risco de parto pré-termo e morte fetal. No recém-nascido o SGB é a principal causa de infeção, podendo originar uma infeção neonatal precoce (early-onset disease - EOD) ou tardia. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da colonização por SGB nas grávidas e avaliar diferenças entre grupos, fatores de risco para a colonização e a ocorrência de EOD.
Desenho do estudo, População e Métodos: Foi realizado um estudo observacional, retrospetivo e descritivo realizado nas grávidas que tiveram partos entre janeiro de 2013 e setembro de 2019. Avaliamos variáveis demográficas e clínicas obtidas dos processos eletrónicos. As grávidas foram divididas em dois grupos, colonizadas por SGB e não colonizadas por SGB. Foram efetuadas análises descritivas das variáveis de estudo e efetuados testes estatísticos para avaliar fatores de risco para a colonização por SGB e comparar médias e distribuições entre grávidas colonizadas e não colonizadas.
Resultados: Foram incluídos no estudo 12.315 casos, sendo que 2.211 grávidas se encontravam colonizadas pelo SGB o que corresponde a uma prevalência de 18% (IC95%: 17,3 - 18,6). Foram encontradas diferenças para idade materna, níveis de escolaridade, partos anteriores e gestações, ganho de peso durante a gestação e idade gestacional. Foi encontrada uma associação entre infecções urinárias durante a gravidez e colonização. Encontramos uma prevalência de EOD neonatal por SGB de 2,3 por 1000 nados vivos no grupo das colonizadas.
Conclusões: A prevalência de colonização por GBS é semelhante à relatada anteriormente. A prevalência de EOD em grávidas colonizadas também está de acordo com outros estudos, refletindo o rastreio universal para o SGB e a profilaxia antibiótica. === Overview and Aims: Colonized pregnant women with group B Streptococcus (GBS), are generally asymptomatic, but GBS can cause urinary tract infection, as well as amnionitis, endometritis and bacteraemia. It is also associated with an increased risk of preterm birth and fetal death. In the newborn, GBS is the main cause of infection, which can lead to neonatal GBS early-onset disease (EOD) or late-onset disease. The aim of this study was to evaluate the prevalence of GBS colonization in pregnant women, and to assess differences between groups, risk factors for colonization, and the occurrence of EOD.
Study Design, Population and Methods: An observational, retrospective and descriptive study was carried out in pregnant women who had deliveries between January 2013 and September 2019. We evaluated demographic and clinical variables obtain from electronic files. The pregnant women were divided into two groups, colonized by GBS and not colonized by GBS. Descriptive analyses of the study variables and statistical tests were performed to assess risk factors for GBS colonization and to compare means and distributions between colonized and non-colonized pregnant women.
Results: A total of 12,315 cases were included in the study, of which 2,211 pregnant women were colonized by the SGB, which corresponds to a prevalence of 18% (95% CI: 17.3 - 18.6). Differences were found for maternal age, educational levels, previous births and pregnancies, weight gain during pregnancy and gestational age. An association was found between urinary infections during pregnancy and colonization. We found a prevalence of neonatal GBS EOD of 2.3 per 1000 live births in the colonized group.
Conclusions: The prevalence of GBS colonization is similar to that previously reported. The prevalence of EOD in colonized pregnant women is also in accordance with other studies, reflecting the universal screening for GBS and antibiotic prophylaxis.
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