The Problem-Solving Decision-Making scale - translation and validation for the Portuguese language: A crosssectional study

RESUMO Contexto: Uma vez que se argumenta que o paciente deve ter um papel ativo na tomada de decisões médicas, mas nem todos os pacientes desejam o mesmo grau de participação, torna-se importante estar ciente das preferências da população de modo a adequar a prática clínica às mesmas. Tanto quanto...

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Bibliographic Details
Main Author: Micaela Moura Gregorio
Other Authors: Faculdade de Medicina
Format: Others
Language:English
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/128848
Description
Summary:RESUMO Contexto: Uma vez que se argumenta que o paciente deve ter um papel ativo na tomada de decisões médicas, mas nem todos os pacientes desejam o mesmo grau de participação, torna-se importante estar ciente das preferências da população de modo a adequar a prática clínica às mesmas. Tanto quanto sabemos, o grau de preferência de participação na tomada de decisão médica da população portuguesa ainda não foi estudado. Objetivos: 1) Traduzir e validar a escala "Problem-Solving Decision-Making" para a língua portuguesa. 2) Avaliar as preferências públicas sobre o grau de participação desejado na tomada de decisão médica numa amostra representativa da população portuguesa. Tipo de estudo: Estudo transversal. Métodos: A escala "Problem-Solving Decision-Making" foi traduzida do inglês para o português e depois retrotraduzida para obter uma versão final. O questionário foi aplicado de janeiro a março de 2019 durante entrevistas presenciais numa amostra representativa da população portuguesa (N = 301 pessoas com 20 anos ou mais) para validar a escala para a população portuguesa. Posteriormente, realizamos uma análise dos resultados obtidos com a aplicação do questionário numa amostra maior, de 599 pessoas, para obter o grau de participação desejado na tomada de decisões médicas. Resultados: A análise dos componentes principais foi utilizada para avaliar a validade da estrutura interna da escala. Os resultados identificaram dois componentes: "problem-solving" e "decision-making" com uma variação explicada de 65,9%. Para avaliar a consistência interna, três técnicas diferentes foram usadas e aplicadas aos dois componentes. Todos os itens têm uma consistência interna muito boa (alfa de Cronbach do "problem-solving" = 0,931 e alfa de Cronbach do "decision-making" = 0,951). Os pacientes geralmente desejam deixar o controlo ao médico nas tarefas relacionadas com a resolução de problemas ("problema-solving"), atribuindo pontuações mais próximas do " Apenas o Médico ", enquanto nas tarefas de tomada de decisão ("decision-making") o componente " Ambos Equitativamente" tem uma maior percentagem. Comparando as três vinhetas, é possível observar que a vinheta de mortalidade é aquela em que os pacientes mais deixaram a decisão para o médico, com uma percentagem de pacientes passivos de 66,1%. Por outro lado, a vinheta de qualidade de vida apresentou uma percentagem maior de pacientes que desejavam uma decisão partilhada (44,3%) e foi a única em que havia pessoas na categoria autónoma (0,2%). No componente de "problem-solving", as diferenças na variação de preferências foram estatisticamente significativas para as variáveis da idade, área de residência e nível educacional. No componente de "decision-making", as diferenças na variação de preferência foram estatisticamente significantes para a idade, estado civil, área de residência, estado de saúde, nível educacional, ocupação principal e profissão. Conclusões: A validação da escala portuguesa está de acordo com a literatura existente. A escala pode ser dividida em dois componentes: o componente de "problem-solving" e o componente de "decision-making". A escala traduzida demonstrou uma boa consistência interna e, portanto, pode ser utilizada em estudos futuros. Na população portuguesa, a maioria dos pacientes deixa para o médico a tomada de decisão, tanto no componente "problem-solving" como no componente "decision-making". É possível observar a vontade de partilhar a decisão com o médico, mas os pacientes que desejam um papel completamente autónomo são raros. Numa situação que envolve risco de vida, associada a um pior prognóstico, os pacientes estão mais dispostos a deixar o médico decidir. Pelo contrário, numa situação menos séria, há uma maior vontade de participar na tomada de decisão. Descobrimos que a decisão médica partilhada é mais aceitável para pacientes mais jovens e com maior nível de escolaridade no componente "problem-solving" e mais aceitável para jovens, divorciados, pessoas saudáveis, com nível de ensino superior, pessoas empregadas, sobretudo trabalhadores por conta própria, no componente de "decision-making". === ABSTRACT Background: Since it is argued that the patient should have an active role in medical decision making but not all patients want the same degree of participation, it becomes important to be aware of the population's preferences in order to proceed accordingly. As far as we know, the preferred roles by the Portuguese patient population in medical decision-making have not been studied. Objectives: 1) To translate and validate the Problem-Solving Decision-Making scale into the Portuguese language. 2) To assess public preferences for roles of participation in treatment decision making in a representative sample of the Portuguese population. Design: Cross-sectional study. Methods: The Problem-Solving Decision-Making scale was translated from English to Portuguese and then back-translated to obtain a final version. The questionnaire was then applied from January to March 2019 during face-to-face interviews in a representative sample of the Portuguese population (n=301 people aged 20 years or more) to validate the Problem-Solving Decision-Making scale in a Portuguese population. At a later stage, we performed an analysis of the results obtained with the application of the questionnaire in a larger sample of 599 people to obtain their preferred roles in medical decision-making. Results: Principal component analysis was used to evaluate the validity of the internal structure of the scale. The results identified two components: problem-solving and decision-making with an explained variance of 65.9%. For internal consistency, three different techniques were used and applied to the two components. All of the items have very good internal consistency (problem-solving Cronbach's alpha=0.931 and decision-making Cronbach's alpha=0.951). Patients mostly want to give their doctor control over problem-solving tasks by giving scores closer to "Doctor alone", while in decision-making tasks the "Doctor and you equally" component is increased. Comparing the 3 vignettes, it is possible to see that the mortality vignette is the one where patients left the decision to the doctor the most, with the percentage of passive patients being 66.1%. In contrast, the quality of life vignette had a higher percentage of patients who wanted a shared role (44.3%) and was the only one in which there were people in the autonomous category (0.2%). In problem-solving component, preference's variations differences were statistically significant for age, area of residence, and educational level variables. In decision-making component, preference's variations differences were statistically significant for age, marital status, area of residence, health status, educational level, main occupation and profession variables. Conclusions: The validation of the Portuguese scale agreed well with the existing literature. The scale can be divided into two components: the problem-solving component and the decision-making component. The translated scale demonstrated good internal consistency and can therefore be used in future studies. In the Portuguese population, most patients leave to the physician the role of decision maker, both in the problem-solving and decision-making components. It is possible to observe the willingness to share the decision with the doctor in the decision-making but patients who want a completely autonomous role are rare. In a life-threatening situation, associated with a worse prognosis, patients are more willing to let the doctor decide. On the contrary, in a less serious situation there is a greater willingness to participate in decision making. We have found that shared decision making is more acceptable to younger and better-educated patients in problem-solving component and to younger, divorced, healthy, higher educated and employed, mostly who works on its own, people in decision-making component.