A propósito do espaço da feira na Maia/Estruturas de levante na organização territorial

• Main Author: Alexandra Cristina de Carvalho Salgado
• Other Authors: Faculdade de Arquitectura
• Format: Others
• Language: Portuguese
• Published: 2020
• Subjects: Artes; Arts; Humanidades::Artes; Humanities::Arts
• Online Access: https://hdl.handle.net/10216/121740

A feira representa, por tradição, o espaço privilegiado para as trocas económicas e, por isso, também a oportunidade para reunir e sociabilizar, frequentemente associada à presença de edificado religioso. No entanto, enquanto fenómeno activo na dinamização e desenvolvimento do território, a sua existência não se restringe a estas possibilidades. É sobretudo a sua capacidade de potencial participação na estruturação de um território que se explora nesta dissertação. Trata-se de entender a feira como um fenómeno territorial, desde os princípios que orientam a sua implantação em determinado território, ao modo como interagem e dinamizam as estruturas territoriais envolventes. Destes princípios de fixação que se entendem terem sido determinantes, aborda-se, sobretudo, a evolução dos sistemas de comunicação - viários e ferroviários -, procurando estabelecer relações entre os seus traçados e a localização dos espaços de feira.Ao crescimento e progressivo desenvolvimento do concelho da Maia correspondeu uma transformação no seu território, de tradição marcadamente agrícola a centro urbano dinâmico. Esta complexidade territorial acabou por permitir estudar um conjunto de espaços de feira diversos, que reflectem a variedade inerente ao progresso de transformação a que se assistiu neste território, tornando-o particularmente estimulante como objecto de estudo. Para cada espaço, elabora-se uma leitura expositiva que pretende, em primeiro lugar, contextualizar o fragmento de território em estudo, percebendo as suas principais características e transformações ao longo do tempo. Analisa-se o lugar da feira desde a sua implantação à sua organização e as acções que lhe são associadas.Reconhece-se ainda a particularidade do fenómeno da feira no que respeita à sua ciclicidade - instala-se provisoriamente sobre determinado espaço. O seu impacto enquanto dinâmica urbana gere-se nessa oscilação cíclica entre presença e ausência, entre espaço em actividade e espaço em espera. === The fair represents, by tradition, the privileged space of commercial exchanges and, therefore, also the opportunity to gather and socialize, often related to the existence of religious building. However, as an active phenomenon in the dynamization and development of the territory, its existence is not restricted to these possibilities. It is, mainly, its capacity of potential participation in the structuring of a territory that is explored in this dissertation. It is a question of understanding the fair as a territorial phenomenon, from the principles that guide its implantation in a given territory, to the way they interact and dynamize the surrounding territorial structures. From these principles of fixation which are considered to be decisive, it's mainly approached the evolution of the communication systems - road and rail - seeking to establish relations between its routes and the location of the fair spaces.To the growth and progressive development of Maia has corresponded a transformation in its territory, from traditionally agricultural to dynamic urban center. This territorial complexity has allowed us to study diverse fairs, which reflect the variety inherent to the transformation progress seen in this territory, making it a particularly stimulating study object. For each space, it's made an expositive reading that intends to, in the first place, contextualize the studied territory fragment, understanding its main characteristics and transformation over time. It analyzes the fair from its implantation to its organization and correlational actions.It is also recognized the particularity of the fair phenomenon in what concerns its cyclicity - it is provisionally installed on a certain space. Its impact as a urban dynamic is managed in that cyclic oscillation between presence and absence, between in activity space and waiting space.