Fronteira (in)visível da migração: uma narrativa de seis famílias migradas com crianças em idade escolar

Neste trabalho problematiza-se o fenómeno da migração em família com crianças em idadeescolar. A caraterização das famílias é um processo complexo e difícil porque existem múltiplosmodelos familiares, porque as famílias são heterogéneas e porque promovem diversas interaçõescom a sociedade. Por sua v...

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Bibliographic Details
Main Author: Elisabete Maria Costa Azevedo Martins de Carvalho
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2019
Subjects:
Online Access:https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/111545
Description
Summary:Neste trabalho problematiza-se o fenómeno da migração em família com crianças em idadeescolar. A caraterização das famílias é um processo complexo e difícil porque existem múltiplosmodelos familiares, porque as famílias são heterogéneas e porque promovem diversas interaçõescom a sociedade. Por sua vez, o fenómeno da migração em família revela novas singularidadesrelacionais e comunicacionais que exigem uma partilha mais íntima e intensa entre todos. Ametodologia adotada para este estudo foi a de uma investigação narrativa por permitir acederàs subtilezas múltiplas do (re)contar das experiências e compreender a complexidade das históriasdos indivíduos migrados que fazem parte do estudo. A recolha de informação fez-se, emcontexto familiar com todo o agregado presente, de 2014 a 2016, num universo total de 26pessoas, pertencentes a 3 famílias portuguesas emigradas nos Estados Unidos e já regressadas aPortugal e 3 famílias imigradas em Portugal, uma oriunda dos Estados Unidos e duas do Brasil.Os seus quotidianos são marcados pelas nuances da migração. Todas as famílias migraram pormotivos profissionais e/ou económicos. As crianças estudavam em escolas portuguesas tendoa maioria frequentado dois sistemas de ensino em países diferentes. Num primeiro momento,a recolha fez-se através de entrevistas/conversas que respeitaram o ritmo do entrelaçar dos diá-logos com os diversos indivíduos e que decorreram por opção das famílias em suas casas. Numsegundo momento, transversal temporalmente aos outros, surgem os questionários abertos eos desenhos realizados pelas crianças, a pedido dos investigadores, sobre a escola. Num terceiromomento, a construção dos diários, textos híbridos com desenhos e fotografias, escritos semanalmenteem família ou por um membro da família durante treze semanas. Neste problematizarsurgem as convergências das singularidades e da autenticidade de se "ouvir com outros olhos"(Antunes, 2015). Tanto a família como a escola e o lugar educam e sociabilizam norteando osdestinos dos cidadãos com vidas globais. O puzzle da investigação relaciona a experiência damigração com a dinâmica familiar em interação com a escola e procura descobrir o fenómenoda unidade na diversidade através da discussão de um construto denominado (luso)morpho.