Summary: | Timor situa-se na Insulíndia, periferia do grande Arquipélago Malaio, ao norte da Austrália. O solo é montanhoso e bastante compartimentado, originando uma diversidade climática com repercussões sobre a fauna e a flora do território, e contribuindo para a formação de grupos etnolinguísticos na população que, desde o Paleolítico, o habitou. De igual modo, a organização política administrativa da sociedade timorense mais antiga reflectia essa dispersão, apesar da similitude da estrutura e do funcionamento dos reinos em que se agrupava. Aos elementos proto-malaios e à cultura austronésia predominantes, foram juntar-se, ao longo do tempo, outros grupos étnicos e várias influências próximas ou maisa longínquas, das quais se destaca, sobretudo na parte oriental da ilha de Timor, a exercida pelos portugueses. A presença portuguesa iniciada nos princípios do século XVI, esteve sempre condicionada por uma subalternidade do território que, em períodos sucessivos, se revestiu de aspectos diferentes. Logo no século seguinte, a perda de Malaca(1641) distanciou mais o arquipélago de Timor de um grande centro. Desde então,a distância, a carência de comunicações e a forte implantação holandesa na região, tornaram muito precária a sua manutenção, pelo menos até à segunda metade do séc. XIX. A dependência de Goa e Macau, entre os séculos XVIII e os finais do séc. XIX, evidenciam uma política essencialmente administrativa para a conservação da colónia, explorando sobretudo os seus recursos naturais de que o sândalo é o melhor exemplo. Por seu lado, as estruturas tradicionais indígenas mantinham-se praticamente intocáveis, possibilitando uma coexistência de tipo senhorial, que não se coadunava com as novas orientações de política colonial definidas na Conferência de Berlim.
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