Timor : a presença portuguesa (1769-1945)

Timor situa-se na Insulíndia, periferia do grande Arquipélago Malaio, ao norte da Austrália. O solo é montanhoso e bastante compartimentado, originando uma diversidade climática com repercussões sobre a fauna e a flora do território, e contribuindo para a formação de grupos etnolinguísticos na popul...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Figueiredo, Fernando Augusto
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Porto : [Edição do Autor] 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10216/10864
Description
Summary:Timor situa-se na Insulíndia, periferia do grande Arquipélago Malaio, ao norte da Austrália. O solo é montanhoso e bastante compartimentado, originando uma diversidade climática com repercussões sobre a fauna e a flora do território, e contribuindo para a formação de grupos etnolinguísticos na população que, desde o Paleolítico, o habitou. De igual modo, a organização política administrativa da sociedade timorense mais antiga reflectia essa dispersão, apesar da similitude da estrutura e do funcionamento dos reinos em que se agrupava. Aos elementos proto-malaios e à cultura austronésia predominantes, foram juntar-se, ao longo do tempo, outros grupos étnicos e várias influências próximas ou maisa longínquas, das quais se destaca, sobretudo na parte oriental da ilha de Timor, a exercida pelos portugueses. A presença portuguesa iniciada nos princípios do século XVI, esteve sempre condicionada por uma subalternidade do território que, em períodos sucessivos, se revestiu de aspectos diferentes. Logo no século seguinte, a perda de Malaca(1641) distanciou mais o arquipélago de Timor de um grande centro. Desde então,a distância, a carência de comunicações e a forte implantação holandesa na região, tornaram muito precária a sua manutenção, pelo menos até à segunda metade do séc. XIX. A dependência de Goa e Macau, entre os séculos XVIII e os finais do séc. XIX, evidenciam uma política essencialmente administrativa para a conservação da colónia, explorando sobretudo os seus recursos naturais de que o sândalo é o melhor exemplo. Por seu lado, as estruturas tradicionais indígenas mantinham-se praticamente intocáveis, possibilitando uma coexistência de tipo senhorial, que não se coadunava com as novas orientações de política colonial definidas na Conferência de Berlim.