A contextualização curricular no ensino da matemática no 3º ciclo do ensino básico: relações entre políticas e práticas curriculares

A Matemática, enquanto disciplina do currículo escolar, tem sido marcadapelo insucesso e pelos resultados pouco satisfatórios obtidos pelos alunos, querem provas de avaliação externa nacionais quer internacionais. Para contrariaresta situação, têm sido implementadas políticas educativas justificadas...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Maria de Fátima Duarte Delgado
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2019
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/108100
Description
Summary:A Matemática, enquanto disciplina do currículo escolar, tem sido marcadapelo insucesso e pelos resultados pouco satisfatórios obtidos pelos alunos, querem provas de avaliação externa nacionais quer internacionais. Para contrariaresta situação, têm sido implementadas políticas educativas justificadas pelopropósito de melhorar os processos de ensino e aumentar o sucesso dos alunosnesta área curricular. Dessas políticas são exemplo, e estão em foco no trabalhode investigação que aqui se apresenta, o Plano da Matemática (ME, 2006b), oPrograma de Matemática do Ensino Básico (ME, 2007) e o Programa e MetasCurriculares de Matemática do Ensino Básico (MEC, 2013). Na linha de estudosda educação matemática que têm alertado para a importância da transformaçãodas práticas de ensino, argumentando a favor de métodos que promovam ummaior envolvimento do aluno na sua aprendizagem, esta investigação analisaesses processos na sua relação com características da contextualizaçãocurricular. Especificamente, o estudo tem por objetivo produzir conhecimentosobre o lugar, possibilidades e limites do recurso à contextualização curricular noensino da Matemática, no 3.º ciclo do ensino básico, na sua relação com aaprendizagem dos alunos. Tomando como quadro de referência teórico-metodológico o ciclo contínuo de políticas (Bowe et al., 1992) e reconhecendo queos processos de produção de políticas ultrapassam o contexto nacional,analisaram-se documentos internacionais que divulgam orientações para políticasde educação nacionais que, por sua vez, orientam o currículo escolar, em geral, eda Matemática, em particular. Analisaram-se também perceções de professoresde Matemática e de alunos, do 3.º ciclo do ensino básico, de duas escolas, sobreinfluências destas políticas nas práticas docentes e sua relação comcaracterísticas da contextualização curricular e efeitos na aprendizagem.Os resultados apontam para uma estreita relação entre as orientaçõesinternacionais e as propostas curriculares nacionais, com evidência nas políticaspara o ensino da Matemática. O Plano da Matemática e o Programa deMatemática do Ensino Básico, enquanto políticas de educação matemática,impulsionaram o trabalho colaborativo entre professores e proporcionaram aoportunidade de experienciar e legitimar novas práticas. No que se refere aoPrograma e Metas Curriculares de Matemática do Ensino Básico, os professoresassumem este programa essencialmente como uma listagem de conteúdos acumprir. Quanto ao lugar da contextualização nas práticas docentes, os dadospermitem concluir que, de um modo geral, os professores entrevistados recorrema estratégias que assentam em princípios de contextualização curricular, aindaque revelem também serem estas práticas de difícil concretização por requereremuma atenção diferenciada e adequada aos diferentes perfis dos alunos. Estesdados são consentâneos com as perceções dos alunos, considerando estes que,na sua globalidade, as estratégias de contextualização curricular utilizadas pelosseus professores de Matemática contribuem para aprenderem melhor.