Levantado do Chão, de José Saramago : une poétique de l’exclusion

Depuis l’aube des temps, l’humanité s’est toujours construite en fonction d’une binarité primaire faisant des uns les inclus d’une communauté axiologique et des autres ses exclus. Ce n’est toutefois qu’au lendemain des « trente glorieuses » que le vocable d’exclusion fit son apparition en France no...

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Bibliographic Details
Main Author: Diakhite, Mahamadou
Other Authors: Paris 4
Language:fr
Published: 2010
Subjects:
Online Access:http://www.theses.fr/2010PA040135
Description
Summary:Depuis l’aube des temps, l’humanité s’est toujours construite en fonction d’une binarité primaire faisant des uns les inclus d’une communauté axiologique et des autres ses exclus. Ce n’est toutefois qu’au lendemain des « trente glorieuses » que le vocable d’exclusion fit son apparition en France non pas que le phénomène n’eût jamais existé mais que les catégories de populations auxquelles il renvoyait désormais étaient bien visibles et jugées gênantes. Au Portugal des années 40 et 50 du siècle dernier, les néoréalistes, s’affirmant comme le noyau de résistance sociale à une dictature ploutocratique (le salazarisme), consciemment ou non, ont écrit l’exclusion mais, à notre avis, ils se sont limités à l’étude des types sociaux, des protagonistes collectifs. Par conséquent la complexité psychologique des personnages individués leur a échappé. José Saramago, à son tour, se penche dans Levantado do Chão sur la structure antagonique de la société latifundiaire mais, avec le décalage temporel rendu possible par la Révolution des Œillets, sans Censure ni textes muselés, il écrit de façon très originale l’exclusion des populations rurales de l’Alentejo sinon en intégrant dans son étude la dimension psychologique de personnages individués ou stéréotypés (pícaro, ivrogne) du moins en proposant des solutions technico-littéraires novatrices. Notre étude se fonde sur une approche littéraire, linguistique et sociologique de la problématique de l’exclusion dans ce roman publié en 1980. Dans la première partie, nous nous penchons sur l’exclusion socio-économique. Ensuite nous avons examiné la manière très sui generis dont l’auteur écrit l’exclusion, sur la base de textes d’individualités de la théorie littéraire. Et, enfin, dans notre troisième partie, nous étudions la voix et ses particularités dans le récit. === Since the dawn of time, mankind has always been built according to a primary binarity according to which one is being marginalized by an axiological community and the others being those who excluded. However, it is that after the "Glorious Thirty" that the term of exclusion appeared in France not because the phenomenon had never existed but the categories of people for whom he referred were now clearly visible and considered embarrassing. The 40s and 50s of the latter century in Portugal witness that the neorealists who considered themselves as the nucleus of a social resistance to a plutocratic dictatorship, have dealt with exclusion but, as far as we are concerned, they are only interested in studying social types called joint protagonists.Therefore they got away from the psychological complexity of individuated characters. Jose Saramago, in turn, leans, in Levantado Chão, on the antagonistic structure of the large farm society but with the time shift made possible by the "Revolution of Carnations", without censorship or muzzling texts, writes in a highly original exclusion of rural populations of Alentejo if not including in its study the psychological dimension characters individuated or stereotypes (picaro, drunkard) at least proposing innovating technical literary solutions. Our study is based on an approach to literary, linguistic and sociological problems of exclusion in this novel published in 1980. In the first part, we focus on the socio-economic exclusion. Afterwards we are very interested in the sui generis which the author deals with the exclusion of individuals on the basis of literary theory. And finally, in our third party, we are studying voice and its particularities in narrative. === Desde tempos longínquos, a humanidade sempre se construiu em função de umbinarismo primário que faz de uns os incluídos duma comunidade axiológica e dosoutros seus excluídos. Todavia, só à saída dos “trinta anos gloriosos” é que o vocábuloexclusão fez a sua aparição em França não que o fenómeno nunca tivesse existido masque as categorias de populações às quais se referia daí em diante eram bem visíveis econsideradas como incómodas. Em Portugal, nos anos 40 e 50 do último século, os neorealistas,afirmando-se como o núcleo de resistência social a uma ditadura plutocrática(o salazarismo), consciente ou inconscientemente, escreveram a exclusão, mas, ao nossover, limitaram-se ao estudo de protagonistas colectivos. Por conseguinte, acomplexidade psicológica de personagens individualizadas escapou-lhes. JoséSaramago, por seu turno, debruçou-se, em Levantado do Chão, sobre a estruturaantagónica da sociedade latifundiária mas, com a distância temporal tornada possívelpela Revolução dos Cravos, sem Censura nem textos amordaçados, escreveu de maneiramuito sui generis a exclusão das populações rurais do Alentejo, integrando no seuestudo a dimensão psicológica de personagens individualizadas ou estereotípicas(pícaro, bêbedo), propondo novas soluções técnico-literárias. O nosso estudo baseia-senuma abordagem literária, linguística e sociológica da problemática da exclusão nesteromance publicado em 1980. Na primeira parte, debruçamo-nos sobre a exclusão socioeconómica.Analisamos em seguida a maneira muito original como o autor escreve aexclusão na base de textos de individualidades da teoria literária. E, enfim, na terceiraparte, estudamos a voz e os seus particularismos no seio da narrativa.