[pt] ELEMENTOS PARA UMA TEORIA DO OUTRO DE JACQUES LACAN: SUJEITO E ALTERIDADE

[pt] O conceito de grande Outro, em Jacques Lacan, refere-se ao lugar da cultura e da linguagem por onde o sujeito é formado. Ele surgiu da aproximação lacaniana com a noção freudiana de inconsciente, quando este autor identifica o modo linguageiro do inconsciente operar. Tal conceito possui um aspe...

Full description

Bibliographic Details
Other Authors: MARCUS ANDRE VIEIRA
Language:pt
Published: MAXWELL 2021
Subjects:
Online Access:https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=55918@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/Busca_etds.php?strSecao=resultado&nrSeq=55918@2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.55918
Description
Summary:[pt] O conceito de grande Outro, em Jacques Lacan, refere-se ao lugar da cultura e da linguagem por onde o sujeito é formado. Ele surgiu da aproximação lacaniana com a noção freudiana de inconsciente, quando este autor identifica o modo linguageiro do inconsciente operar. Tal conceito possui um aspecto de alteridade radical, isto é, um ponto de impossível significação completa da existência, devido à insuficiência das palavras e símbolos. Dessa forma, o sujeito responde por modos de existência particulares diante de sua vida, a fim de lidar com a alteridade. Neste material, questionamos que diferentes configurações o lugar do Outro pode assumir tendo em vista as respostas que o sujeito busca construir a partir do que recebe de sua cultura. Tal questão nos ajuda a pensar suportes ao tratamento deste lugar para o auxílio das construções subjetivas. Partimos do desenvolvimento lacaniano da noção de Outro em três momentos de seu pensamento, relacionados às duas estruturas subjetivas da neurose e psicose (paranóica e esquizofrênica). Observando a pluralidade de formações sociais em torno de diferentes saberes e fazeres entre sujeitos, entendemos que o conceito de Outro, ao final da obra lacaniana, torna-se Outros - diversos lugares simbólicos, diferentes linguagens inventadas nos laços sociais. Por essa via, chegamos ao entendimento de que a alteridade do Outro o torna instrumental. Isto é, sua relação com o sujeito não dada a priori, mas construída por meio da atribuição de uma função subjetiva. Tecer considerações sobre os artifícios de lida com a linguagem e sobre a concepção de Outro auxilia a apreender, na escuta analítica, a emergência de elementos que se apresentam como recursos singulares na clínica, arranjados pelo sujeito para formular modos sustentáveis de existir. === [en] The concept of the big Other, in Jacques Lacan, refers to the place of culture and language where the subject is formed. It arose from the Lacanian approach to the Freudian notion of the unconscious, when this author identifies the linguistic way of the unconscious to operate. Such a concept has an aspect of radical alterity, that is, a point of impossible complete meaning of existence, due to the insufficiency of words and symbols. Thus, the subject responds for particular modes of existence in front of his life, in order to deal with alterity. In this material, we question what different configurations the place of the Other can take in view of the responses that the subject seeks to build from what he receives from his culture. This question helps us to think about support for the treatment of this place to help subjective constructions. We start from the Lacanian development of the notion of the Other in three moments of his thought, related to the two subjective structures of neurosis and psychosis (paranoid and schizophrenic). Observing the plurality of social formations around different knowledge and practices between subjects, we understand that the concept of the Other, at the end of the Lacanian work, becomes Others - several symbolic places, different languages invented in social ties. In this way, we come to the understanding that the Other s alterity makes it instrumental. That is, its relationship with the subject is not given a priori, but constructed through the attribution of a subjective function. Contemplating the artifices of dealing with language and the conception of the Other helps to apprehend, in analytical listening, the emergence of elements that present themselves as unique resources in the clinic, arranged by the subject to formulate sustainable ways of existing.