Políticas curriculares para formação de professores: processos de identificação docente (1995-2010)

Esta pesquisa busca contribuir para a compreensão e as investigações das políticas curriculares de formação de professores como ciência social, apropriando-se das teorias pós-estruturalistas. Repensa algumas temáticas como a hegemonia, o poder, a constituição das identidades docentes nas políticas c...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Clarissa Bastos Craveiro
Other Authors: Alice Ribeiro Casimiro Lopes
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2014
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7623
Description
Summary:Esta pesquisa busca contribuir para a compreensão e as investigações das políticas curriculares de formação de professores como ciência social, apropriando-se das teorias pós-estruturalistas. Repensa algumas temáticas como a hegemonia, o poder, a constituição das identidades docentes nas políticas curriculares, a produção do discurso pedagógico e do discurso curricular na formação de professores. Nas pesquisas sobre políticas de currículo, percebe-se que o foco na formação de professores marca o protagonismo docente, na medida em que esse agente é significado como a peça-chave nas mudanças políticas curriculares. O professor é identificado como quem ressignifica o conhecimento, dissemina e transforma o discurso político-pedagógico nas várias instâncias educacionais. Esse espaço ora é significado pela omissão de sua atuação ou formação, remetendo a um discurso de culpabilização docente, ora marcado por um espaço de endeusamento e que significa o professor como parceiro nas mudanças e projetos curriculares propostos pelos órgãos nacionais e internacionais. Esse movimento de contínua produção de significados é um movimento de endereçamento de sentidos. Os discursos produzidos nos contextos FHC e Lula convivem com diferentes discursos sociais e culturais que são reinterpretados ao mesmo tempo em que recriam novos discursos. Nessa contínua produção de sentidos, a formação de professores é marcada por uma tendência a naturalizar certos sentidos para o currículo estabelecendo uma interface entre discurso pedagógico e discurso de política curricular de formação de professores. A pesquisa apresenta um estudo na temática da identidade docente, no campo das políticas curriculares, no período dos governos Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Lula da Silva (Lula), a partir da discussão sobre a formação docente como projeto curricular que busca endereçar uma dada identidade, relacionando discurso pedagógico e discurso curricular. A análise dos documentos é feita por meio da ferramenta tecnológica do programa WordSmith Tools, versão 5, investigando os endereçamentos de sentidos para a constituição da identidade docente, bem como o/s sentido/s defendido/s em cada contexto para a formação de professores. A fundamentação teórica tem por base o Ciclo de Políticas de Stephen Ball, processos de hibridização e identidade com Stuart Hall, S. Ball e Rita Frangella, Política Curricular com Alice C. Lopes, Elizabeth Macedo, Teoria do Discurso com Ernesto Laclau e Chantal Mouffe e formação de professores com Helena de Freitas, Carlinda Leite e Rosanne Dias. Defende-se que o endereçamento de sentidos e a busca por hegemonizar determinados discursos fazem parte de uma luta de poder, de articulações que constituem sujeitos e contextos e, por isso, produzem processos provisórios e contingentes de constituição de identidades docentes. Entende-se, nessa perspectiva, que não existe uma identidade fixa e universal que possa dar conta de representar o social. A tese apresentada é de antagonismo entre os projetos políticos, aqui denominados como FHC e Lula, pois engendram discursos de formação de identidade docente que defendem, ao mesmo tempo em que justificam, a necessidade de mudanças nas políticas curriculares de formação de professores e na significação do discurso pedagógico mais adequado para cada contexto. Contudo, apesar de defenderem diferentes discursos e concepções de identidade docente, acabam por assemelharem-se nas propostas finais por meio dos mecanismos de aferição da qualidade docente pautados em índices nacionais e internacionais através de avaliações, minimizando dessa forma o antagonismo entre as duas propostas. Conclui-se que há antagonismo entre as duas cadeias discursivas e, ainda que em alguns momentos enfraquecidos por força de demandas à margem do projeto político social mais amplo, permanecem antagônicas mesmo que por sutis diferenças === Esta investigación tiene como objetivo contribuir a la comprensión y las investigaciones de las políticas curriculares de formación de maestros como una ciencia social, apropiándose de las teorías pos-estructuralistas; replantea algunas temáticas como la hegemonía, el poder, la constitución de las identidades docentes en las políticas curriculares, la producción del discurso pedagógico y del discurso curricular en la formación de maestros. En las investigaciones sobre políticas de currículo, se observa que el foco en la formación de maestros marca el protagonismo docente, en la medida en que se entiende ese agente como " la figura clave " en los cambios de políticas curriculares por ser quien replantea el conocimiento, difunde y transforma el discurso político-pedagógico en las diversas instancias educativas. Ese espacio ora se entiende por la omisión de su actuación o formación, remetiendo a un discurso de culpabilización docente, ora es marcado por un espacio de " endiosamiento " y eso significa el maestro como un "socio " en los cambios y los proyectos curriculares propuestos por los organismos nacionales e internacionales. Este movimiento de continua producción de significados es un movimiento de direccionamiento de sentidos. Los discursos producidos en los contextos FHC y Lula conviven con diferentes discursos sociales y culturales que son reinterpretados mientras que recrean nuevos discursos. En esta continua producción de sentidos, la formación docente se caracteriza por una tendencia a naturalizar determinados sentidos para el currículo estableciendo una interfaz entre el discurso pedagógico y el discurso de política curricular de formación del profesorado. La investigación presenta un estudio sobre el tema de la identidad docente en el campo de las políticas curriculares, en el período de Fernando Henrique Cardoso ( FHC ) y Lula da Silva ( Lula ), a partir de la discusión sobre la formación docente como proyecto curricular que trata de direccionar una dada identidad, relacionado discurso pedagógico con discurso curricular. El análisis de los documentos se realiza a través de la herramienta tecnológica del programa WordSmith, versión 5, y los direccionamientos de sentidos para la formación de la identidad docente, así como lo(s) sentido(s) defendidos(s) en cada contexto para la formación del profesorado. El marco teórico se basa en el Ciclo de Políticas de Stephen Ball, procesos de hibridación e identidad con Stuart Hall, S. Ball y Rita Frangella, Política Curricular con Alice C. Lopes, Elizabeth Macedo, Teoría del Discurso con Ernesto Laclau y Chantal Mouffe y formación de docentes con Helena de Freitas, Carlinda Leite y Rosanne Dias. Se argumenta que el direccionamiento de los sentidos y la búsqueda por hegemonizar determinados discursos son parte de una lucha de poder, de articulaciones entre sujetos y contextos y, por lo tanto, producen procesos provisionales y contingentes de la formación de las identidades de los docentes. Por lo tanto, se entiende que, en esta perspectiva, no hay una identidad fija y universal que consiga representar el social. La tesis presentada es que hay antagonismo entre los discursos de formación de la identidad docente en los contextos de FHC y de Lula que defienden mientras justifican la necesidad de cambios en las políticas curriculares de formación docente y en el significado del discurso pedagógico más adecuado a cada contexto. Sin embargo, a pesar de defendieren diferentes discursos y concepciones de identidad docente, eventualmente se asemejan en las propuestas finales por medio de los mecanismos de la medición de la calidad docente guiados por índices nacionales e internacionales a través de evaluaciones, lo que minimiza el antagonismo entre las dos propuestas. Se concluye que existe un antagonismo entre las dos cadenas discursivas y, aunque a veces debilitados por fuerza de demandas al margen del proyecto político social más amplio, permanecen antagónicos incluso por diferencias sutiles