Summary: | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === Cobra Norato (1931), do autor gaúcho Raul Bopp (1898-1984), constitui uma das mais significativas obras do Modernismo brasileiro. Neste poema, dividido em 33 pequenos cantos, o personagem central é um homem que, após apossar-se da pele serpentária, empreende uma viagem em busca de sua amada, a filha da rainha Luzia, em poder de Cobra Grande, lendário vilão. Sendo o protagonista um viajante, Cobra Norato faz da travessia uma noção extremamente produtiva. Observaremos no estudo proposto, em que medida a ideia do deslocamento corrobora para uma das principais metáforas boppianas, manifestada na visão empática que seu texto instaura. De raízes folclóricas, com ressonâncias da literatura popular e inspirado num mito amazônico, Raul Bopp busca, pelo trabalho literário, criar uma linguagem adequada ao mundo que tematiza. Aproveitamos o conceito de imagem concebido por Aby Warburg (2010) para analisar como esta poética reproduz em suas nuances, a lógica da sobrevivência. Com Gaston Bachelard (1991) e Jean-Pierre Richard (1954) estudamos ainda as leituras que a presença da matéria lamacenta, intensamente presente na terra do Sem-fim, espaço de travessia do herói, pôde suscitar parte do sentido de descida primitivista. Vale ressaltar que o poema em questão foi idealizado sob as inspirações da corrente Antropofágica, desse modo, também pretendemos problematizar como os signos de tal projeto estético-ideológico são trabalhados no campo metafórico da poesia. Por isso destacamos, paulatinamente, a atenção dada ao desejo de unir duas pontas temporais a Idade de Ouro em que nos encontrávamos, segundo a visão mítica do paraíso nos textos da formação da nacionalidade, e a Idade de Ouro a que chegaríamos, depois da revisão crítica da corrente antropofágica , reafirmando o modelo de sociedade idealizado pela antropofagia (ANDRADE, 1928). Com auxílio de Lígia Morrone Averbuck (1985), Vera Lúcia Oliveira (2002), Otho Moacyr Garcia (1962), M. Cavalcante Proença (1971), Lúcia Sá (2012) entre outros, a pesquisa também pretende pôr em questão algumas das principais interpretações sobre Cobra Norato e fomentar o debate em torno dos dilemas e contradições de uma identidade cultural miscigenada, discussão também alcançada na malha simbólica do poema === Cobra Norato (1931), del autor Raul Bopp (1898-1984), de Rio Grande do Sul, constituye una de las más significativas obras de la Vanguardia brasileña. En ese poema, dividido en 33 pequeños cantos, el personaje central es un hombre que, tras tomar posesión de la piel de una serpiente, emprende un viaje en búsqueda de su amada, hija de la reina Luzia, en poder de Cobra Grande, legendario villano. Con el protagonista como un viajero, Cobra Norato hace de la travesía una noción extremadamente productiva. Observaremos en el estudio propuesto, en qué medida la idea del desplazamiento corrobora para una de las principales metáforas boppianas, manifestada en la visión empática que su texto instaura. De raíces folclóricas, con resonancias de la literatura popular e inspirada en un mito amazónico, Raul Bopp busca, por el trabajo literario, crear un lenguaje adecuado al mundo que pone como tema. Aprovechamos el concepto de imagen, concebido por Aby Warburg (2010) para analizar como esta poética reproduce en sus matizes, la lógica de la supervivencia. Con Gaston Bachelard (1991) y Jean-Pierre Richard (1954) estudiamos también las interpretaciones que la presencia de la materia lodosa, intensamente presente en la tierra del Sem-fim, espacio de cruce del héroe, pudo suscitar parte del sentido de bajada primitivista. Es bueno señalar que dicho poema fue idealizado bajo las inspiraciones de la corriente Antropofágica, de ese modo, también pretendemos problematizar como los signos de tal proyecto estético-ideológico se trabajan en el campo metafórico de la poesía. Por eso destacamos, paulatinamente, la atención dada al deseo de unir dos puntas temporales la Edad de Oro en la cual nos encontrábamos, según la visión mítica del paraíso en los textos de formación de nacionalidad, y la Edad de Oro a la cual llegaríamos, después de la revisión crítica de la corriente antropofágica reafirmando el modelo de sociedad idealizado por la antropofagia (ANDRADE, 1928). Con el auxilio de Lígia Morroni Averbuck (1985), Vera Lúcia Oliveira (2002), Otho Moacyr Garcia (1962), M. Cavalcante Proença (1971), Lúcia Sá (2012) entre otros, la investigación también pretende poner en cuestión algunas de las principales interpretaciones sobre Cobra Norato y fomentar el debate en torno de los dilemas y contradicciones de una identidad cultural mestiza, discusión también alcanzada en la simbología del poema
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