Summary: | Este estudo teve como objetivo analisar o perfil de trabalho e descrever a formação profissional dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no Município de Duque de Caxias. Trata-se de um estudo descritivo e de abordagem quantitativa e qualitativa, com base em uma perspectiva de triangulação de métodos. A pesquisa foi dividida em dois momentos distintos durante a coleta de dados. No primeiro, reuniram-se informações que configurassem todo o histórico de implementação do trabalho dos ACS, desde o surgimento das primeiras equipes. No segundo momento, aplicou-se um questionário aos 51 ACS que compõem o quadro funcional, sendo 23 de unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) e 28 da Equipe de Agentes Comunitários de Saúde (EACS). Foram também realizadas entrevistas individuais com oito participantes. Na análise dos dados, foi possível: a) construir a trajetória histórica dos ACS no Município, incluindo seu perfil sociodemográfico; b) mapear e descrever o perfil e condições de trabalho, a formação dos ACS, o interesse e as motivações quanto à profissão, as atividades de educação em saúde realizadas e o vínculo do ACS com o enfermeiro. O campo de pesquisa foi o município de Duque de Caxias, situado na Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro. Os resultados mostram que a maioria dos participantes é do sexo feminino (94,1%), se encontrava na faixa etária entre 40-49 anos (43%), possui o segundo grau completo (72,5%); por outro lado, apenas 29,4% participam de alguma associação ou sindicato que represente a categoria, 84,3%, atuam em média há mais de sete anos, 84,3 % consideram o seu serviço gerador de estresse, 62,7% não tiveram acesso a algum curso/capacitação antes de serem inseridos na prática. Entre os motivos para atuar como um ACS, citam-se: ajudar a comunidade, estar perto dos filhos e trabalhar perto de casa; já entre as desvantagens do trabalho estão condições precárias de trabalho e baixo salário/vinculo trabalhista precário. Entre as atividades educativas mais realiza, as orientações individuais sobre doenças predominou com 94,1%. Entre os ACS que atuam na ESF, o enfermeiro se destacam, por serem os profissionais que mais o acompanham na prática da educação em saúde (33,3%), seguido pelo dentista (29,2%). Conclui-se que os agentes apresentam fragilidades em reconhecer as suas atribuições no desempenho de suas atividades. A formação recebida se apresenta fora da proposta de mudança de modelo. Uma formação ampliada que permita uma maior compreensão de sua inserção profissional dentro da sociedade e especificamente no campo da saúde poderia mediar o reconhecimento e identidade profissional dos ACS que participaram deste estudo. Esta pesquisa está vinculada ao Grupo de Pesquisa Configurações do Trabalho, Saúde dos Trabalhadores e Enfermagem e à Pesquisa O trabalho dos Agentes Comunitários de saúde do Estado do Rio de Janeiro: análise comparativa entre municípios e regiões. === This study aimed to analyze the job profile and describe the training of Community Health Agents (CHA) in Duque de Caxias. This is a descriptive study with a quantitative and qualitative approach, based on a perspective of triangulation methods. The research was divided into two distinct periods during the data collection. At first we gathered information that would configure the entire history of implementing the work of the CHA, since the emergence of the first teams. In the second phase, a questionnaire was applied to 51 CHA that make up the workforce, with 23 units of the Family Health Strategy (FHS) and 28 of the Staff of Community Health Workers (SCHW). Individual interviews were also conducted with eight participants. In analyzing the data, it was possible: a) build the historical trajectory of CHA in the City, including their sociodemographic profiles; b) to map and describe the profile and working conditions, the training of CHA, interest and motivations regarding the profession, education activities in health in the CHA and the bond with the nurse. The research field was the municipality of Duque de Caxias, located in the Baixada Fluminense, in the State of Rio de Janeiro. The results show that the majority of participants were female (94.1%) were in the age group between 40-49 years (43%), has a high school degree (72.5%), and secondly, only 29.4% participate in any association or union representing the category, 84.3 % work for an average of more than seven years, 84.3% consider their generator service stress, 62.7% had no access to any courses/training before being inserted into practice. Among the reasons to act as an CHA, we mention: helping the community, being close to the kids and work close to home, already among the disadvantages of work are poor working conditions and low pay/precarious labor bond. Among the educational accomplishes more, individual guidance on diseases predominated with 94.1%. Among the CHA working in the FHS, nurses stand out because they are professionals who often accompany the practice of health education (33.3%), followed by the dentist (29.2%). We conclude that agents have weaknesses in recognizing its powers perform their activities. The training received is presented outside of the proposed model change. An expanded training to enable a greater understanding of professional insertion in society and specifically in the field of health could mediate the recognition and professional identity of CHA in this study. This research is linked to the Research Group Settings Labor, Health Workers and Nursing and search The work of community health workers in the state of Rio de Janeiro: comparative analysis between counties and regions."
|