Summary: | Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === Esta tese trata da relação entre violência, sofrimento, fotografia e memória, a partir do noticiário de violência na cidade do Rio de Janeiro e da participação dos familiares de vítimas de casos noticiados em movimentos contra a violência. Para compreender esse universo, descrevo e analiso os discursos textuais, visuais e emocionais dos familiares de vítimas e, também, dos fotojornalistas. As notícias de violência, segundo Luc Boltanski, são uma forma de denúncia e de conversão dos casos individuais em causas coletivas. Essas são tomadas como um primeiro registro da violência que se transforma em um lugar de memória desses acontecimentos na cidade. A partir de notícias e histórias narradas pelos entrevistados foram construídos pequenos quadros de memória que contam o processo vivido pelos familiares após a violência. Esse processo iniciado por uma violência original se converte, ao longo do tempo, em lutas individuais e coletivas. O tempo torna-se um agente que trabalha nas relações, nas emoções e na memória. Ele transforma os sentidos da experiência violenta e constrói a identidade de familiar de vítima e as relações entre eles, moldando comunidades emocionais. Essas comunidades apóiam os familiares em seu restabelecimento emocional e social e na luta para conquistar o direito de justiça. Diante da morte violenta, essas lutas agenciam o surgimento de novas violências e a chegada de novos familiares de vítimas em meio às memórias individuais e coletivas.
=== This thesis deals with the relationship between violence, suffering, photojournalism and memory, from the news of violence in the city of Rio de Janeiro and the participation of victims relatives of reported cases in movements against violence. In order to understand this universe, I describe and analyze textual, visual, and emotional speeches of victims relatives and also of photojournalists. The news of violence, according to Luc Boltanski, are way of denunciation and conversion of the individual cases into "collective causes". These are taken as a first record of violence that turns into a "place of memory" of these events in the city. From news and stories, told by the interviewees, were built small "memory frames" that tell the process experienced by the family after the violence. This process starts by a "original violence" becomes, over time, in individual and collective fights. "Time is an agent" which "works" in relationships, emotions and memory. This changes the sense of the violent experience and builds the identity of the victims relative and the relationships between them, shaping "emotional communities". These communities support the family in their social and emotional recovery and in their fight for the right to justice. In the face of violent death, these fights negotiate the emergence of new violence and the arrival of new families of victims amid the individual and collective memories.
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