Avaliação do efeito da sobrecarga lipídica na reatividade microvascular em mulheres obesas

Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro === As mudanças nos hábitos alimentares têm causado efeitos impressionantes na saúde pública, diretamente relacionados ao aumento da ingestão de refeições ricas em gorduras, principalmente gorduras saturadas. A principal c...

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Bibliographic Details
Main Author: Priscila Alves Maranhão
Other Authors: Eliete Bouskela
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2013
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6096
Description
Summary:Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro === As mudanças nos hábitos alimentares têm causado efeitos impressionantes na saúde pública, diretamente relacionados ao aumento da ingestão de refeições ricas em gorduras, principalmente gorduras saturadas. A principal consequência desse consumo é o estado prolongado e excessivo da lipemia pós-prandial (LPP), considerada um dos fatores relacionados às anormalidades metabólicas e aos danos vasculares. O objetivo do estudo foiavaliar o efeito da sobrecarga lipídica na reatividade microvascular em mulheres obesas. Das 41 participantes deste estudo, 21 apresentavam o diagnóstico de obesidade, com IMC de 32,41,6 kg/m2 (média SD) e idade 31,65 anos e 20 mulheres saudáveis, com IMC de 21,91,7 kg/m2 e idade 27,25,5 anos. Após a avaliação clínica e laboratorial, as participantes tiveram a microcirculação examinada por dois métodos: a dinâmica do leito periungueal, para avaliação da densidade capilar funcional (DCF), velocidade de deslocamento das hemácias no basal (VDH) e após uma isquemia de 1 min (VDHmax) e tempo de reperfusão (TVDHmax). A segunda técnica foi a do dorso do dedo para avaliação da DCF no repouso, durante a hiperemia reativa e após oclusão venosa. Foi feita a coleta de sangue para avaliação do colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), HDL-c e ácidos graxos livres (AGL), glicose, insulina e viscosidade plasmática em 30 e 50 rotações por minuto (rpm). Também foram medidas a pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e frequência cardíaca (FC). Após essas análises no repouso, todas as participantes receberam uma refeição rica em lipídios, e após 30, 60, 120 e 180 minutos da ingestão da refeição, os exames de videocapilaroscopia e a coleta de sangue foram novamente realizados.As participantes com obesidade apresentaram, após a sobrecarga lipídica, valores significativamente menores do que no jejum para: DCF basal do dorso do dedo (p=0,02); DCF durante hiperemia reativa (p=0,02), DCF pós-oclusão venosa (p=0,02), HDL-c (p<0,0001), LDL-C (p<0,0001) e AGL (p<0,0001) e valores elevados para: VDH (p<0,0001), VDHmax(p=0,003), TVDHmax (p=0,004), glicose (p<0,0001), insulina (p<0,001), CT (p=0,03), TG (p<0,0001) e FC (p=0,03). Alterações na viscosidade não foram observadas no grupo OB após a refeição quando comparado aos seus valores basais em 30 e 50 rpm (p=0,87 e p=0,42, respectivamente). A PAS foi elevada nas participantes OB após a sobrecarga quando comparada às saudáveis em todo tempo de estudo. Concluímos que alimentos ricos em lipídios podem aumentar ainda mais a disfunção microcirculatória e as alterações metabólicas já presentes em mulheres obesas. === Changes in eating habits have caused striking effects on public health, directly related to increased intake of food rich in fat, mainly saturated fat. The main consequence of this consumption is the excessive and prolonged state of postprandial lipemia (PPL), considered one an important factor related to metabolic abnormalities and vascular damage. The aim of this study was to assess effects of fat overload on microvascular reactivity in obese women. Of the 41 study participants, 21 had the diagnosis of obesity, with BMI of 32.4 1.6 kg/m2 (mean SD) and age of 31.6 5 years and 20 healthy women with BMI of 21.9 1.7 kg/m2and age 27.2 5.5 years. After clinical and laboratorial assessment, participants had the microcirculation examined by two methods: dynamic, using the nailfold bed to assess functional capillary density (FCD), red blood cell velocity in in control conditions (RBCV) and peak (RBCVmax) and time (TRBCVmax) to reach it after 1 min arterial occlusion. The second technique was the finger dorsum to assess FCD at rest and during the reactive hyperemia response and after venous occlusion. Blood sampling was performed to determine total cholesterol (TC), triglycerides (TG), HDL- c and free fatty acids (FFA), glucose, insulin and plasma viscosity at 30 and 50 rotations per minute (rpm). Systolic (SBP) and diastolic (DBP) blood pressures and heart rate (HR) were also measured. After these measurements at rest, all participants received a meal rich in lipids, and after 30, 60, 120 and 180 min after ingestion, videocapillaroscopy exams and blood samples were taken again. Results - Obese participants, after fat overload, presented significantly lower values than at rest at finger dorsum of FCD (p = 0.02), FCD during reactive hyperemia (p = 0.02) and post- venous occlusion (p = 0.02), HDL-C (p <0.0001), LDL-C (p <0.0001) and FFA (p <0.0001) and high values for: RBCV at rest (p<0 ,0001), RBCVmax (p = 0.003), TRBCVmax (p = 0.004), glucose (p <0.0001), insulin (p<0,0001), CT (P = 0.03), TG (P <0.0001) and HR (P = 0.03). Changes in viscosity were not observed in obese group after a meal, when compared to baseline values at 30 and 50 rpm (p = 0.87 and p = 0.42, respectively). SBP was higher in obese participants after overload compared to healthy ones throughout the study period. We conclude that high fat food can further increase microcirculation dysfunction and metabolic abnormalities already present in obese women.