Summary: | A inserção do psicólogo no campo da saúde vem crescendo de forma considerável no âmbito nacional, principalmente nas últimas duas décadas. Está concentrada aí, atualmente, a maior oferta de vagas em concursos públicos para psicólogos, bem como uma ampliação de oportunidades na rede privada. Trata-se de um cenário bastante amplo, que inclui a atenção básica (postos de saúde, Programa de Saúde da Família, entre outros), a assistência às demandas de saúde mental (Centros de Atenção Psicossocial, rede ambulatorial e hospitais psiquiátricos), além de institutos, hospitais especializados e hospitais gerais (HGs). Em franco processo de estruturação, o campo da psicologia na saúde é marcado por pluralidades de papéis, demandas e histórias, principalmente no que tange ao contexto do HG, onde a especificidade da psicologia permanece até hoje um tanto quanto enigmática. A escassez dos dados sobre a entrada de psicólogos em HGs no Rio de Janeiro apontou o caminho que nossas buscas deveriam assumir. Assim, o objeto desta tese é discutir alguns dos diferentes fazeres do psicólogo no HG. Para tanto, optamos por um percurso que inevitavelmente nos levou a uma perspectiva histórica. Na busca de elementos que pudessem contar quando e como a psicologia se tornou uma especialidade presente nos hospitais gerais, procuramos os agentes precursores desta empreitada, aqueles que participaram ativamente da construção desse espaço como um dos lugares da psicologia na saúde. Foram realizadas cinco entrevistas com personagens dessa história no contexto fluminense, psicólogas que, cada uma em seu hospital e em um dado momento histórico, tiveram papel decisivo para que a psicologia se tornasse uma especialidade legitimada nesse cenário. Tivemos ainda como fontes de pesquisa alguns relatórios, conversas de bastidores, visitas a alguns HGs e a própria vivência da autora desta tese como psicóloga vinculada à Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SESDEC/RJ). Verificamos que a história da psicologia nos HG no Rio de Janeiro é significativamente recente, oficializando-se em 1990 com a realização do primeiro concurso público com provimento de vagas para psicólogos em HGs vinculados à SES/RJ (atual SESDEC). Outros concursos ampliaram as equipes e a configuração de uma rotina na qual a palavra de ordem passou a ser a atenção ao risco psicossocial. Até esse ponto, no entanto, foram travadas muitas batalhas: entre os psicólogos e as demais equipes, entre os novos psicólogos e as direções das suas unidades de saúde, entre psicólogos estatutários e psicólogos prestadores, entre psicólogos e a própria psicologia. Nossa empreitada privilegiou a narrativa desses personagens, as histórias por eles contadas, que nos auxiliaram na composição pregressa e atual da psicologia no HG no Rio de Janeiro. São memórias que contam das dificuldades e das vitórias de cada um desses momentos, na tentativa de se definir o quase indefinível lugar da psicologia no HG. Nosso trabalho pretendeu construir um dos possíveis mapas desse campo, objetivando, com isso, fornecer subsídios para que psicólogos possam ampliar seus estilos e coletivos de pensamento em prol de um exercício profissional ético e responsável. === The insertion of the psychologist in the health field has grown considerably at the national level, especially in the last two decades. It is concentrated there, currently, the greater number of places of public calls for psychologists, as well as an expansion of opportunities in the private network. This is a rather broad, including primary care (health posts, Health Program Family, etc.), assistance to the demands for mental health (community mental health services, network and outpatient psychiatric hospitals), and institutes, specialized hospitals and general hospitals (HGs). Involved in the process of structuring the field of health psychology is marked by plurality of roles, demands and stories, especially with regard to the context of HG, where the specificity of psychology to this day remains somewhat enigmatic. The scarcity of data on the input of psychologists in HGs in Rio de Janeiro showed the way that our search should take. Thus, the object of this thesis is to discuss some of the various doings of the psychologist in HG. To this end, we chose a path that inevitably led to a historical perspective. In search of evidence that could tell when and how psychology became a specialist in this general hospitals, officials sought pioneered this contract, those who participated actively in the construction of the space as a place of psychology in health. Interviews were conducted with five characters in this story in the context of the state, psychologists who, each in its own hospital and at a given moment in history, played a decisive role for psychology to become a legitimate specialty in this scenario. We also had as source some reports of backstage conversations and visits to HGs and even the experience of the author of this thesis as a psychologist attached to the Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SESDEC/RJ). We note that the history of psychology in HG in Rio de Janeiro is significantly new, formalized in 1990 with the initial tender to fill vacancies for psychologists in HGs linked to SES / RJ (current SESDEC). Other invitations extended teams and setting up a routine in which the slogan has become the attention to psychosocial risk. Up to this point, however, many battles were fought: between psychologists and other staff, including psychologists and the new directions of their health facilities, among psychologists and psychologists statutory providers, including psychologists and psychology itself. Our contract favors the narrative of these characters, the stories they told, that helped us in the past and present composition of psychology at GH in Rio de Janeiro. These are memories that tell of the difficulties and victories of each of these moments, in an attempt to define the almost indefinable place of psychology in HG. Our work aims to build one of the possible maps that field, aiming thereby providing support for psychologists to expand their styles and thought collectives in favor of a professional and ethical responsibility.
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