Pobreza e serviço social: diferentes concepções e compromissos políticos
Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === A presente tese tem por objetivo analisar o trato teórico dado à categoria pobreza pelo Serviço Social. Para tanto, após caracterizar os fundamentos do fe...
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
2011
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Marxismo Liberalismo Sociedade capitalista Serviço social Pobreza Poverty Social services Capitalist society Liberalism Marxism Postmodernism SERVICO SOCIAL Luana de Souza Siqueira Pobreza e serviço social: diferentes concepções e compromissos políticos |
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Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === A presente tese tem por objetivo analisar o trato teórico dado à categoria pobreza pelo Serviço Social. Para tanto, após caracterizar os fundamentos do fenômeno em questão, discutimos as diferentes concepções nas diversas perspectivas teórico-metodológicas e suas propostas de enfrentamento. Sustentados nessa análise, estudamos a abordagem da pobreza no debate do Serviço Social, partindo da hipótese que as formas de concepção da pobreza e seu enfrentamento vinculam-se às perspectivas e compromissos que os profissionais têm assumido. Organizamos o trabalho em três partes. A primeira que trata brevemente dos fundamentos do Modo de Produção Capitalistas e das determinações da sua fase imperialista/monopolista, considerando as particularidades da industrialização no Brasil, para entender a gênese da pobreza e suas manifestações nesse contexto. A segunda parte apresenta as perspectivas teórico-metodológicas liberal, marxista, pós-moderna , através de alguns autores que são referências para a compreensão do fenômeno; a partir do qual analisamos o que entendemos como equívocos nessa discussão. Finalmente, na terceira parte, nos dedicamos ao estudo das formas com que se debate a pobreza e seu enfrentamento no Serviço Social. A análise da produção do Serviço Social foi realizada a partir de um duplo caminho. No primeiro consideramos a bibliografia produzida no âmbito da profissão, onde a pobreza é vinculada a conceitos como: subalternidade, carência, exclusão, popular, risco social, cidadania (invertida, ou não-cidadania), ou referênciada na Lei Geral da Acumulação Capitalista. No segundo caminho analisamos os 235 artigos que tratam da questão da pobreza, na Revista Serviço Social & Sociedade (da Cortez Editora). Por fim, reforçamos a importância de repor o debate sobre a pobreza no Serviço Social como resultado da contradição inerente à sociedade capitalista: socialização da produção e apropriação privada da riqueza produzida. Trata-se de uma resistência à substituição dessa categoria, dessa relação e desses fundamentos, por conceitos como a exclusão, subalternidade, vulnerabilidade e risco. Contudo, mesmo considerando que estes ampliam as determinações diversas das manifestações da pobreza, reafirmamos que não esclarecem os fundamentos e causas daquela.
=== This thesis aims to analyze the theoretical treatment given to poverty category by Social Services. For this purpose, after characterizing the foundations of the phenomenon in question, we discussed the different conceptions in the various theoretical and methodological perspectives and their proposals of confrontation. Supported in this analysis, we studied the approach of poverty in the discussion of the Social Service, assuming that the forms of the poverty conception and its confrontation are linked to the perspectives and commitments that the professionals have assumed. Therefore, we organized our work into three parts. The first treats briefly about the foundations of the Capitalist Way of Production and the stipulations of its imperialist/monopolist phase, considering the particularities of industrialization in Brazil, to understand the genesis of poverty and its expressions in this context. The second part presents the theoretical and methodological perspectives liberal, Marxist, post-modern through a number of authors who are references to the understanding of the phenomenon, from which we analyze what we understand as misunderstanding in this discussion. Finally, the third part, we dedicated to the study of the ways in which are discussed poverty and its confrontation in the Social Service. The production analysis of the Social Service was carried out using a double way. At first we consider the literature produced within the profession, where poverty is linked to concepts such as subaltern, lack, exclusion, popular, social risk, citizenship (inverted or non-citizens), or referenced in the General Law of Capitalist Accumulation. In the second approach we analyzed the 235 articles that address the issue of poverty in the journal Social Work & Society (from Cortez Editora). Finally, we reinforce the importance of restoring the discussion on poverty in the Social Service as a result of the contradiction inherent to the capitalist society: socialization of the production and private appropriation of wealth produced. It is about a resistance to the replacement of this category, of this relationship and of these foundations, for concepts such as exclusion, subalternity, vulnerability and risk. However, even considering that they extend the determinations of the various poverty manifestations, we reaffirm that they do not explain poverty fundamentals and causes.
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Sustentados nessa análise, estudamos a abordagem da pobreza no debate do Serviço Social, partindo da hipótese que as formas de concepção da pobreza e seu enfrentamento vinculam-se às perspectivas e compromissos que os profissionais têm assumido. Organizamos o trabalho em três partes. A primeira que trata brevemente dos fundamentos do Modo de Produção Capitalistas e das determinações da sua fase imperialista/monopolista, considerando as particularidades da industrialização no Brasil, para entender a gênese da pobreza e suas manifestações nesse contexto. A segunda parte apresenta as perspectivas teórico-metodológicas liberal, marxista, pós-moderna , através de alguns autores que são referências para a compreensão do fenômeno; a partir do qual analisamos o que entendemos como equívocos nessa discussão. Finalmente, na terceira parte, nos dedicamos ao estudo das formas com que se debate a pobreza e seu enfrentamento no Serviço Social. A análise da produção do Serviço Social foi realizada a partir de um duplo caminho. No primeiro consideramos a bibliografia produzida no âmbito da profissão, onde a pobreza é vinculada a conceitos como: subalternidade, carência, exclusão, popular, risco social, cidadania (invertida, ou não-cidadania), ou referênciada na Lei Geral da Acumulação Capitalista. No segundo caminho analisamos os 235 artigos que tratam da questão da pobreza, na Revista Serviço Social & Sociedade (da Cortez Editora). Por fim, reforçamos a importância de repor o debate sobre a pobreza no Serviço Social como resultado da contradição inerente à sociedade capitalista: socialização da produção e apropriação privada da riqueza produzida. Trata-se de uma resistência à substituição dessa categoria, dessa relação e desses fundamentos, por conceitos como a exclusão, subalternidade, vulnerabilidade e risco. Contudo, mesmo considerando que estes ampliam as determinações diversas das manifestações da pobreza, reafirmamos que não esclarecem os fundamentos e causas daquela. This thesis aims to analyze the theoretical treatment given to poverty category by Social Services. For this purpose, after characterizing the foundations of the phenomenon in question, we discussed the different conceptions in the various theoretical and methodological perspectives and their proposals of confrontation. Supported in this analysis, we studied the approach of poverty in the discussion of the Social Service, assuming that the forms of the poverty conception and its confrontation are linked to the perspectives and commitments that the professionals have assumed. Therefore, we organized our work into three parts. The first treats briefly about the foundations of the Capitalist Way of Production and the stipulations of its imperialist/monopolist phase, considering the particularities of industrialization in Brazil, to understand the genesis of poverty and its expressions in this context. The second part presents the theoretical and methodological perspectives liberal, Marxist, post-modern through a number of authors who are references to the understanding of the phenomenon, from which we analyze what we understand as misunderstanding in this discussion. Finally, the third part, we dedicated to the study of the ways in which are discussed poverty and its confrontation in the Social Service. The production analysis of the Social Service was carried out using a double way. At first we consider the literature produced within the profession, where poverty is linked to concepts such as subaltern, lack, exclusion, popular, social risk, citizenship (inverted or non-citizens), or referenced in the General Law of Capitalist Accumulation. In the second approach we analyzed the 235 articles that address the issue of poverty in the journal Social Work & Society (from Cortez Editora). Finally, we reinforce the importance of restoring the discussion on poverty in the Social Service as a result of the contradiction inherent to the capitalist society: socialization of the production and private appropriation of wealth produced. It is about a resistance to the replacement of this category, of this relationship and of these foundations, for concepts such as exclusion, subalternity, vulnerability and risk. 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