Summary: | Made available in DSpace on 2013-08-07T19:04:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1
000347374-Texto+Completo-0.pdf: 643907 bytes, checksum: 28ce1d6ad5de89f43102f1ff5f9874a6 (MD5)
Previous issue date: 2006 === Introduction Classic experimental studies have happened since past age beginning, through alternative methods for epilepsy treatment. In one of these methods, using a diet denominate ketogenic diet, we can imitate effects of a prolonged fasting, producing ketonic bodies, and blocking neuronal excitement. According these biochemical and metabolic concepts, we administered a treatment using ketogenic diet in refractory epileptic outpatients, using fractional fast. Objectives To evaluate ketogenic diet efficacy in young patient’s seizures (children and adolescents) with refractory epilepsy, and to relate the therapeutic results with urinary ketonic bodies and plasmatic beta-hydroxybutyrate, to evaluate the occurrence of possible adverses effects, and the tolerability and adherence of diet’s users. Methods This was a prospective study, applied by a team composed by neurologists, nutricionists, biochemics and nursing personal of the Epilepsy Clinic of HSL/PUCRS. The subjects of this study were 10 patients with refractory epilepsy using polytherapy with anticonvulsant medications. After selection and initial evaluation, with the accepting to the treatment, they were followed through mensal returns during a period initially proposed by six months of diet. The periodic following were realized by clinical and nutritional evaluations, with readjusts in the diet, orientation about medication of concomitant use, and collection of blood material for the biochemical evaluations at the Clinical Pathology Laboratory at HSL/PUCRS. Results In this study, the analysis of ketogenic diet effects decreasing seizures frequency showed significant results, and the efficacy of treatment was confirmed when 50% of patients had 50% to 100% of seizures decrease. However, the analysis of the percentage of seizure frequency changing in each patient, between the anterior month of treatment and the month with the best answer to treatment, found absence of statistic results (p=0,289) because of low adherence, and patients with number of seizures extremely high. However, considering only seven patients with seizure decrease we had significant results (p lower than 0. 05). There were significant answers when we relate diary mean seizures and urinary ketones measure at the same day (p=0,002); and in the seizures ratio in the months that there was plasmatic beta-hydroxybutyrate dosages equal or higher than 1 mmol/l related with dosages lower than this value (p=0,004).Relative to the adverse effects of the ketogenic diet evaluated in this study, we observed the following results: 37,5% of the patients had assymptomatic hypoglycemia, 50% had increase of the cholesterol, no patients had hypocalcemia and, 83,3% had loss of 0,9% to 11,4% of the initial weight. In this study, relative to the tolerability and adherence to the ketogenic diet, the reasons to discontinue the diet were: 55,5% occurred by limitations of the diet, including difficulties of feed control by parents, and diet refusal, and 44,5% occurred by the concern of the parents with parallel occurrences, mainly infections and loss of weight. Conclusion The treatment of refractory epilepsies proposed in this study, in outpatients ketogenic diet with fractional fasting was effective when related with seizures decrease. Amount the dosage of daily ketone urinary, how the mensal dosage of betahydroxybutyrate is a valid procedure to evaluate ketose degrees necessary to a better therapeutic response to ketogenic diet, but beta-HB blood dosage is the best laboratory standard to indicate seizure control. The knowledge of the frequency of adverse events relative to the ketogenic diet will serve to preventive or immediate measure, reducting reverberation in the success of the treatment. The most important aspects of ketogenic diet are related to the tolerability and compliance to get good seizure control. === Introdução Estudos experimentais clássicos têm sido realizados desde o início do século passado, utilizando métodos alternativos para tratamento das epilepsias. Entre eles, o emprego de uma dieta, denominada dieta cetogênica, que mimetizando os efeitos de um jejum prolongado, provoca a produção de corpos cetônicos, que seriam responsáveis por inibir a hiperexcitabilidade neuronal. Baseado nestes conceitos metabólicos e bioquímicos, foi aplicado tratamento utilizando dieta cetogênica em pacientes portadores de epilepsia refratária a tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial e utilizando jejum fracionado. Objetivos Avaliar a eficácia da dieta cetogênica no controle de crises em pacientes jovens (crianças e adolescentes) com epilepsia refratária, assim como relacionar a resposta terapêutica com a dosagem urinária de corpos cetônicos e do beta-hidroxibutirato plasmático, avaliar a ocorrência de alguns possíveis efeitos colaterais, e avaliar a tolerabilidade e adesão dos pacientes ao tratamento, durante o emprego da dieta cetogênica. Métodos A presente pesquisa foi aplicada em caráter prospectivo, por uma equipe formada por médicos neurologistas, nutricionistas, bioquímicas e profissionais de enfermagem, junto ao Ambulatório de Epilepsia do HSL da PUCRS. Participaram da pesquisa 10 pacientes portadores de epilepsia refratária a tratamento medicamentoso, em uso de politerapia medicamentosa, que após seleção, avaliação inicial e concordância com o tratamento proposto, passaram a ser acompanhados pela equipe, através de retornos mensais, por um período proposto inicialmente para seis meses de aplicação da dieta. Neste seguimento periódico eram realizadas reavaliações clínicas e nutricionais, se necessários reajustes na dieta, reorientação medicamentosa, instituição de tratamentos paralelos, assim como a colheita de material para as avaliações bioquímicas realizadas no Laboratório de Patologia Clínica do HSL da PUCRS. Resultados No presente estudo, avaliando a resposta global do efeito da dieta cetogênica sobre a freqüência das crises epilépticas, houve significância nos resultados obtidos, visto que a eficácia do tratamento foi confirmada quando 50% dos pesquisados tiveram de 50% a 100% de diminuição do número de crises, em relação a período anterior ao tratamento. Entretanto, se analisarmos o percentual de alteração, por paciente, do número de crises entre o mês anterior ao tratamento e o mês de melhor resposta, encontramos um resultado sem significância estatística (p=0,289), possivelmente causado pela falta de adesão ao tratamento e as variações para número elevado de crises muito acentuadas em alguns pacientes. Entretanto, considerando-se isoladamente os sete pacientes que responderam com redução de crises, houve significância de resultado (p menor que 0,05). Houve respostas estatísticas significantes, ao relacionarmos a média diária de crises com a medida de cetonúria do dia correspondente (p=0,002); e na proporção de crises nos meses correspondentes às dosagens do beta-hidroxibutirato plasmático quando iguais ou superiores a 1mmol/l em relação às dosagens inferiores a este valor (p=0,004). Quanto à avaliação dos possíveis efeitos colaterais do emprego da dieta cetogênica considerados neste estudo, constatou-se que dos pacientes que realizaram mais de uma coleta sanguínea: 37,5% dos pacientes desenvolveram hipoglicemia assintomática, 50% desenvolveram aumento do colesterol total, nenhum paciente apresentou hipocalcemia e, 83,3% tiveram perda de 0,9% a 11,4% do peso inicial. Quanto às conclusões relacionadas à tolerabilidade e adesão ao tratamento pela dieta cetogênica, neste estudo tivemos os seguintes dados quantos às desistências e razões delas: 55,5% delas ocorreram pelas restrições ou limites impostos pela dieta, incluindo as dificuldades no controle alimentar pelos responsáveis e a rejeição à dieta (especialmente pela não palatabilidade), e 44,5% ocorreram pela preocupação dos responsáveis com intercorrências ocorridas, especialmente processos infecciosos (mesmo que não decorrentes da dieta) e perda de peso. Conclusão O tratamento das epilepsias refratárias a medicamentos proposto neste estudo, através do emprego ambulatorial da dieta cetogênica sob jejum fracionado, mostrou-se eficaz em relação à resposta global apresentada relativa à diminuição de freqüência das crises. Tanto a dosagem da cetonúria diária, quanto a dosagem mensal do betahidroxibutirato, são procedimentos válidos para avaliação dos níveis de cetose necessários para a boa resposta terapêutica à dieta cetogênica, sendo que o beta-HB é o melhor padrão laboratorial indicador do controle de crises. O conhecimento da freqüência dos efeitos indesejáveis relacionados à dieta cetogênica deve servir para a tomada de medidas preventivas, ou mesmo imediatas, na tentativa de reduzir repercussões sobre o sucesso do tratamento. Tanto em relação ao exposto na última consideração, quanto à necessidade de se optar por um tratamento alternativo para as epilepsias refratárias, os cuidados com as considerações responsáveis pela intolerabilidade e falta de adesão à dieta devem ser respeitados, visando boa resposta ao tratamento pela dieta cetogênica.
|