A concepção do tempo em Bergson e sua relação com a teoria da relatividade de Einstein

Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro === A presente dissertação trata da relação entre o conceito de tempo tal como foi pensado pelo filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) e pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955). Ambos foram contemporâneos e...

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Bibliographic Details
Main Author: Daniel Siqueira Pereira
Other Authors: Karla de Almeida Chediak
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2008
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1477
Description
Summary:Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro === A presente dissertação trata da relação entre o conceito de tempo tal como foi pensado pelo filósofo francês Henri Bergson (1859-1941) e pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955). Ambos foram contemporâneos e tiveram a chance de confrontar suas opiniões discordantes sobre a natureza do tempo. Em seu polêmico ensaio Duração e Simultaneidade (1922), Bergson expôs sua teoria sobre tempo, pensado enquanto duração, já levando em conta a teoria da relatividade de Einstein. O objetivo presente aqui é explicitar os conceitos de tempo em ambos os autores e relacioná-los, considerando os pontos críticos do ensaio de Bergson sobre a relatividade de Einstein. Para tanto, esse trabalho foi dividido em três partes: a primeira trata da teoria da duração de Bergson em seu pensamento filosófico; a segunda aborda a teoria da relatividade de Einstein a partir da evolução do pensamento físico sob o ponto de vista do movimento; e a terceira e última trata do embate de ambas as teses contidas em Duração e Simultaneidade. As principais conclusões obtidas são: (1) Bergson cometeu um erro em seu ensaio ao tentar transpor sua avaliação sobre a teoria da relatividade especial para a teoria da relatividade geral de Einstein; (2) tal erro não desfaz a tese de Bergson sobre a fundamentalidade da duração em relação ao tempo físico; (3) em sua tentativa de apontar a essencialidade de um tempo puro com respeito a um tempo espacializado, Bergson esbarra nos limites da linguagem conceitual que ele mesmo havia compreendido e denunciado em toda sua obra; (4) e ainda assim, permanece a força do pensamento da duração bergsoniano, cujo alcance é tão pouco considerado pela ciência de seu tempo, como pela ciência de hoje. Tal como proposto por Bergson, essas conclusões apontam para a possibilidade de um trabalho complementar entre filosofia e ciência a partir de uma melhor compreensão de seus respectivos trabalhos. Ademais, em tal trabalho cooperativo, intui-se a possibilidade de enxergar a realidade do devir-extensivo do universo para além do amálgama espaço-temporal. === This dissertation deals with the relation between the concepts of time as it was thought by the French philosopher Henri Bergson (1859-1941) and by the German physician Albert Einstein (1879-1955). Both of them were contemporary and had the chance to face their unequaled opinions about nature of time. In his polemic assay Duration and Simultaneity (1922), Bergson exposed his theory about time, thought it as duration, already regarding Einsteins relativity theory. The objective here present is to make clear both authors concepts of time and relate them considering the critical points contained in the Bergsons assay about the relativity of Einstein. Thus, this work was divided in three parts: the first one treats with the duration theory of Bergson in his philosophical thought; the second one considers the relativity theory of Einstein taking as start point the historic evolution of the physician thought in his aspect with the analysis of the movement; and the third and last one struggles to take care of the conflict between both thesis as it appears in Duration and Simultaneity. The main conclusions extracts are: (1) Bergson made a mistake in his assay as he tries to transpose the consequences from his analysis about the especial relativity theory to the general relativity theory of Einstein; (2) this mistake doesnt undo the Bergsons thesis about the fundamentality of the duration in its relation with the physician time; (3) in his trial to indicate the essentiality of one pure time in its respect with a spatialized time, Bergson dashes with the limits of the conceptual language which himself had comprehend and denounced all along of his work; (4) and even so, remains the strength of the bergsonian thought about duration whose reach is so far of being considered by the science of his time as so far as it is by science today. As it was proposed by Bergson, those conclusions indicate the possibility to establish a complementary work between philosophy and science since it has a better comprehension of their respective works. Besides, in this cooperative work, is given an intuition to the possibility to see the reality of the universes extensive becoming to beyond of the space-time amalgam.