Uso seguro de opioides no paciente queimado: proposta de barreiras pela enfermagem

A tese desenvolvida neste estudo é que a depressão respiratória em pacientes queimados que utilizam opiódes como terapeutica farmacológica da dor, pode ser prevenida por meio de ações de enfermagem que identifiquem os fatores predisponentes para a depressão respiratória, que considerem na rotina de...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Danielle de Mendonça Henrique
Other Authors: Lolita Dopico da Silva
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2015
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9125
Description
Summary:A tese desenvolvida neste estudo é que a depressão respiratória em pacientes queimados que utilizam opiódes como terapeutica farmacológica da dor, pode ser prevenida por meio de ações de enfermagem que identifiquem os fatores predisponentes para a depressão respiratória, que considerem na rotina de aprazamento da terapeutica farmacológica da dor, as características farmacológicas dos medicamentos, para evitar interações medicamentosas e que monitorem adequadamente o paciente queimado para identificar precocemente sinais de depressão respiratória. Para tanto, este estudo teve como objetivo desenvolver barreiras de segurança com foco em ações de enfermagem, para prevenção de depressão respiratória em pacientes queimados em uso de opióides. Trata-se de um estudo restrospectivo, em que foram analisados 272 prontuários de pacientes queimados internados em um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), de um hospital público federal de grande porte, no município do Rio de Janeiro. nos anos de 2011 a 2013. Dentre os 272 prontuários 42 atenderam os critérios de seleção da pesquisa, e destes, em 28,58% (n=12) foi identificada a ocorrência de depressão respiratória. Predominaram pacientes adultos jovens do sexo masculino. O óbito predominou no grupo com DR, assim como, queimaduras de 2 e 3 graus, e superfície corporal queimada com mediana de 50%. Os fatores predominantes para depressão respiratória foram insuficiencia renal, hipoalbuminemia e hipertensão arterial. Na terapia medicamentosa dos pacientes queimados, os analgésicos opióides são os mais utilizados, predominando o tramadol (45,49%) e a metadona (18,45%). Diazepam é o benzodiazepínico de escolha, entre os antidepressivos a imipramina é o mais utilizado, apesar de classificada como anticonvulsivantes a gabapentina, nos queimados é utilizada em dose analgésica. Tanto no grupo de pacientes com ou sem DR, os horários de adiministração de medicamentos que predominaram foram 22h e 06h. Foi evidenciado PIM em 66,6% dos pacientes estudados. A associação entre a ocorrência de PIM e a DR demonstrou-se positiva; os pacientes com que apresentaram PIM têm 2,5 vezes mais risco de apresentar DR. Os pares de medicamentos prevalentes e que apresentaram PIM no grupo com DR foram, metadona com diazepam (n=5), tramadol com fentanil (4), metadona com impramina e metadona com tramadol (n=3). No grupo sem DR foram metadona e tramadol (n=8), tramadol com fentanil (4), e metadona com diazepam (3). As vias oral e intravenosa predominaram nos pacientes com e sem DR, e não houve associação positiva entre a administração por essas vias e a oorrência de DR, constatando-se que a via de administração não é tão relevante para a DR. Nos pacientes com DR, 83,3% apresentaram PIM, principalmente nos horários 22h e 06h, horários próximos aos de ocorrência de DR. Espera-se que este estudo contribua para a segurança medicamentosa no uso de opióides, e na prevenção do eventos adverso grave como a depressão respiratória em pacientes queimados. === The thesis developed in this study considers that the respiratory depression (RD) in burned patients using opioids as pharmacological therapeutic for pain can be prevented through nursing actions that identify its predisposing factors; also, nurses should consider the pharmacological characteristics of drugs during the routine schedule to apply pharmacological therapeutic for pain, aiming to prevent drug interactions; and adequately they should monitor the burned patient to identify early signs of respiratory depression. Therefore, this study had as general objective to develop safety barriers with a focus on nursing actions to prevent respiratory depression in burned patients in use of opioids; those barriers were related to the pharmacology of opioids, to the predisposing factors for respiratory depression by opioid, and to the monitoring of respiratory depression. This is a retrospective study that analyzed 272 medical records of burned patients admitted into a Burn Treatment Center (BTC) of large federal public hospital in the city of Rio de Janeiro, Brazil, from 2011 to 2013. Among those records, 42 records met the selection criteria of this research; and the occurrence of respiratory depression was identified in 28.58% (n=12) of them. Young adult male patients were prevalent. The death predominated in the group with RD, as well as, in the group with burns of 2nd and 3rd degrees and about 50% burned body surface. The prevalent factors for respiratory depression were renal failure, hypoalbuminemia, and high blood pressure. In drug therapy of burn patients, opioid analgesics are the most used, predominantly tramadol (45.49%) and methadone (18.45%). Diazepam is the chosen benzodiazepine; and among antidepressants, imipramine is the most used, although gabapentin is classified as anticonvulsant; in burned patients, it is used in analgesic dose. Either in patients with or without RD, the prevalent drugs administration schedule was made at 10:00 p.m. and 6:00 a.m. Potential Drug Interaction (PDI) was evidenced in 66.6% of studied patients. Correlation between the PDI occurrence and the RD proved to be positive; patients who presented PDI have 2.5 times higher risk for developing RD. The pairs of prevalent drugs and that presented PDI in the group with RD were methadone with diazepam (n=5), tramadol with fentanyl (4), methadone with imipramine, and methadone with tramadol (n=3). In group without DR, the prevalent drugs were methadone and tramadol (n=8), tramadol with fentanyl (4), and methadone with diazepam (3). The oral and intravenous drugs administration was prevalent in patients with and without RD, and no positive correlation between the administration by these forms and the occurrence of RD was found, evidencing up that the administration form is not so important to the RD. In patients with RD, 83.3% had PDI, mainly in the schedules of 10:00 p.m. and 6:00 a.m., close to the occurrence times of RD. It is expected that this study can contribute to safe drug administration when using opioids, and in the prevention of serious adverse events like respiratory depression in burned patients.