Summary: | O presente trabalho apresenta a rotina de tratamento de crianças e jovens com doença renal crônica, tendo como finalidade investigar as práticas performadas neste cenário e acompanhar as construções que se moldam durante a realização da hemodiálise. Nesse sentido, tomamos a orientação teórico-metodológica proposta na Teoria ator-rede (TAR), seguindo os atores - humanos e não-humanos - e apresentando as conexões parciais presentes neste campo. Nesse movimento, surgem novos olhares à Psicologia, apontando para uma prática que rompe com os moldes tradicionais, tendo como setting a sala da hemodiálise e partilha a relação terapêutica com os inúmeros actantes deste espaço: agulhas, cateter, responsáveis, técnicos, profissionais de saúde, etc. Colabora ainda para deslocar a noção de saúde e doença como polaridades e , principalmente, para desmontar este último como um estado marginal. Mol (2008) nos ensina que o adoecimento deve ser entendido como parte integrante do sujeito, e que, portanto, estar doente ou saudável representam momentos do fluxo de estar vivo. E isto envolve práticas de cuidado, ou melhor, abrange a negociação entre o desejável e o possível, o que requer investigação caso a caso. Do mesmo modo, o tratamento da hemodiálise é encarado de diferentes formas, na medida que se constitui como um arranjo do sujeito em relação ao espaço, às práticas, às pessoas, etc, sendo, portanto, uma das possibilidades existentes de cuidar do curso da doença renal, que é crônico. Além disso, o corpo é apresentado como um campo de afetações e de associações, por isso deve ser entendido a partir destas. Logo, quando Haraway (1995) afirma que somos todos ciborgues, está apontando uma nova versão sobre o organismo e a realidade material, sendo a experiência dialítica um dos exemplos concreto deste modo de articulação. === This researsh presents the routine treatment of children and adolescents with chronic kidney disease, and aims to investigate the practices performadas this scenario and accompanying buildings that are shaped during the course of hemodialysis. In this sense, we took the theoretical-methodological approach proposed in Actor-network theory (ART), following the actors - human and nonhuman - and presenting partial connections present in this area. In this movement, brings new looks to Psychology, pointing to a practice that breaks the traditional mold, with the setting of hemodialysis room and sharing the therapeutic relationship with the numerous surfactants this space: needles, catheters, managers, practitioners, health professionals etc.. Collaborates yet to displace the notion of health and disease as polarities and especially to dismantle the latter as a marginal state. Mol (2008) teaches us that the illness must be understood as part of the subject, and therefore be ill or healthy flow represent moments of being alive. And this involves care practices, or rather covers the negotiation between the desirable and the possible, which requires case by case. Similarly, treatment of hemodialysis is viewed in different ways, to the extent that such an arrangement is the subject in relation to space, the practices, people, etc., thus being one of the possibilities of caring for stroke kidney disease, which is chronic. In addition, the body is presented as a field of affectations and associations, so it should be understood from these. So when Haraway (1995) argues that we are all cyborgs, is pointing a new version on the body and material reality, being one of the dialysis experience concrete examples of this mode of articulation.
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