A educação como campo de batalha e local de seleção

Este trabalho é o resultado das reflexões relativas às leituras que venho realizando desde a minha graduação. A partir do entendimento de que a educação escolar, ao contrário de alguns de seus pressupostos, serviria especialmente à ordem social capitalista; sendo uma das maneiras mais eficientes de...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ricardo Correia de Lima
Other Authors: Mauro José Sá Rego Costa
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2009
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7349
Description
Summary:Este trabalho é o resultado das reflexões relativas às leituras que venho realizando desde a minha graduação. A partir do entendimento de que a educação escolar, ao contrário de alguns de seus pressupostos, serviria especialmente à ordem social capitalista; sendo uma das maneiras mais eficientes de domesticar o ser humano. Não se trata de afirmar que toda educação escolar será sempre domesticadora, mas, que grande parte do seu trabalho acaba por contribuir para a diminuição da capacidade criativa do indivíduo. Entendo que a imposição da busca pela verdade e a tentativa de igualar a todos os indivíduos são julgamentos morais. Esses julgamentos representariam a interpretação da vida a partir de um ser enfraquecido, ou seja, teriam como função a preservação do decadente. Esses valores morais acabam por diminuir, também, a energia dos indivíduos que poderiam expandir-se. A escola pode ser um local onde o estudante poderá ter experiências capazes de levá-lo ao crescimento, ou não. Concordamos com Nietzsche, ao entender que há uma oposição entre a vontade de moral e a vontade de potência. O ser vivo quer crescer, ou preservar-se. A criação de novas formas de viver, de desejar uma vida com outra intensidade depende, dos instintos. A moral impõe ao indivíduo uma constante vigilância e coerção contra a expressão desses instintos. A energia que poderia gerar novas formas de viver, agora será utilizada contra o próprio indivíduo, atormentando-o. A escola ainda é uma fonte de experiências. Resta-nos saber como utilizá-la em seus potenciais criadores === This work is the result of reflections on the readings I have been doing since my undergraduate course. Departing from the understanding that school education, unlike some of its assumptions, serves especially to the capitalist social order being one of the most efficient ways to "tame" human beings. This is not to say that all school education will always be taming, but that much of its work ultimately contributes to reducing the creative capacity of individuals. I understand that imposition of the search for truth and trying to match all individuals are moral judgments. These judgments represent an interpretation of life from a weak human being, i.e., they have the function of preserving the decaying. These moral values eventually decrease, also, the energy of individuals who could expand themselves. School could be the place where students could have experiences that would take them to "growth" or not. We agree with Nietzsche, to whom there is an opposition between the "will of morality" and "will to power". Living beings search for growth or self-preservation. The creation of new ways of living, the desire for life with another intensity depends on instincts. Moral imposes constant vigilance and pressure against expression of these instincts. The energy that could generate new ways of living would be used now against individuals, tormenting them. School is still a source of experience. We should know how to use its creative potential.